Um relatório da ONU aborda as mudanças climáticas, fornecendo uma avaliação global atualizada do progresso e das promessas de mitigação das mudanças climáticas e examinando as fontes de emissões.

Hoesung Lee, presidente do IPCC (Painel intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da instituição), disse em uma comunicação:

“Nós estamos em uma encruzilhada. As decisões que tomamos agora podem garantir um futuro habitável. Temos as ferramentas e o know-how necessários para limitar o aquecimento. Estou encorajado pela ação climática que está sendo tomada em muitos países. Existem políticas, regulamentos e instrumentos de mercado que estão se mostrando eficazes. Se forem ampliados e aplicados de forma mais ampla e equitativa, podem apoiar reduções profundas de emissões e estimular a inovação”. 

É destacado que para modificar esse cenário é preciso fazer grandes transições no setor da energia, como reduzir o uso de combustíveis fósseis, aprimorar a eficiência energética e usar combustíveis alternativos como o hidrogênio, por exemplo. 

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, apontou em um vídeo da ONU Brasil: “A ciência nos mostra que é necessário cortar emissões em 45% até 2030, e alcançar emissão zero até 2050. Porém, seguindo o ritmo atual, estima-se um aumento de 14% nas emissões globais até o fim dessa década. Isso significa uma catástrofe. Vai acabar com qualquer chance de manter a meta de 1,5°C”. 

A meta de 1,5°C foi definida no Acordo de Paris, visando minimizar as emissões de gases de efeito estufa. 

Relatório da ONU também aborda dietas e sua relação com os gases de efeito estufa 

Na publicação completa, com mais de duas mil páginas, foi abordada a alimentação. 

O estudo afirmou que as dietas ricas em proteínas vegetais e pobres em carnes e laticínios estão associadas a menos emissões de gases de efeito estufa, portanto, ao modificar a dieta para uma maior ingestão de proteína vegetal, alimentos moderados de origem animal e reduzir as gorduras saturadas, pode haver minimizações substanciais nas emissões.

Também revelaram que as novas tecnologias alimentares podem auxiliar nesse cenário, por exemplo, com a fermentação celular, carne cultivada e a agricultura em ambiente controlado (onde é feito o cultivo em um ambiente fechado no qual os fatores ambientais são otimizados artificialmente).

Porém, a instituição apontou que é complicado mudar comportamentos enraizados na sociedade, como as dietas. 

Logo, destacam que o comportamento só será transformado pela própria transição desencadeada pela política, que trará tecnologias e consolidará novos comportamentos sustentáveis. Além da política econômica e da regulação, é possível influenciar o comportamento por meio de campanhas de informação, publicidade e pela arquitetura da escolha (também conhecida por nudging) que auxilia a influenciar o comportamento das pessoas através do conhecimento científico, visando atitudes éticas e positivas. 

Outras atitudes que as pessoas podem tomar para reduzir as famosas pegadas de carbono são evitar o carro — andando a pé ou de bicicleta — bem como reduzir as viagens aéreas e o uso de aparelhos de eletrodomésticos. 

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*Imagem de capa: Unsplash

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