Um relatório elaborado pela Dansk Vegetarisk Forening (Sociedade Vegetariana da Dinamarca) e pela Fonden for Okologisk Landbrug (Fundação para Agricultura Orgânica) analisou o potencial de alimentos orgânicos plant-based para serem comercializados em supermercados e estabelecimentos de serviços alimentares.

O relatório é resultado de um estudo de campo de quatro meses, que incluiu entrevistas com stakeholders-chave, observações em supermercados e participação em eventos relevantes. Com base na pesquisa, os autores do relatório compilaram diversas recomendações direcionadas a diferentes níveis da cadeia de suprimentos. Há seis pontos-chave a serem considerados:

  1. Sabor — Avaliadores externos e imparciais de sabor devem ser utilizados para garantir que os alimentos à base de plantas tenham o melhor sabor possível, juntamente com um painel diversificado de provadores, como consumidores, chefs e colaboradores de outros departamentos. Compradores e demais funcionários devem receber treinamento em análise sensorial, enquanto pratos à base de plantas devem ser servidos nos locais de trabalho de supermercados e serviços alimentares para familiarizar a equipe com os sabores.
  2. Conhecimento — Redes de supermercados e atacadistas devem possuir um conhecimento organizacional sólido sobre alimentos à base de plantas; isso inclui fortalecer a compreensão e a confiança dos funcionários na categoria. Esses alimentos devem ser integrados a programas educacionais do setor, e as empresas devem estabelecer uma meta mínima para interações entre seus funcionários e produtores de alimentos à base de plantas.
  3. Comunidade — As redes de supermercados devem colaborar com produtores de alimentos para desenvolver novos produtos, enquanto profissionais do setor devem ter tempo designado para participar de eventos externos de networking relacionados aos alimentos orgânicos à base de plantas.
  4. Layout das lojas — Os layouts dos supermercados devem direcionar os consumidores para os produtos à base de plantas; isso pode incluir a disposição de alimentos veganos ao lado de seus equivalentes de origem animal. Os fabricantes devem estar cientes de como um produto se encaixará na variedade da loja, onde será colocado e com quais produtos competirá. Funcionários da loja devem ter tempo para experimentar diferentes disposições.
  5. Preços — As lojas devem adotar uma estratégia de preços baixos fixos para alimentos orgânicos à base de plantas. Esses produtos também devem ser anunciados e incluídos em promoções de vendas com a mesma frequência que os produtos de origem animal.
  6. Comunicação interna — Dentro das redes de varejo, lojas individuais devem ter liberdade para experimentar uma variedade de produtos orgânicos à base de plantas. As organizações devem ter redes internas para compartilhar responsabilidades pela categoria de produtos à base de plantas.

Transição Verde da Dinamarca

Em outubro, a Dinamarca tornou-se o primeiro país do mundo a desenvolver um plano de ação nacional para promover alimentos à base de plantas. O plano inclui estratégias como a capacitação de pessoal em cozinhas públicas e privadas, juntamente com a promoção de dietas plant-based em escolas primárias e no ensino superior.

Na semana passada, a Fundação Dinamarquesa para Alimentos Plant-Based anunciou 36 projetos selecionados para receber apoio do seu Fundo de Plantas. O fundo foi estabelecido como parte do Acordo do Governo Dinamarquês sobre a Transição Verde da Agricultura Dinamarquesa, assinado em 2021.

“Nossa visão é um mundo mais sustentável, ético e saudável, que seja melhor para os animais, as pessoas e o planeta. Nossa missão é informar e inspirar as pessoas, especialmente os profissionais, para abrir caminho para uma mudança estrutural de nosso sistema alimentar em direção a mais alimentos plant-based”, disse Rune-Christoffer Dragsdahl, Secretário-Geral da Sociedade Vegetariana da Dinamarca, à vegconomist no início deste ano.

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