Você conhece a marca de leite vegetal Nice Foods? Essa empresa tem uma história inspiradora! Foi criada pelo casal Thiago Lorusso e Paola Stier no ano de 2019, inicialmente vendendo sorvetes plant-based. Thiago disse: “Há 5 anos conheci minha esposa Paola, que é vegana, e comecei a entender o quão prejudicial para a saúde e para o planeta o consumo de produtos de origem animal pode ser”. Ele também relatou que descobriu que não precisa ser vegano para se preocupar com o meio ambiente e os animais, toda mudança de hábitos, mesmo que pequena, já é válida. 

Anteriormente, Thiago tinha uma empresa de mini carteiras de couro, ele contou: “Há dois anos fechei a empresa que tinha de carteiras de couro e diminui o meu consumo de produtos de origem animal. Foi aí que me deparei com um mercado com opções caras e industrializadas, que não conseguia atender a nós, nem a boa parte dos brasileiros que não podem ou não querem consumir leite de vaca”. Então, foi a partir dessa percepção que o casal resolveu entrar na missão de reinventar o leite e democratizar os laticínios vegetais, criando a NICE®️ Foods em 2019. 

No início, a Nice Foods vendia o primeiro sorvete 100% plant-based do Brasil, mas com a pandemia a empresa passou por alguns desafios: custos altos, dificuldade de distribuição dos sorvetes e um problema com um dos sócios que paralisou a empresa (ele decidiu desfazer sua parceria). Mesmo assim, o casal teve determinação para enfrentar essas dificuldades, e no final de 2020 recomeçaram. 

Naquele período em que vendiam os sorvetes, haviam criado uma pasta de castanha de caju (a base do produto) que não entupisse o maquinário. Thiago relatou: “Desenvolvemos uma maneira de deixar a castanha de caju de uma forma que pudesse ser armazenada por muito tempo e só precisasse adicionar água no processo. Antes utilizávamos a castanha inteira, deixando de molho por oito horas, esse era um trabalho demorado e o resultado não era tão bom”. Além disso, afirmou que a mudança aumentou a qualidade e cremosidade do sorvete. 

Entretanto, esse concentrado podia ser utilizado em outros alimentos, a Paola Stier, que é influencer e chef vegana, acabou desenvolvendo diversas receitas com a pasta de castanha de caju e os dois perceberam que o produto tinha um potencial maior do que imaginavam. O alimento foi batizada de NICE®️ Milk, que ao se misturar com água dá origem a um leite vegetal. 

A partir dessa descoberta, em outubro de 2020, o casal conseguiu comprar a parte do antigo sócio e reiniciar a empresa, agora focando nas vendas via e-commerce próprio, onde podem ter um controle maior da demanda. Ele falou: “Nessa segunda fase deixamos o sorvete de lado e focamos 100% no NICE®️ Milk, o 1.º leite vegetal concentrado em forma de pasta, 100% natural, feito de castanha de caju e que permite fazer leite e creme vegetal em 30 segundos”. Essa pasta é produzida a partir da desidratação da castanha de caju e não possui adição de açúcar, gorduras saturadas, nem lactose. O produto também pode ser utilizado em receitas doces ou salgadas. 

Os fundadores da empresa de leite vegetal
Imagem dos fundadores Thiago Lorusso e Paola Stier: Divulgação Nice Foods

O NICE®️ Milk é vendido com preço a partir de R$ 45 o pote. A fins de comparação, o pote de 450 gramas da marca rende 6,5 litros de leite vegetal e 2 litros de creme vegetal, com validade de 12 meses fechado e 3 meses aberto. Thiago falou: “O Nice Milk é inovador porque é feito em forma de pasta concentrada, o que possibilita fazer o leite e creme vegetal mais barato do Brasil”. Uma curiosidade é que em toda compra a empresa envia um e-book de receitas desenvolvidas pela Paola Stier e mais alguns influenciadores digitais, com diversas receitas sem lactose e à base de plantas. 

A respeito do crescimento da marca de leite vegetal, alguns dados interessantes são os seguintes: a Nice Foods cresceu 400% do final de 2020 para 2021, e desde janeiro desse ano apresentou um crescimento de mais de 500%, a taxa ao mês fica em torno dos 20%. Sobre esse sucesso, Thiago afirmou: “Enxergamos o crescimento como um sinal muito positivo de que realmente revolucionamos o mercado, pois as demandas dos clientes não eram completamente atendidas pelos produtos que já existiam. Isso nos deixa um passo mais próximo do nosso objetivo de democratizar os laticínios vegetais no Brasil”. 

A marca de leite vegetal também possui diversos planos, como a venda de uma versão barista à base de aveia, para tomar com café, e uma versão com sabor idêntico ao do leite de vaca (para quem ainda sente falta do sabor, mas deseja um produto 100% à base de plantas). 

Também está nos planos uma nova fábrica para atender lojistas, ampliar seu food service e abrir um sistema de assinaturas, assim, os clientes vão poder receber mensalmente o delicioso Nice Milk em casa. Além disso, pretendem assinar produtos como iogurtes, sorvetes, entre outros laticínios vegetais em parceria com outros produtores. Já a respeito do faturamento esperado, a Nice Foods pretende conseguir R$ 1 milhão em 2021, e ampliar esse valor para R$ 3 milhões em 2022. 

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*Imagem de capa: Divulgação Nice Foods / via Revista PEGN

Por Amanda Stucchi em 14 de julho
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