A WeWe, plataforma de projetos de sustentabilidade, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e com apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Governo do Estado do Amazonas, desenvolveu o projeto Amazon Movement que preserva o bioma e apoia comunidades na região.
A iniciativa conta com três pilares que são o restauro florestal, social e econômico já que perceberam que não adiantaria reconstruir a floresta e não auxiliar a população.
O empreendimento é dividido em dois segmentos distintos, como o Instituto WeWe, atividade sem fins lucrativos onde ficam os restauros e ações de recomposição de florestas, bem como a empresa WeWe, onde estão projetos de empreendimento agroflorestal e certificação para oferecer solução empresarial.
O projeto plantou 20 mil mudas de árvores nas regiões das comunidades da Reserva de Desenvolvimento sustentável do Rio Negro, como: São Sebastião do Saracá, Terra Preta (Parque Nacional de Anavilhanas) e Parque Estadual Sumaúma (Manaus). No momento, estão cuidando das sementes e vão acompanhá-las durante cinco anos, após isso, continuarão sozinha.
Roberto Dotta Filho, administrador criador da iniciativa, enxerga a Amazônia como fundamental, porém, afirmou: “A WeWe começou pelo bioma da floresta Amazônica, mas não temos essa limitação. Estamos sendo convidados, inclusive, para ver outros biomas do Brasil e fora do Brasil”.
WeWe: projeto com ações que preservam o bioma e apoiam a comunidade
Quer conhecer algumas das ações desenvolvidas pela iniciativa para preservar o bioma e apoiar a comunidade? Vamos falar aqui!
As pulseiras criadas pela comunidade Saracá
O projeto, iniciado em janeiro deste ano, se mantém majoritariamente por capital próprio.
Porém, já criou uma forma em que todos os interessados podem contribuir e se sentir parte do movimento: são as pulseiras de semente de açaí descartadas por serem inférteis, produzidas na comunidade Saracá por meio do grupo de mulheres chamado “Formiguinhas do Saracá”.
O produto possui embalagens de palha de palmeira trançada, acompanhando uma medalha com link de QR Code, ali os usuários conseguem acompanhar o crescimento e manutenção da floresta, com imagens de satélite atualizadas e dados técnicos do local.
As pessoas que adquirem uma ou mais árvores para restauro (a partir de R$ 25), recebem o produto como forma de agradecimento em qualquer local do Brasil.
“As pulseiras são uma forma que encontramos de fazer as pessoas repensarem. Tem uma participação bem pequena no projeto, mas é um modo de trazermos para a sociedade um caminho para, por exemplo, alguém de São Paulo participar de um projeto desses”, apontou o fundador, mostrando o quanto o Amazon Movement é democrático e acessível.
Ele também ressaltou que existem outras atividades econômicas que podem vir com a WeWe e devem remunerar, tornando o projeto mais economicamente sustentável conforme mostrou os planos de negócios.
O banco de sementes
O Banco de Sementes é outra ação para auxiliar a comunidade, criada pela WeWe em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Governo do Estado do Amazonas.
“Estamos financiando o curso de Coletores de Sementes, treinando e capacitando a comunidade nessa profissão nova para eles. A comunidade coleta sementes diversas, a Universidade cataloga e certifica que essas sementes são de qualidade e saudáveis. Damos a garantia de compra desses produtos para eles, sendo que a maior parte da demanda agora é para o Amazon Movement”, informou Roberto.
A ideia é trazer as sementes nativas da Amazônia para o futuro marketplace da instituição, outra opção é comprar e depois repassar para outros projetos de restauro que terão demanda.
O marketplace será lançado em breve
Uma outra atividade econômica que planejam lançar é um marketplace, onde darão espaço para outros projetos sustentáveis feitos de forma séria comercializarem seus produtos artesanais, bem como uma área de viveiros para vender plantas, mudas, sementes, árvores artesanais e nativas que atenderá tanto o consumidor final quanto projetos grandes de restauro.
“Isso vai ser bom porque tem muitos projetos de viveiro espalhados pelo Brasil que estão distantes das cidades, não tem e-commerce, nem nada. Com isso, poderíamos dar acessibilidade para eles e uma solução logística”, comentou.
A certificadora
O empreendimento também está criando em sua área corporativa uma certificadora que dará o selo WeWe. A ação servirá para auditar projetos de manejo e acompanhá-lo.
No momento, a parte off-line da certificadora já está acontecendo, mas, também há o desejo de fazer uma parte on-line com A Floresta Digital que servirá para acompanhar o manejo, com o planejamento físico e financeiro, controlando cada etapa dele. Atualmente, a WeWe já possui essa documentação em uma planilha de Excel, mas estão transformando isso em um aplicativo onde as empresas poderão acompanhar os projetos de manejo que farão.
Para ter uma ideia, a empresa pode fazer um projeto de manejo customizável onde restaura a floresta por ela mesma, então, a WeWe monta um projeto de manejo em uma área propícia para recebê-lo. Outra possibilidade é a empresa contratar o serviço da Floresta Digital, acompanhando on-line o passo a passo do manejo que pode ser contratado ou feito por ela mesma.
“A empresa pode achar interessante para os investidores, sócios e clientes ter um selo atestando essas iniciativas. Ela contrata o Selo WeWe e fornecemos para ela toda a auditoria do projeto”, completou Roberto.
Além disso, também servirá para certificar o sequestro de gases de efeito estufa, devido à regularização do mercado de carbono brasileiro: “Deve vir uma grande demanda e queremos estar preparado para atender”, afirmou o administrador.
A importância da academia
A WeWe também realiza, através de um convênio com a UFAM, o patrocínio de estudos de mestrandos e doutores em teses relacionadas ao projeto. Dessa forma, abrem bolsas para as pesquisas.
“Temos uma comissão interna que avalia as bolsas, dependendo da pesquisa damos 100% de bolsa ou um percentual equivalente que seja possível e tenha a ver com os objetivos”, complementou Roberto.
O fundador destacou o quanto é importante a inovação que a academia traz: “Podemos encontrar novas soluções e novos caminhos, tanto para a sustentabilidade quanto para o desenvolvimento sustentável da floresta. É só com ciência que chegamos a isso”, informou.
O primeiro projeto que apoiam é o Banco de Sementes, realizado em parceria com a UFAM.
Planos para o futuro
Um outro plano para o futuro é criar o WeWe Blue para cuidar dos rios e mares.
“Um tempo atrás fundei a Associação Nossa Guarapiranga em São Paulo, eu era comodoro no Yacht Club na Guarapiranga e para poder preservar e recriar o entorno criamos uma associação”, destacou o fundador.
Por último, questionamos qual é a maior recompensa de ter desenvolvido o Amazon Movement: “Quando você fala com o povo local e você vê o resultado que o projeto tem para eles e eles gostam de coração, você vê acontecendo, é uma satisfação, uma alegria. Você chega a ficar emocionado”, concluiu Roberto.
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*Imagem de capa ilustrativa: Unsplash