Você sabe qual é a situação da regulamentação dos alimentos plant-based no Brasil? Atualmente esse mercado não é regulamentado no país, por isso, o Ministério da Agricultura abriu no dia 11/06 (sexta-feira) um formulário online para receber contribuições tecnicamente fundamentadas a respeito de sua regulação. O Órgão classifica esses produtos como: “Produtos assim autodenominados que, apesar de sua composição estritamente vegetal, fazem referência a produtos de origem animal, seja através de suas características intrínsecas, organolépticas [propriedades facilmente percebidas pelos sentidos humanos], rotulagem, ou ainda, na forma de uso ou consumo”.
O formulário sobre a regulamentação dos alimentos plant-based, com 23 perguntas, ficará disponível durante um período de 90 dias contados a partir da data de publicação, retirando o dia que a pesquisa se iniciou e incluindo a data final. Conforme José Guilherme Tollstadius Leal (Secretário de Defesa Agropecuária) escreveu no Diário Oficial da União, o objetivo é a ampla divulgação do assunto e que órgãos, entidades e pessoas possam participar dessa discussão.
Glauco Bertoldo, Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério, disse em uma declaração à imprensa: “A tomada pública de subsídios é uma ferramenta importante por permitir a participação de todos os envolvidos no processo e por auxiliar na tomada de decisões regulatórias, além de propiciar maior transparência ao processo e buscar conhecer às expectativas dos interessados no assunto”.
Mercado dos alimentos plant-based
O mercado plant-based está em crescimento e existem várias pesquisas que confirmam essa afirmação. Conforme uma estimativa do The Good Food Institute (GFI) o mercado global plant-based irá atingir entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até o ano de 2035. Outra pesquisa interessante a respeito do assunto é a do relatório Plant based food market da Meticulous Research, que diz que esse mercado irá atingir US$ 74,2 bilhões em 2027, tendo um crescimento de CAGR de 11,9% durante o período previsto (2020-2027).
Segundo um trecho do relatório: “O foco crescente em pesquisa, desenvolvimento e lançamentos de novos produtos à base de plantas, a fabricação de proteínas alternativas, e a crescente demanda das economias emergentes – Ásia-Pacífico, América Latina, Oriente Médio e África – devem criar oportunidades de crescimento lucrativas para os participantes que operam neste mercado”, em tradução livre.
Também é citado que a pandemia do coronavírus teve um impacto positivo em várias empresas plant-based, um exemplo é a Beyond Meat, cuja receita líquida do primeiro trimestre de 2020 aumentou 141% com relação a 2019, ficando em mais de US$ 97 milhões contra o valor acima de US$ 40 milhões do primeiro trimestre do ano anterior.
Além disso, são dadas informações a respeito de alergias alimentares, uma questão de saúde que incentiva a criação de alimentos alternativos, pois, segundo a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, aproximadamente 30 mil atendimentos de emergência, 2 mil hospitalizações e 150 mortes acontecem no país por conta de alergias alimentares graves. Os principais alimentos causadores de alergias, cerca de 90%, conforme o National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), são os ovos, leite, peixe, carne vermelha, soja e nozes.
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*Imagem de capa: Pixabay