A Döhler, uma das maiores empresas de ingredientes do mundo, anunciou recentemente um investimento estratégico na startup britânica Nukoko, com o objetivo de expandir a produção do “primeiro” chocolate sem cacau, elaborado a partir de fava de feijão.
A parceria visa enfrentar os desafios da indústria do cacau, como o aumento nos preços (89% em 2023) causado pelas mudanças climáticas e pela queda nas safras, além dos impactos ambientais e problemas socioeconômicos, oferecendo uma alternativa “deliciosa” e sustentável ao chocolate tradicional.
Com o apoio da Döhler, a Nukoko pretende ampliar sua produção de escala piloto para industrial até 2025, utilizando lotes de fermentação de 10.000 litros para aumentar a produção de forma eficiente. Além disso, a expertise da Döhler em processos regulatórios e segurança alimentar auxiliará a startup no lançamento de seu produto.
Rodrigo Hortega de Velasco, representante da Döhler Ventures, afirmou: “A tecnologia da Nukoko apresenta uma solução inovadora para a indústria de alimentos e bebidas. Estamos orgulhosos de apoiar a ampliação de seu chocolate sem cacau, alinhando-se à nossa missão de impulsionar inovações alimentares sustentáveis.”
Fava de feijão + fermentação do cacau
A Nukoko foi fundada em 2022 pelos empreendedores de chocolate Ross Newton e Kit Tomlinson, juntamente com o cientista de pesquisa em cacau Professor David Salt, com o objetivo de criar uma alternativa ao chocolate utilizando ingredientes locais. Em março deste ano, a startup captou US$ 1,5 milhão para escalar sua tecnologia e anunciou acordos de desenvolvimento com o varejista suíço Coop Group.
A Nukoko utiliza uma tecnologia de fermentação patenteada que imita o processo tradicional de fermentação do cacau, criando os sabores característicos do chocolate a partir da fava de feijão — uma planta fixadora de nitrogênio que pode ser cultivada no Reino Unido. Essa inovação na fabricação é considerada capaz de reduzir as emissões de carbono em até 90%, comparado aos produtos tradicionais à base de cacau.
A empresa afirma que o processo de fermentação não só traz sustentabilidade, mas também um produto que se comporta como o chocolate tradicional: derrete, molda e mistura com facilidade, oferecendo suavidade e capacidades de temperagem. Além disso, pode ser integrado de forma simples em linhas de produção para criar produtos de panificação, confeitaria e diversos tipos de sobremesas.
Além disso, o chocolate da Nukoko é considerado mais saudável do que o chocolate convencional, com 40% menos açúcar e mais proteínas, fibras e antioxidantes, sem comprometer o sabor.
Ross Newton, cofundador da Nukoko, comentou: “Estamos entusiasmados com nossa colaboração com a Döhler, um dos maiores especialistas em fermentação do mundo. O apoio deles é fundamental para nos ajudar a alcançar a produção em escala industrial e levar nossa alternativa revolucionária ao chocolate para o mercado.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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