O mercado brasileiro de alimentos baseados em plantas está testemunhando uma evolução notável. A alimentação vegetariana e vegana está se consolidando como um pilar fundamental da dieta contemporânea, refletindo-se na crescente diversidade de produtos e cardápios lançados.

Em 2023, mais produtos e opções veganas de menus surgiram no mercado brasileiro. Estudos indicam que os consumidores buscam cada vez mais alimentos simples, menos processados e que incorporem valores de sustentabilidade.

Com a chegada do Veganuary, é crucial compreender os elementos vitais das embalagens veganas para as empresas poderem manter padrões elevados, atrair uma gama mais ampla de consumidores e garantir a segurança dos produtos.

Requisitos regulamentares

As empresas vegans no Brasil devem dar prioridade a materiais certificados por órgãos reguladores, assegurando a conformidade com os requisitos específicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para rotulagem.

É essencial prevenir a contaminação cruzada com ingredientes de origem animal durante o processamento, especialmente em instalações compartilhadas ou equipamentos utilizados tanto para produtos veganos quanto não veganos.

Os especialistas em embalagens devem ser cautelosos ao escolher adesivos para laminados ou selar caixas para produtos veganos. Os adesivos devem ser isentos de gelatina ou caseína, entre outros componentes de origem animal. Lacas, revestimentos, tintas e aditivos devem também ser cuidadosamente selecionados para atender às expectativas dos consumidores que buscam soluções de embalagem vegan-friendly.

Apesar de não ser mandatório, obter certificações reconhecidas por organizações veganas/vegetarianas pode aumentar a credibilidade dos produtos. Certificados como o Selo Vegano da Sociedade Vegetariana Brasileira ou o selo Veganismo da Associação Brasileira de Veganismo reforçam o compromisso com os padrões veganos.

Escolha dos materiais adequados

A fabricação de embalagens veganas no Brasil demanda uma seleção cuidadosa de fornecedores e materiais apropriados. Optar por materiais de fornecedores verificados assegura a ausência de ingredientes de origem animal, como colas ou corantes específicos.

Opções como plásticos compostáveis, papel e fibras vegetais alinham-se com considerações éticas e práticas. Priorizar recipientes de vidro ou metal, altamente recicláveis e inertes, minimiza interações químicas prejudiciais com os produtos embalados.

Recipientes reutilizáveis feitos de silicone ou outros materiais de qualidade alimentar oferecem uma opção sustentável para embalar alimentos veganos, especialmente para porções múltiplas.

Rotulagem e transparência

Rotular produtos alimentícios veganos de forma precisa e abrangente pode impulsionar as vendas, eliminando confusões para os consumidores. É essencial incluir informações como data de validade, além de destacar claramente a adequação do produto para veganos, certificando-se de que todos os ingredientes sejam de origem vegetal.

Evitar ambiguidades nas declarações é crucial; por exemplo, “sem laticínios” ou “sem lactose” não garante que o produto seja vegano. Além disso, destacar alérgenos presentes, mesmo em produtos veganos, é imprescindível.

Instruções de armazenamento, códigos de barras e códigos de lote para rastreabilidade devem ser incluídos nos rótulos.

Estratégia de embalagem para a construção de marca

Desde alternativas de laticínios até produtos à base de plantas, a embalagem é essencial para a identidade das marcas veganas. Marcas como Nude, Mun e Novah! são exemplos notáveis, com design irônico e vibrante que foge do estereótipo de “veganismo enfadonho”.

Muitas marcas brasileiras estão investindo em embalagens mais atrativas, abandonando estereótipos tradicionais e adotando designs inovadores. O foco é criar embalagens que despertem emoções positivas nos consumidores e atraiam um público mais amplo, sem se restringir ao mercado vegano.

À medida que entramos em uma era de consumo consciente e sustentabilidade, a inovação nas embalagens continuará moldando o cenário do mercado de produtos vegetais no Brasil em 2024 e adiante.

Por fim, presenciamos que as embalagens veganas se tornam uma peça central na narrativa do mercado alimentício baseado em plantas, o Brasil testemunha não apenas uma evolução estilística e funcional, mas também um compromisso crescente com a transparência, sustentabilidade e inovação.

A busca por materiais éticos, a clareza na rotulagem e a ênfase na conexão emocional com os consumidores através do design destacam o caminho para um futuro. Neste cenário, as embalagens não apenas preservam e protegem os produtos, mas também contam histórias, encantam e promovem uma cultura consciente, refletindo os valores crescentes de uma sociedade em transformação. Este é apenas o começo de uma jornada contínua, onde a criatividade, a responsabilidade ambiental e a busca por soluções cada vez mais eficazes continuarão a impulsionar o mercado das embalagens veganas no Brasil e além.

Imagem de capa: Novah! – Divulgação

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Por Nadia Gonçalves em 2 de janeiro
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