Recentemente, a empresa Brasileira Marfrig, que é uma das maiores processadoras de carne do mundo, e a ADM – Archer Daniels Midland Company, gigante agrícola e fornecedora de insumos Americana se uniram. Nessa união, as empresas formaram uma joint venture, a PlantPlus Food, que oferecerá produtos alimentícios à base de plantas nos mercados norte-americano e sul-americano.
Vale lembrar que o interesse das duas gigantes no crescente mercado das proteínas vegetais não é nada recente. Em 2019 as duas se uniram para lançar o Rebel Whopper, hamburgue de plantas para o Burger King, e nem é preciso dizer que o resultado dessa parceria foi um sucesso.
Do que se trata uma joint venture
Uma joint venture é um acordo comercial no qual duas ou mais partes concordam em reunir seus recursos com o objetivo de realizar uma tarefa específica. Essa tarefa pode ser um novo projeto ou qualquer outra atividade comercial.
Em uma joint venture, cada um dos participantes é responsável pelos lucros, perdas e custos associados a ela. No entanto, o empreendimento é sua própria entidade, separada dos outros interesses comerciais dos participantes.
Sobre a Mafrig e a ADM
Inicialmente, a Marfrig será proprietária de 70% da PlantPlus Foods e responsável pela produção e distribuição, enquanto a ADM será proprietária dos 30% restantes e fornecerá as principais matérias-primas necessárias.
A joint venture expande a relação de trabalho existente das empresas, que as viu desenvolver e produzir alimentos sustentáveis à base de plantas na América do Sul, como hambúrgueres à base de plantas.
A Marfrig utilizará suas instalações em Várzea Grande, no estado Brasileiro de Mato Grosso, bem como nos EUA. Enquanto isso, a ADM fornecerá conhecimento técnico, desenvolvimento de aplicativos e uma variedade de ingredientes, sabores e sistemas baseados em plantas de sua fábrica de proteínas em Campo Grande e sua rede de instalações nos EUA, incluindo sua nova fábrica de proteínas de ervilha em Enderlin, Dakota do Norte.
Por dentro das joint ventures
As joint ventures, embora sejam uma parceria no sentido coloquial da palavra, podem assumir qualquer estrutura legal. Corporações, parcerias, sociedades de responsabilidade limitada e outras entidades comerciais podem ser usadas para formar uma joint venture.
Apesar de o objetivo das joint ventures ser tipicamente para produção ou pesquisa, elas também podem ser formadas para um propósito contínuo. As joint ventures podem combinar grandes e pequenas empresas para assumir grandes ou pequenos projetos e negócios.
Existem três razões principais pelas quais as empresas formam joint ventures:
Recursos de alavancagem
Um empreendimento conjunto pode tirar proveito dos recursos combinados de ambas as empresas para atingir o objetivo do grupo. Uma empresa pode ter um processo de fabricação bem estabelecido, enquanto a outra empresa pode ter canais de distribuição superiores, por exemplo.
Poupança de custos
Usando economias de escala, as duas empresas da joint venture podem alavancar sua produção a um custo unitário mais baixo do que usariam separadamente. Isso é particularmente apropriado com os avanços tecnológicos que são caros de implementar. Outras economias de custos como resultado de uma joint venture podem incluir o compartilhamento de custos com publicidade ou mão-de-obra.
Experiência combinada
Duas empresas ou partes que formam uma joint venture podem ter, cada uma, experiências, habilidades e conhecimentos exclusivos. Quando combinadas por meio de uma joint venture, cada empresa pode se beneficiar dos conhecimentos e talentos da outra empresa.
Independentemente da estrutura legal usada para a empresa comum, o documento mais importante será o contrato da empresa que define todos os direitos e obrigações dos parceiros. Os objetivos da empresa comum, as contribuições iniciais dos parceiros, as operações cotidianas e o direito aos lucros e a responsabilidade pelas perdas da empresa comum estão todos estabelecidos neste documento.
Impacto da joint venture para o mercado plant based
Expansão de mercado
Um uso comum das joint ventures é fazer parceria com uma empresa local para entrar no mercado externo. Esse é, portanto, uma boa estratégia para a ampliação da abrangência de empresas voltadas para o mercado plant based.
Uma empresa que deseja expandir sua rede de distribuição para novos países pode entrar em um acordo de joint venture para fornecer produtos ou tecnologias a uma empresa local, beneficiando-se de uma rede de distribuição já existente.
Nesse sentido, alguns países também têm restrições quanto à entrada de estrangeiros no mercado, tornando uma joint venture com uma entidade local praticamente a única maneira de fazer negócios no país.
A joint venture PlantPlus Food, se concentrará principalmente na América do Norte e do Sul, no entanto, as empresas afirmam que terão capacidade de atender clientes em outros mercados globais. Assim, com a experiência e conhecimento especializados, trazidos pelas empresas, a joint venture se fortalece o suficiente para já avançar no mercado internacional.
Ganhos de tecnologia e capital intelectual
A tecnologia avançada, geralmente demanda tempo e capital intelectual. Portanto, as joint ventures com empresas ricas em tecnologia, como ADM, possibilita o acesso a esses ativos sem ter que gastar mais tempo e dinheiro para desenvolvê-los.
Desse modo, um impacto importante das joint ventures no mercado plant based, é à expansão tecnológica. O uso da expertise técnica para aplicação nesse mercado abrevia tempo para obtenção de resultados, afinal, são anos de estudos economizados. E o consumidor final ganha em produtos de melhor qualidade.
Além de tudo isso, as empresas ampliam as possibilidades de aumentar o valuation, bem como, o valor de mercado, com reflexos imediatos nas cotações de suas ações.
Enfim, o impacto da joint venture para o mercado plant based é positivo e animador. O cenário não poderia ser melhor e a tendência é que esse mercado se mantenha aquecido.
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