A CellMEAT, startup sul-coreana, desenvolveu com sucesso um protótipo de caviar cultivado, uma alternativa ao caviar tradicional proveniente de esturjão.

O protótipo desenvolvido pela empresa tem como base o caviar Osetra, uma das variedades mais populares de alimentos de luxo. A empresa oferece o produto acabado em diferentes formatos e tamanhos, proporcionando um sabor menos “peixoso” e uma textura superior ao caviar tradicional.

Caviar cultivado

O caviar é um ingrediente luxuoso que conta com diversos consumidores, no entanto, a forma como o caviar de esturjão é colhido é controversa. Esse processo pode envolver práticas cruéis, como a extração dos ovos do esturjão vivo – uma espécie ameaçada.

De acordo com a CellMEAT, o caviar cultivado é uma alternativa ética e sustentável ao tradicional sem alterar o sabor ou a textura.

Além disso, o caviar cultivado da CellMEAT traz benefícios para o ambiente marinho, que sofre com a poluição e a pesca predatória. A empresa afirma que sua tecnologia permite a produção em larga escala de caviar baseado em células, o que pode ajudar a reduzir o impacto ambiental causado pela produção tradicional de caviar.

Sustentabilidade

Os esturjões possuem longevidade de até 100 anos e não se reproduzem anualmente. No entanto, a sobrepesca, juntamente com os ciclos reprodutivos lentos, tem contribuído para um declínio populacional significativo nos últimos anos, levando a uma situação preocupante.

Especificamente, o esturjão Beluga, encontrado no Mar Cáspio e bastante utilizado na produção de caviar, está listado como ameaçado. Além disso, outras espécies comercialmente importantes do Mar Cáspio, como o esturjão russo, persa, estrelado e de navio, que são as principais fontes de caviar selvagem, também enfrentam riscos consideráveis e estão ameaçados de extinção.

A vida marinha está enfrentando ameaças crescentes decorrentes da poluição por microplásticos e do aquecimento das temperaturas oceânicas, que são consequências das mudanças climáticas. De acordo com as Nações Unidas, o aumento das temperaturas oceânicas aumenta o risco de “perda irreversível dos ecossistemas marinhos e costeiros”.

Estimativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura mostram que metade das espécies marinhas do mundo pode estar à beira da extinção até 2100.

Após a rodada de investimento da Série A de US$ 8,1 milhões no ano passado, a CellMEAT anunciou que está desenvolvendo outros protótipos de frutos do mar. Anteriormente, a empresa já havia divulgado que seu camarão cultivado, chamado Dokdo Shrimp, estava pronto para entrar no mercado, pendente de aprovação regulatória.

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Imagem ilustrativa de capa: Divulgação CellMEAT

Por Ana Cristina Gomes em 4 de maio
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