A pesquisa é algo fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias e descobertas científicas, e no mercado da alimentação isso não é diferente. Para homenagear o pesquisador no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, o Vegan Business selecionou algumas pesquisas que estão acontecendo no mercado plant-based e na área de proteínas alternativas.

O professor David Julian McClements, cientista de alimentos com background em design de alimentos e nanotecnologia, da Universidade de Massachussets Amherts (EUA) falou a universidade: “Sou contatado frequentemente por diferentes empresas iniciantes que estão tentando fazer peixes, ovos ou queijo à base de plantas, mas que muitas vezes não têm formação em ciência de alimentos [..]”, e apontou também que existe uma necessidade de mais pesquisas a respeito do desenvolvimento de alimentos vegetais processados, com menos ingredientes e menor processamento. 

Recentemente David McClements e sua equipe, incluindo o professor assistente Lutz Grossmann, da Universidade de Massachusetts Amherst (EUA), começaram a liderar uma pesquisa que trata da ciência por trás de um projeto de proteína plant-based melhor. A pesquisa é financiada pelo National Institute of Food and Agriculture (USDA) e pelo Good Food Institute (GFI). Eles desejam tornar os alimentos processados mais saudáveis, projetando-os para terem todas as vitaminas e minerais que promovam a saúde, além de ser conveniente e barato para o consumidor, tendo também um bom sabor. 

A pesquisa da Universidade de Massachussets Amherts

No artigo científico que os pesquisadores escreveram na Nature é descrita a tarefa de melhorar os produtos feitos de plantas, atestando: “É fundamental compreender os atributos fundamentais dos ingredientes derivados de plantas e como eles podem ser montados em estruturas semelhantes às encontradas em produtos de origem animal”, afirmando que o estudo se concentrou nas propriedades químicas, físicas e funcionais dos ingredientes vegetais, bem como o processo de processamento que pode ser utilizado para converter os ingredientes nos produtos alimentícios, além de ter abordado a ciência por trás de alimentos plant-based como a carne e ovo, por exemplo.

David McClements também disse ao The Beep sobre a pesquisa: “Estamos focando na carne bovina, pois é a principal causa dos problemas ambientais, como emissões de gases de efeito estufa, poluição, uso da terra e uso da água”, e também avisou que desejam explorar as carnes de cortes inteiros, que são mais difíceis de serem produzidas. O estudo tem uma abordagem multidisciplinar e holística para produzir essas proteínas mais saudáveis. 

Startup Cirkulär faz parceria com pesquisadores 

Já, a startup Cirkulär fez uma parceria com os pesquisadores da Universidade de Lund e da Universidade Técnica Chalmers, ambas localizadas na Suécia, para desenvolver um sistema de biotecnologia que produz proteína alternativa. 

A ideia é ter um processo fechado, sem utilizar antibióticos e sendo baseado na fermentação, dessa forma, a empresa usará microorganismos geneticamente modificados para produzir a proteína caseína, que está presente no leite tradicional. A matéria-prima desse procedimento também irá incluir o resíduo decorrente da prensagem do óleo de colza, extraído das sementes da planta colza. Dessa forma, será possível criar um substituto para o leite de origem animal. 

Eric Öste, co-founder da empresa, falou ao Green Queen: “Optamos por começar com caseína para obter o maior benefício ambiental no menor tempo, dada a magnitude do consumo de queijo em todo o mundo”, mencionando também que os queijos de origem vegetal não são parecidos com os de origem animal porque não contém caseína. 

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*Imagem de capa: Pexels

Por Amanda Stucchi em 8 de julho
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