Couro de banana e manga? Todo mundo sabe da importância de incluir frutas em uma dieta saudável, porém, além de essenciais para a saúde esses alimentos podem ser utilizados como “ingredientes” do couro vegetal. 

Já noticiamos aqui no Vegan Business o novo tênis de fibra de abacaxi da Nike, que utiliza o Piñatex (alternativa ao couro de origem animal) produzido pela Ananas Anam, e apresentamos o tênis de luxo da Sylven New York, feito com couro de maçã e coco. Além dessas, a [not] Leather também produz couro de manga. 

Hoje falaremos sobre a startup Vegskin, que trabalha com uma alternativa feita de banana e manga. Os fundadores da empresa são Loïc Debrabander e Anaëlle Picavet, da cidade francesa Wattrelos, os dois desejavam lutar contra o desperdício alimentar, enquanto criavam produtos sem crueldade animal. 

Ambos perceberam que a pegada ambiental do couro era enorme e que a maioria de seus substitutos eram feitos de plástico. Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), localizado nos Estados Unidos, apontou que a produção de couro causa uma emissão de 130 milhões de toneladas de carbono por ano. Porém, o plástico também é prejudicial para o meio ambiente. 

Loïc Debrabander falou ao 20 Minutes: “Estávamos procurando alternativas ao couro, mas descobrimos que essas alternativas não eram tão limpas”. Ele também apontou: “Foram nossos valores que nos levaram a iniciar o projeto há cerca de um ano”. 

Couro de banana e manga
Imagem do couro vegetal: Divulgação Vegskin

Couro de banana e manga: um pouco do processo 

O fundador contou que inicialmente começaram a fazer testes com beterrabas, cogumelos e batatas, porém, tiverem maior sucesso com as bananas e as mangas. Os produtos utilizados são os alimentos descartados pelo varejo, e a empresa usa cerca de 100 toneladas de bananas para criar de 5 a 8 mil metros quadrados de couro vegetal. É importante ressaltar que o material é biodegradável e pode substituir o couro nos quesitos de flexibilidade, resistência a água e durabilidade, podendo ser utilizado em sapatos, estofados e no interior dos carros. 

Reaproveitar alimentos para criar couro sustentável é uma coisa que algumas empresas fazem: a Piñatex, por exemplo, utiliza o subproduto da colheita de abacaxi para elaborar seu material. Essa é uma ideia mais sustentável com relação ao meio ambiente. 

Quanto ao mercado de materiais sustentáveis, um relatório da Material Innovation Initiative apontou que esse segmento atingirá o valor de US$ 2,2 bilhões até o ano de 2026. Esse crescimento é em decorrência de três fatores principais: uma mudança na preferência do consumidor que busca alternativas mais éticas e sustentáveis, o avanço da ciência e da tecnologia na criação de materiais e as tendências regulatórias. 

É afirmado que esse valor representa 3% do mercado global de materiais, que fica em torno de mais de US$ 70 bilhões, porém, a pesquisa levou em conta somente o atacado, e também não considerou o couro à base de plástico ou produzidos com combustíveis fósseis. 

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*Imagem de capa: Pexels

Por Amanda Stucchi em 18 de agosto
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