A QOA é uma marca de chocolate vegano, produzida sem cacau, que levantou US$ 6 milhões em um investimento seed

A empresa, localizada na Alemanha, afirmou em uma comunicação: “A QOA pode produzir um chocolate à prova do futuro que é 100% natural, feito de ingredientes locais, veganos e 10 vezes mais sustentáveis ​do que o chocolate convencional, sem sacrificar o comportamento de derretimento suave e seu delicioso sabor que todos nós desejamos”. 

O investimento foi liderado pela Cherry Ventures, com participações da Fifty Years, World Fund, Nucleus Capital, Trellis Road, Pioneer Fund e da Tet Ventures. Com o valor, a marca construirá uma unidade de produção piloto em Munique e complementará as instalações de manufatura na Suíça, também contratá mais funcionários. 

A empresa  espera lançar seus primeiros produtos no mercado em 2022. Outra meta é alcançar um preço igual ou inferior ao do chocolate tradicional no ano de 2035. 

Uma curiosidade é que a marca criou um kit teste para que 300 pessoas experimentassem seus chocolates e dessem feedbacks para a marca.

Conforme explicou o Techcrunch, a marca está em negociações com clientes B2B (business to business) com o objetivo de fechar contratos menores em breve. “Depois disso, iremos atrás da nossa Série A para podermos construir linhas de produção maiores”, o fundador Max Marquart explicou ao veículo. 

Chocolate da QOA

Imagem: Divulgação QOA 

Os problemas do cacau 

Já falamos aqui no Vegan Business sobre os problemas éticos e ambientais do cacau. 

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirmou que na Costa do Marfim houve uma perda de 64% das árvores nativas entre 1990 e 2015. Se essa tendência continuar assim, pode ocorrer a perda de toda a floresta tropical até 2030. 

Ademais, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 8 mil crianças e adolescentes (entre 10 a 17 anos) estavam trabalhando em plantações de cacau no Brasil no ano de 2014. 

A Época Negócios também deu uma informação de um relatório elaborado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, é chocante: o chocolate pode acabar até 2050 devido às mudanças climáticas. 

A instituição também afirmou que 89,5% das terras empregadas atualmente para o cultivo do cacau não serão mais cultiváveis em 2050. 

Afinal, se a temperatura do planeta aumentar, o melhor lugar para plantar cacau será nas montanhas, contudo as terras montanhosas não são adequadas para esse fruto e muitas já estão sendo ocupadas pela vida selvagem. 

A questão é complexa, por isso marcas estão buscando resolver esses problemas trazendo inovações para o público consumidor. 

Cacau

Imagem: Unsplash

Sobre a marca de chocolate vegano 

A QOA foi fundada esse ano pela Dra. Sara e Dr. Maximilian Marquart, irmãos e cientistas. 

Sara é uma química alimentar especializada na formação de sabores, já Max é um cientista de materiais que fundou duas empresas e auxiliou mais de 7 mil startups a venderem suas soluções para marcas. 

Os dois fundaram a QOA por conta de três motivos: 

  • Até 50% da oferta atual de cacau está em risco devido a patógenos e mudanças climáticas. 
  • O cacau impulsiona o desmatamento.
  • O trabalho infantil e a escravidão ainda são muito comuns na África Ocidental, onde tem origem ⅔ do suprimento mundial do cacau. 

Além disso, segundo a empresa, as pessoas consomem até 9 kg de chocolate por ano. Dessa forma, é necessário produzir 5 milhões de toneladas no mesmo período e existem essas questões ambientais e sociais associadas a esse cultivo. 

Kit teste da QOA

Imagem: Divulgação QOA

Gostou dessa notícia? Aproveite e leia também: 

Marca levanta US$ 4 milhões para criar chocolate cultivado

Lindt lançará dois chocolates veganos no Reino Unido em 2022

Super Vegan lança linha de cremes com oleaginosas e chocolates

*Imagem de capa dos fundadores: Divulgação QOA 

Por Amanda Stucchi em 11 de novembro
Faça parte da comunidade da Vegan Business no WhatsApp: Notícias | Investidores