Quer conhecer uma empresa com planos de comercializar bife cultivado?

A sul-coreana Seawith levantou US$ 5,43 milhões (6,5 bilhões de won sul-coreano) em uma rodada da Série A. 

A empresa quer comercializar bife cultivado por um preço bem barato

Conforme o Vegconomist, o objetivo é liderar esse setor e comercializar bifes cultivados a US$ 3 por quilo até o final dessa década. Além disso, um grande diferencial da empresa é a substituição do soro fetal bovino — insumo de origem animal que auxilia no crescimento das células  — pelas algas, que além de não envolver esse tipo de crueldade também torna o produto mais barato. 

Para completar a rodada, a marca também contou com o investimento de ₩ 1 bilhão (US$ 834 mil) para auxiliar a escalar suas operações. Ainda, contou com o apoio de HG Intiative (HGI), Daily Partners, Enlight Ventures, SL Investments, Daesung Startup Investments, e Blue Point Partners. 

Um dos objetivos da empresa é trazer o bife cultivado para o mercado ainda nesse ano, através de sua marca Welldone. Porém, ainda dependem da aprovação regulatória para comercializar no país, até o momento, só Cingapura liberou o comércio da carne cultivada. 

O CEO da empresa, Lee Hee-jae, comentou ao Venture Square que muitas empresas de proteínas alternativas do estrangeiro se interessaram pela tecnologia da Seawith, dessa forma, estão se preparando para colaborar com pesquisa e desenvolvimento de produtos. Também afirmou que irão investir em instalações de produção e na comercialização dos alimentos.

Mercado de carne cultivada 

Apesar da carne cultivada ainda não estar disponível em muitos países, é esperado que esse mercado atinja US$ 25 bilhões até o ano de 2030, conforme informações da consultoria McKinsey

Entretanto, há diversos fatores que podem influenciar nesse resultado: aqui vemos a resposta política (a Coreia do Sul ainda precisa aprovar a carne cultivada para o alimento ser comercializado) e o fator preço (empresas fazendo esforços para reduzir os custos de produção). 

Outro fator que é importante ser levado em consideração é a aceitação do consumidor.

Como é essa situação na Coreia do Sul? Conforme uma pesquisa realizada pela Rakuten Insights, informada pela Statista, 43,53% das pessoas falaram que comeriam carne cultivada, enquanto 56,47% disseram que não. 

A pesquisa foi realizada entre 11 e 30 de novembro de 2021, com mais de 9.300 participantes, todos acima de 16 anos. 

Falamos por aqui sobre uma pesquisa similar da Merck, feita com cientistas, que foram questionados se estariam abertos a experimentar o alimento. A maioria (55%) era da América do Norte, 6% do Reino Unido, enquanto os outros eram de outros locais da Europa, sendo que alguns poucos eram da América Latina e da Ásia.

Aqui 66% respondeu que poderia provar o alimento, 5% rejeitou a ideia e 19% não tinha decidido. 

Portanto, podemos ver que o mercado de carne cultivada está crescendo, mas apresenta alguns desafios. 

Sobre a Seawith 

A empresa foi fundada em março de 2019. 

“Somos uma empresa que aumenta o valor da vida, adicionando nossa própria tecnologia ao poder do mar”, destacou. 

Atualmente, possui a marca Welldone, para carne cultivada, e a Yo.od que produz algas com baixo teor de iodo, utilizando tecnologia proprietária. 

No final de 2021, a empresa também foi reconhecida por desenvolver materiais biológicos utilizando recursos marinhos, sendo nomeada a quarta Representante Nacional das 1000 Empresas Inovadoras pelo Ministério dos Oceanos e Pescas. 

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*Imagem de capa: Divulgação Seawith 

Por Amanda Stucchi em 16 de fevereiro
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