Após alguns meses de ter lançado seu bacon de cogumelos no mercado espanhol, a empresa Libre Foods, com sede em Barcelona, anunciou seu próximo produto inovador: o primeiro peito de frango vegano à base de micélio da União Europeia. A marca planeja o lançamento do produto até o início do próximo ano, uma vez que a cepa de fungo utilizada não é definida como um novo alimento, não necessitando, portanto, de aprovação regulatória.

A Libre Foods, inicialmente focada na produção de bacon de micélio, desafiou desafios regulatórios na União Europeia, o que levou a um adiamento desse projeto. No entanto, a empresa encontrou uma solução ao lançar seu bacon vegano feito a partir de corpos frutíferos de cogumelos em novembro passado.

Agora, a empresa está superando as barreiras regulatórias com seu novo produto de frango à base de fungos, que utiliza uma cepa de micélio não considerada novo alimento pela UE. Isso elimina a necessidade de passar pelo processo de aprovação da UE, um foco importante para a empresa.

De acordo com o CEO da Libre Foods, Alan Iván Ramos: “O micélio em si não é classificado como novo alimento, apenas algumas de suas cepas o são. Desde o início do nosso desenvolvimento, avançamos em estreita colaboração com nosso conselho regulatório para garantir que nossas escolhas de cepas e processos atendam às regulamentações da UE, permitindo-nos concentrar nossa pesquisa na otimização da experiência, nutrição e preço de nossos produtos para um lançamento comercial eficaz e bem sucedido.”

Frango à base de micélio

O Frango Libre, produzido através da fermentação de biomassa, possui 25% menos calorias do que o frango convencional, superando tanto suas contrapartes de origem animal quanto à base de plantas em teor de fibra alimentar, com uma vantagem de mais de 25%. Embora contenha 12,5g de proteína por 100g, a empresa tem planos de se aproximar mais das características do frango convencional antes de seu lançamento.

O peito de frango à base de micélio terá um preço mais competitivo comparado com o frango convencional e à base de plantas. No entanto, a marca tem como objetivo alcançar a verdadeira paridade de preços com o frango tradicional, concentrando-se em uma expansão rápida e estratégica de suas operações nos próximos três anos, conforme revelado por Ramos.

O micélio é o principal componente de uma lista de ingredientes reduzida, graças à sua fibrosidade, permitindo ao fabricante utilizar menos ingredientes em geral. A Libre Foods também utiliza quantidades mínimas de sal, sabores naturais e proteínas, alinhando-se com as tendências atuais de consumo. Uma pesquisa realizada pela Ingredion em 2022 revelou que mais da metade dos entrevistados considerou importante que os produtos possuem uma pequena lista de ingredientes.

Libre Foods

Essa pesquisa faz parte de um esforço para atender às demandas dos clientes, com o Libre Bacon já disponível 30 pontos de venda. Após conversar com os consumidores da marca, Ramos afirmou que mais de 90% manifestaram interesse em adquirir o peito de frango à base de micélio.

Isso reforça a visão da Libre Foods de posicionar os fungos na vanguarda dos alimentos do futuro. A startup afirma ser a única que utiliza o organismo fúngico em sua linha de produtos, incorporando materiais reciclados e cepas fúngicas de alto desempenho. Dessa forma, alcançando resultados líderes na indústria por meio de pesquisa e desenvolvimento, bem como sua nova tecnologia de introdução. A empresa está focada em expandir essa tecnologia, fortalecer suas capacidades de pesquisa, desenvolvimento, assim como estabelecer parcerias estratégicas para contribuições a negociações e reduzir custos.

Para atingir esses objetivos, a startup em breve iniciará uma rodada de coleta de recursos para acelerar seu desenvolvimento. Em 2022, a empresa levantou US$ 2,5 milhões em uma rodada liderada pelo Green Generation Fund, incluindo Good Seed Ventures, ProVeg International e Veg Capital.

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Imagem ilustrativa de capa: Divulgação Libre Foods

Por Ana Cristina Gomes em 13 de setembro
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