Muito provavelmente você já usou alguma peça de couro animal ou quis muito uma – havia um status em torno dessas vestimentas por serem mais caras. Hoje, com mais pessoas adquirindo consciência ambiental e dos direitos dos animais, o couro vegano é uma opção viável. E, por mais que pareça inusitado ou improvável para muitos, há um mercado crescendo em torno do material feito de restos de frutas, como a Piñatex, couro de casca de abacaxi. Além dessa, há outras opções sustentáveis como listamos aqui.
Entre uma das alternativas do couro vegano de frutas, há o de manga! A marca portuguesa [not]Leather está entre as precursoras do ramo com seus acessórios, como carteiras, feitos com manga. Ao ver as imagens de cada item, nem dá para notar que é uma versão artesanal e diferente da de origem animal. Ou seja, se o cliente gosta muito da aparência do couro, pode optar pelos produtos da [not]Leather, ainda por cima ajudará o meio-ambiente e outras vidas.
Couro vegano de frutas
Jorge Lopes, o empresário por trás da marca, disse que foi recentemente que começou a explorar a ideia do couro vegano de manga– a [not]Leather foi lançada em novembro de 2020, atualmente completando três meses. Ele explicou a motivação da empresa em entrevista ao portal Do Bem: “O conceito é a utilização de materiais semelhantes ao couro, quer na sua durabilidade quer no seu aspeto, materiais sustentáveis, ecológicos, ecologicamente corretos, sempre sem origem animal, com o objetivo de levar ao conhecimento de cada vez mais pessoas que é possível a transformação de desperdícios alimentares, neste caso, a fruta, num material semelhante ao couro e, por sua vez, a criação de peças úteis que podemos usar no nosso dia a dia”, concluiu.
E como criar couro vegano de manga? A empresa pega as frutas que não são vendidas e seriam descartadas, as transforma em pastas e depois em folhas para criar as carteiras. Jorge está na criação de tudo, que é feito manualmente. “Existem ainda muito poucos fornecedores deste tipo de material, sendo que em Portugal não existe nenhum que eu conheça”. Desta forma, ele compra as mangas vindas de outros lugares da Europa.
Lopes frisa que “o desperdício de alimentos pode ser usado de forma positiva”, e que a semelhança ao couro animal fica apenas na estética: “O cheiro e toque são únicos”.
As carteiras de couro vêm nas cores preta, marrom (intitulada Crato, terra natal da madrinha do projeto) e creme (chamada Pinheiral, em homenagem à dona da loja @120gramas). Por enquanto, é possível encontrá-las em Lisboa, ou comprar online pela Direct do Instagram. Cada acessório custa 15€ (97 reais).
Opção consciente
Optando pelo couro vegano, o consumidor não contribuirá diretamente com a mutilação feita nas vacas – que são separadas de seus filhotes, castradas e torturadas desde o nascimento. Além de, claro, contribuir para o lixo zero se optar por uma versão feita de frutas e plantas. Infelizmente a opção sintética do material é feita com plástico e, consequentemente, não é biodegradável.
Por fim, a [not]Leather entra para a lista de marcas que tentam fazer a diferença: Vegea, Frumat, Happy Genie , Veggani, Hugo Boss, Stella McCartney e mais. O estilista brasileiro Pedro Lourenço criou couros de maçã para sua grife Zilver, que produz em pequena escala. Sua jaqueta de couro de maçã, exclusivíssima, custa £680.00, cerca de cinco mil reais. Ainda não é de fácil acesso comprar um material como este, mas o mercado está expandindo e, quanto mais demanda, o preço pode diminuir.
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