Você já imaginou que seria possível substituir o gesso hospitalar por uma órtese feita de milho e beterraba? Um dos impactos do gesso em contato com o solo é a contaminação do lençol freático, pois esse material é facilmente solúvel, o que promove a sulfurização do solo, criando bolsões que desestabilizam o terreno. Incinerar esse material também produz o dióxido de enxofre, considerado um gás tóxico. Pensando nessa questão, a Fix it desenvolveu um modelo de órtese sustentável para auxiliar nesse problema ambiental, com plásticos biodegradáveis derivados de beterraba, cana-de-açúcar e milho, tudo isso utilizando a tecnologia de impressão 3D. 

O produto pode ser utilizado em fraturas e casos pós-cirúrgicos, tanto para os membros superiores como para os inferiores. A órtese sustentável já reduziu 2,5 toneladas de gesso que seriam descartadas no meio ambiente, tendo atendido mais de 4 mil pacientes. Possui uma durabilidade de até 3 anos e, após a primeira aplicação, ainda podem ser remodeladas 4 vezes, além disso, se o produto for colocado em uma composteira de forma correta, se decompõe em até 1 ano. Depois do tratamento, o paciente também pode entregar as órteses em uma das unidades da Fix it, que se responsabiliza por seu descarte correto. 

Órtese sustentável da Fix It
Imagem: Divulgação da Fix It

Aliás, sabia que os produtos da Fix It apresentam outras vantagens? As órteses também facilitam a limpeza, por ter um design vazado e, diferente do gesso, não coçam, são à prova de água, não esquentam, são hipoalergênicas e pesam menos. Conforme declaração de Felipe Neves, co-founder e CEO da empresa, ao Ciclo Vivo: “Temos em mente que os procedimentos utilizados em fraturas devem ser os mais práticos, eficientes e confortáveis. Nós aliamos novas tecnologias com a expertise de vários profissionais para liderar um novo caminho no tratamento de lesões e imobilizações”.

Considerando o âmbito hospitalar, as órteses também apresentam vantagens de uma aplicação ágil (o processo demora cerca de 5 minutos) e de ter um custo mais baixo, pois são radiotransparentes e não precisam ser retiradas do braço para realizar um Raio-X, por exemplo. Isto iria requerer uma segunda aplicação de gesso. 

Passo a passo da aplicação da órtese sustentável 

Bateu curiosidade? O vídeo no canal da marca explica o processo da aplicação da órtese:

  • Um profissional treinado pela equipe (chamado de Fixiter) realiza uma avaliação completa do paciente. Nesta avaliação são coletadas informações como tipo de tala, cor desejada e medidas necessárias para desenvolver o produto; 
  • Essas informações são enviadas para a Central e é lá que são feitos os modelos 3D das talas, que é personalizado e sob medida; 
  • Este modelo digital é enviado para uma das unidades da Fix it, que desenvolve o produto através da impressão 3D;
  • É agendado um retorno com o paciente, no qual o profissional aplica a tala.  

História da Fix it

A startup Fix it surgiu em 2015 no Rio Grande do Norte, criada por Felipe Neves e seu sócio, Hebert Costa, em um evento de empreendedorismo em Natal, no qual precisaram desenvolver um produto para ser lançado no comércio. Os dois tinham formação na área de saúde, sendo que Neves é fisioterapeuta e Costa é biomédico, e tiveram essa ideia.  Atualmente a startup faz parte do grupo Eretz.bio, uma iniciativa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, que busca transformar o setor da saúde e apoiar o desenvolvimento dessas novas soluções. 

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*Imagem de capa: Divulgação da Fix It

Por Amanda Stucchi em 8 de junho
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