Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) investigou o potencial das alternativas de carne à base de plantas, cultivadas e fermentadas para enfrentar o impacto ambiental dos alimentos de origem animal.

O relatório observa que as previsões para o crescimento do mercado de carne alternativa variam consideravelmente, com projeções de sua participação no mercado total de carne variando de 4 a 60 por cento até 2040. Os autores sugerem que avanços tecnológicos significativos serão necessários para ajudar as alternativas de carne a competirem com os produtos de origem animal em sabor e preço, e para torná-los disponíveis em uma escala mais ampla.

No entanto, as alternativas de carne já “demonstram um forte potencial para reduzir os impactos ambientais em comparação com muitos produtos animais convencionais”, especialmente se forem produzidas usando energia de baixo carbono. Além disso, elas trazem benefícios para a saúde pública, como a redução do risco de pandemias e resistência a antibióticos, e poderiam reduzir drasticamente o dano aos animais no sistema alimentar.

Alimentos à base de plantas minimamente processados também estão associados a um menor risco de mortalidade prematura e doenças não transmissíveis, embora o relatório aponte que muitos produtos de carne à base de plantas atualmente disponíveis sejam altamente processados. (Vale ressaltar que, de acordo com pesquisas recentes, as alternativas de carne não têm os mesmos riscos para a saúde que a carne animal processada e outros produtos processados, como refrigerantes açucarados.)

O papel dos governos

O relatório lista vários países e regiões — incluindo Brasil, China, União Europeia, Índia, Israel, Cingapura e EUA — que já investiram em alternativas de carne. Observa-se que alguns governos estão oferecendo incentivos aos produtores de carne alternativa, enquanto os ambientes políticos e regulatórios estão evoluindo rapidamente. Esses países são contrastados com a Itália, que aprovou leis proibindo a carne cultivada e o uso de termos semelhantes à carne para produtos à base de plantas.

Para apoiar as alternativas de carne a se tornarem comercialmente viáveis, o PNUMA sugere que os governos forneçam financiamento para pesquisa e desenvolvam frameworks regulatórios simplificados. Eles também poderiam reduzir ou redistribuir os subsídios atualmente concedidos à agricultura animal.

Os autores concluem que as carnes alternativas podem desempenhar um papel importante na transição para sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e amigáveis aos animais. Políticas podem ser introduzidas para promover esses alimentos de forma eficaz, garantindo resultados positivos.

“As novas alternativas alimentares oferecerão um espectro mais amplo de escolhas para os consumidores”, disse Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA. “Além disso, tais alternativas também podem diminuir as pressões sobre as terras agrícolas e reduzir as emissões, ajudando-nos a enfrentar a tripla crise planetária — a crise das mudanças climáticas, a crise da biodiversidade e perda de natureza, a crise da poluição e resíduos —, além de abordar as consequências ambientais e de saúde da indústria de agricultura animal. Mais apoio governamental, bem como pesquisas abertas e transparentes, podem ajudar a desbloquear o potencial dessas novas tecnologias para alguns países.”

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