Nos últimos anos, a indústria alimentícia tem testemunhado transformações significativas no que diz respeito às fontes de proteína. Alternativas à carne convencional, como as carnes vegetais e a carne cultivada em laboratório, têm ganhado destaque, suscitando debates sobre qual dessas opções dominará o mercado no futuro.

O crescimento das carnes vegetais

As carnes vegetais, produzidas a partir de proteínas vegetais, têm conquistado uma fatia crescente do mercado. No Brasil, por exemplo, as vendas de substitutos vegetais de carnes e frutos do mar cresceram 38% em 2023, atingindo R$ 1,1 bilhão, quase o dobro do faturamento projetado para 2025.

Globalmente, o mercado de carne vegetal nos Estados Unidos está em expansão e deve alcançar US$ 5,25 bilhões até 2029, com um crescimento anual composto de 15,18%. Esse aumento é impulsionado por preocupações relacionadas à saúde e à sustentabilidade ambiental.

Empresas como a Heura, na Espanha, têm se destacado ao oferecer produtos que imitam de perto as características da carne animal, tanto em sabor quanto em textura. Fundada em Barcelona, a Heura alcançou uma faturação de 38,3 milhões de euros em 2023, evidenciando a crescente aceitação do público por alternativas vegetais.

Avanços na carne cultivada

Paralelamente, a carne cultivada em laboratório, produzida a partir do cultivo de células animais em ambientes controlados, tem se mostrado uma alternativa promissora à carne tradicional. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em 2024, uma resolução que regulamenta o registro desse tipo de alimento, permitindo sua comercialização a partir de 2025.

Pesquisadores brasileiros têm se dedicado ao desenvolvimento de tecnologias para viabilizar a produção de carne cultivada. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, desenvolveu uma alternativa ao soro fetal bovino, utilizado na produção de carne cultivada, substituindo-o por hidrolisados de resíduos vegetais, como farelos de soja e amendoim. Essa substituição pode reduzir significativamente os custos de produção e oferecer uma opção mais ética.

Tendências e perspectivas para o futuro

As tendências alimentares de 2025 apontam para uma continuidade na implementação de inovações já desenvolvidas nos anos anteriores. Especialistas preveem que haverá transições, sinergias e efeitos combinados entre as diversas fontes de proteína, sem mudanças radicais.

Eventos como a New Meat Brazil 2025, programada para ocorrer no Brasil, destacam-se como pontos de encontro para discutir o futuro do setor de proteínas, reunindo líderes e inovadores do mercado de carnes vegetais e cultivadas.

O futuro das proteínas parece caminhar para uma diversificação de fontes, com as carnes vegetais e a carne cultivada em laboratório oferecendo alternativas à carne convencional. Cada uma dessas opções apresenta vantagens específicas, como benefícios ambientais, éticos e de saúde. O mercado global está atento a essas inovações, e o Brasil, com seus avanços tecnológicos e regulamentações recentes, posiciona-se como um player relevante nesse cenário.

À medida que a tecnologia avança e os consumidores se tornam mais conscientes das questões ambientais e de saúde, é provável que testemunhemos uma coexistência de diversas fontes de proteína no mercado, atendendo a diferentes preferências e necessidades nutricionais.

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