A empresa dinamarquesa de biotecnologia Enduro Genetics captou €12 milhões em uma rodada serie A para expandir sua tecnologia patenteada de “adição sintética”, que promete reduzir significativamente os custos e as emissões na biomanufatura.
A indústria de biomanufatura, que inclui setores como proteínas alternativas, enzimas industriais, materiais biodegradáveis e farmacêuticos, enfrenta desafios devido à queda de produtividade em larga escala. Isso ocorre porque os processos industriais levam às mutações dos microrganismos, resultando em variações entre as células. Essas alterações fazem com que os microrganismos priorizem sua própria sobrevivência em detrimento da produção, permitindo que células menos produtivas se proliferem e reduzam o rendimento final.
A tecnologia de “adição sintética” da Enduro Genetics resolve esse problema ao incorporar um mecanismo genético no hospedeiro microbiano de produção. Esse sistema vincula a produtividade de cada célula à sua saúde e crescimento, garantindo que apenas as células altamente produtivas sobrevivam. A solução permite uma biomanufatura consistente, escalável e economicamente viável, podendo ser aplicada a diversos sistemas de expressão onde a produção impõe um peso ao hospedeiro microbiano. Além disso, pode ser utilizada tanto em processos estabelecidos quanto em novos, acelerando o desenvolvimento e a comercialização de produtos inovadores.
A rodada contou com a participação dos fundos de investimento Supernova Invest, NOON Ventures e Sandwater, elevando o capital total captado pela Enduro para €18 milhões, incluindo subsídios do BioInnovation Institute e do European Innovation Council Accelerator. Com esses recursos, a empresa pretende expandir sua plataforma tecnológica e impulsionar sua comercialização.
Desbloqueando o potencial da biotecnologia
Um relatório publicado no ano passado pelo Boston Consulting Group em parceria com a biotech Synonym, de Nova York, apontou que a capacidade global de biomanufatura precisaria crescer 20 vezes para que o setor alcançasse seu potencial máximo. O estudo destacou que a biomanufatura em larga escala está alinhada com metas globais de sustentabilidade, permitindo a transição de processos baseados em animais e combustíveis fósseis para alternativas sustentáveis e de baixo carbono.
A Enduro Genetics é liderada pelo CEO Christian Munch e pelo fundador e diretor científico (CSO) Peter Rugbjerg, criador da tecnologia de “adição sintética” e autor de publicações científicas sobre o tema. A empresa já atende clientes de destaque na indústria biofarmacêutica, alimentícia, agrícola e industrial.
“Resolver o desafio da variação celular na biomanufatura é uma questão que intriga a academia e a indústria há décadas”, afirmou Rugbjerg. “Muitas empresas são prejudicadas pelo fato de que apenas uma pequena parcela das células utilizadas nos bioprocessos atuais contribui para uma produção elevada. Na Enduro, estamos redefinindo os bioprocessos com uma nova tecnologia de otimização para liberar todo o potencial da biotecnologia, aprimorando processos que já são altamente eficientes. Esse financiamento nos permite acelerar a adoção por parte dos clientes e impulsionar a comercialização, ajudando os fabricantes a escalarem seus processos de forma sustentável e a promoverem mudanças significativas em indústrias que impactam a todos nós.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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