O Dia Mundial dos Oceanos é comemorado no dia 8 de junho e a melhor celebração possível é promover sua proteção buscando maior sustentabilidade!

A Veganuary, ONG internacional que promove o veganismo, celebra uma nova versão da sua semana #ComerSemPeixe, campanha que torna visíveis os malefícios da indústria pesqueira, que, por meio do uso excessivo de antibióticos e pesticidas, entre outros, acarreta riscos tanto para a saúde humana como para os diferentes ecossistemas que compartilhamos.

Dia Mundial dos Oceanos

Durante a primeira semana de junho, o Veganuary estará divulgando informações relevantes em seu site e redes sociais, juntamente com receitas e substitutos vegetais para o peixe, com o propósito de conscientizar a população e incentivar a eliminação desses produtos de origem animal da dieta.

Ao lado da ONG, participem veganas famosas que também são apoiadoras do Veganuary. A embaixadora Hana Khalil preparou um vídeo apresentando uma receita especial e exclusiva de Sanduíche de substituto de atum. A renomada chef Drica Avelar, que vive em uma kombi viajando com sua cachorrinha, compartilhará com a audiência uma receita irresistível de sushi vegano que certamente deixará todos com água na boca.

A nutricionista vegana Alessandra Luglio preparou um vídeo exclusivo para a ocasião, onde explica sobre os motivos pelos quais deveríamos eliminar o consumo de peixe em nossa alimentação. A ativista vegana Brunna Sachs, compartilhará uma deliciosa receita de ceviche vegano, enquanto a chef Luisa Mafei, da Cozinha Afetiva, ensinará como preparar um filé empanado sem peixe, usando couve-flor.

Impacto da contaminação

A Fiocruz divulgou um estudo mostrando que os peixes consumidos na Amazônia apresentam contaminação por mercúrio muito acima do limite estabelecido pela OMS. Em Roraima, por exemplo, 40% dos peixes ultrapassavam o limite de mercúrio, já no Acre, mais de 35% deles.

De acordo com o Ministério da Saúde: “Considerando os estratos populacionais mais vulneráveis à contaminação, mulheres em idade fértil estariam ingerindo até oito vezes mais mercúrio do que a dose indicada e crianças de 2 a 4 anos, até 27 vezes mais do que o recomendado”. Foram examinados mais de mil exemplares de peixes de 80 espécies distintas, adquiridos em mercados, feiras e diretamente de pescadores, para simular as experiências cotidianas dos consumidores locais.

Conforme relato da Sea Shepherd Brasil, foram identificados diversos metais pesados em peixes, tubarões e raias, com destaque para o Arsênico, Mercúrio, Cádmio e Chumbo. Esses elementos se acumulam nos tecidos dos peixes e consequentemente acabam no corpo humano, ocasionando efeitos tóxicos que podem acelerar o desenvolvimento de diversas doenças. A contaminação dos peixes amazônicos acontece principalmente por conta do garimpo ilegal, atividade difícil de controlar.

Campanha ´Comer Sem Peixe´

De acordo com Mauricio Serrano, diretor de Veganuary na América Latina: “através da campanha ´Comer Sem Peixe´, queremos conscientizar milhares de pessoas de que sempre é tempo de ajudar esses animais, os oceanos e nossa própria saúde. Tomando a decisão de retirar peixe e frutos do mar da mesa, as pessoas deixarão de apoiar uma indústria que está destruindo os nossos mares”.

Considerando as particularidades de cada país na luta contra os perigos iminentes para a vida marinha e os oceanos, é importante destacar o progresso realizado pela Argentina nos últimos dois anos. O país proibiu a exploração da indústria do salmão na província da Terra do Fogo, estabelecendo um marco significativo para a proteção dos ecossistemas. Esse avanço serve de exemplo para outros países, que também podem desempenhar um papel importante por meio de ações concretas, seguindo o exemplo da Argentina.

Por que eliminar o peixe da sua dieta?

Além dos impactos negativos nos oceanos e na vida marinha, a produção de espécies marinhas envolve fatos que muitas pessoas desconhecem, o que pode contribuir para conscientizar a população. Um desses fatos é o impacto ambiental. A sobrepesca e a pesca ilegal esgotaram os estoques de pesqueiros em todo o mundo. Além disso, práticas como a pesca de arrasto causam danos aos habitats marinhos, provocaram na destruição de recifes de coral e morte de outras espécies.

Segundo, poluição e toxinas. Os oceanos estão cada vez mais poluídos e acumulam uma série de contaminantes químicos. “Comer peixe não é saudável e pode ser considerado perigoso para a saúde humana”, diz Alessandra Luglio, nutricionista especializada em alimentação vegana. “Os peixes filtram as águas onde estão acumulados os metais pesados e isso vai se impregnar nos seus tecidos e esse é o grande problema.”

Além disso, a indústria pesqueira gera capturas desnecessárias e danos à vida marinha. A pesca comercial resulta na captura de espécies não-alvo, como tartarugas marinhas, golfinhos, aves marinhas, assim como tubarões.

A campanha #ComerSemPeixe, de Veganuary, convida a população a repensar o consumo de peixes e frutos do mar. O nutricionista explica que o consumo de alimentos de origem vegetal continua sendo o mais sustentável e seguro que os produtos de origem animal.

“Os estudos mostram que o maior contato humano com microplásticos e metais pesados é através do consumo de peixe, frutos do mar e água contaminada. Nós podemos e devemos deixar os animais e os oceanos em paz, para que todos vivamos em harmonia e todos sejamos saudáveis ”, acrescenta Fuentes.

Nutrientes

Do ponto de vista nutricional, o consumo de peixe oferece benefícios ao fornecer ômega-3, além das vitaminas D e A, que são lipossolúveis, ao organismo. O ômega-3, em particular suas formas ativas EPA e DHA, desempenham um papel importante no desenvolvimento do sistema nervoso central e da retina, especialmente durante a gravidez e os primeiros anos da infância. Portanto, garantir o consumo adequado de ômega-3 durante essas fases é essencial.

Ao aderir a uma alimentação à base de plantas, é possível obter esses nutrientes de fontes vegetais. De acordo com o especialista em alimentação vegetariana/vegana e nutrição esportiva: “podemos incluir fontes vegetais de ômega-3 em nossa alimentação, como linhaça e sementes de chia, junto com seus óleos, além de nozes e óleo de canola”. O especialista destaca que essas fontes vegetais fornecem ácido alfa linolênico (ALA), que em nosso corpo se transforma em EPA-DHA (as moléculas ativas de ômega-3). “Podemos cobrir nossos requisitos de EPA e DHA consumindo 1-2 colheres de sopa de sementes de linhaça ou chia, 1-2 colheres de sopa de óleo de linhaça ou chia ou 4 unidades de nozes”, detalha.

É importante destacar que a principal fonte de vitamina D é a síntese realizada pelo próprio corpo após a exposição aos raios ultravioleta do sol. Portanto, dedicar de 10 a 20 minutos diários para se expor ao sol pode nos ajudar a suprir nossas necessidades dessa vitamina. Quanto à vitamina A, podemos encontrá-la na forma de betacaroteno em frutas e vegetais de cor alaranjada, como cenouras, batatas-doces e alimentos semelhantes.

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 8 de junho
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