Será o feijão-fava a próxima tendência de proteína vegetal? Um projeto inovador está prestes a dar destaque a esse grão. Sarah Dohle, ex-professora da Universidade Delaware Valley e curadora de phaseolus (guardiã de feijões) no Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), liderou uma iniciativa pioneira financiada por uma generosa doação do USDA.

O projeto, tem como objetivo aprimorar a variedade de feijão-de-fava, visando conquistar o paladar tanto de chefs quanto de clientes de restaurantes exigentes. A colaboração entre cientistas de laboratório, especialistas em alimentos, agricultores, empresas de sementes e até mesmo membros da comunidade na Filadélfia impulsionaram esse esforço conjunto para transformar o feijão-fava na próxima grande tendência culinária.

Feijão-fava

A jornada de Dohle no universo dos feijões começou envolta em ceticismo. Ao ingressar em um laboratório dedicado ao estudo da resistência a insetos em feijões-de-fava, ela disse que essa variedade de feijão era a única que não apreciava. Entretanto, um cientista que ela entrevistou desafiou sua aversão, insistindo que o preparo estava sendo feito de maneira equivocada.

Esse desafio instigou Dohle a dar uma nova chance ao feijão-fava, porém desta vez preparado da forma correta. Para sua surpresa, sua opinião mudou radicalmente, descrevendo-os como “excepcionalmente saborosos, com uma textura mais cremosa e suave, além de um perfil de sabor mais refinado do que os feijões comuns, quase como um feijão de categoria premium”.

O projeto apoiado pelo USDA abre vários centros de pesquisa, incluindo a UC Davis, Clemson, a Universidade de Delaware e a UC Riverside. Estes centros se debruçarão sobre os feijões, analisando suas características e identificando marcadores genéticos para aprimorar suas qualidades. Equipes de cientistas de alimentos da Universidade Delaware Valley e da Universidade de Iowa conduziram pesquisas entre os consumidores para identificar os atributos dos feijões.

Através desta investigação ampla, investigadores em colaboração com empresas de sementes desenvolverão traços desejáveis, buscando experimentar tanto os agricultores quanto os consumidores.

Objetivo do projeto

Ao englobar uma ampla gama de participantes no processo, desde grandes agricultores e programas de merenda escolar até horticultores comunitários e entusiastas do feijão, a iniciativa visa celebrar a rica variedade e diversidade inerentes ao feijão-fava. Dohle e sua equipe coordenaram o plantio em um jardim comunitário na Filadélfia, proporcionando assim a oportunidade de vivenciar o trabalho genético envolvido no projeto.

Um dos desafios está ligado à sua sensibilidade ao fotoperíodo, exigindo noites mais longas para estimular o florescimento. Contudo, Dohle e sua equipe acreditam que podem criar uma iguaria distinta, seguindo o exemplo do grande sucesso alcançado pela abóbora honeynut (uma abóbora híbrida).

Iniciativas

O objetivo de longo prazo não se limita a transformar o feijão-fava em um mero modismo gastronômico, mas também abrange a promoção de seus benefícios para os agricultores e o meio ambiente. Sendo leguminosas, as favas enriquecendo o solo com mosca, o que as torna uma cultura ecologicamente vantajosa, especialmente em um cenário de padrões climáticos cada vez mais imprevisíveis.

Conforme os moradores de Filadélfia e de outras regiões adotam esses feijões revitalizados, é possível que em breve estejam apreciando o sabor dos “feijões-fava da Filadélfia” durante o outono, da mesma forma que o mundo se desloca até o Novo México em busca das pimentas Hatch ou até a França em busca do champanhe.

Atravessando assim, fronteiras entre agricultores, chefs e consumidores, a iniciativa busca transformar essa fonte de proteína vegetal em um fenômeno gastronômico que conquistará destaque!

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 11 de agosto
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