O venture capital é uma modalidade de investimento que reúne vários investidores qualificados em uma oportunidade de lucrar e fazer parte do crescimento de uma startup nova no mercado e com alto potencial de crescimento, se estiverem dispostos a arcar com os riscos e abrir mão da liquidez.

 

Você está buscando investimentos alternativos para diversificar sua carteira ou procurando oportunidades para fazer seu negócio se destacar no mercado e se depara com esse termo americanizado: venture capital.

Muitos investidores já estão lucrando e muitas startups encontram aqui a oportunidade de levar suas ideias inovadoras adiante, os números não mentem.

No Brasil, só no primeiro semestre de 2021 houve um investimento de U$5,2 bilhões em startups, um recorde no setor.

Mas o que é realmente o venture capital? Ele serve para o meu negócio? Vale a pena como investimento?

Calma, criamos este artigo, e vários outros sobre investimentos alternativos, para guiá-lo na sua pesquisa sobre o mercado financeiro. Entenda de uma vez por todas o que é o venture capital, boa leitura!

O que é venture capital?

Também conhecido como capital de risco, o venture capital é um tipo de investimento onde as aplicações são feitas em empresas iniciantes de pequeno a médio porte, principalmente startups, que possuem grande potencial de crescimento no mercado.

O principal objetivo é potencializar o negócio para uma futura venda ou abertura de capital na bolsa de valores, que é quando o retorno do investimento acontece, assim como na modalidade de private equity e equity crowdfunding.

Existem duas modalidades principais de investimento:

  • General Partner (Parceiro Geral): onde cada investidor tem uma certa autonomia para escolher entre os projetos e realizar os investimentos.
  • Limited Partner (Parceiro Limitado): onde alguns investidores fazem a gestão enquanto outros apenas fazem aportes e recebem os lucros.

Como o venture capital funciona?

O venture capital funciona através de rodadas de investimento, iniciando na Seed e entrando nas Series A, Series B, etc, dependendo do quão madura é a empresa.

Normalmente startups estão em busca de recursos para se desenvolverem, já que são novas no mercado e seu faturamento não é muito alto.

Mas além de recursos financeiros, os investidores que colocam dinheiro nessas empresas também acabam contribuindo com o know-how, participando da gestão interna e das decisões estratégicas para o seu desenvolvimento.

Qual a diferença entre venture capital e private equity?

A principal diferença entre o venture capital e o private equity é o estágio no qual a empresa se encontra no mercado.

O venture capital é voltado para as startups iniciantes e inovadoras que ainda estão começando a se desenvolver, mas que já apresentam uma boa probabilidade de crescimento e rentabilidade, enquanto o private equity foca em empresas mais maduras, em processo de reestruturação ou de expansão.

As principais vantagens e desvantagens do venture capital

O venture capital é um bom negócio para ambos os lados, são várias as vantagens que essa modalidade oferece. Mas ele continua sendo um investimento de alto risco, por isso é necessário estar atento ao mercado e adquirir o máximo possível de conhecimento para investir com segurança.

Vantagens do Venture Capital

Alternativa aos bancos

Para as startups que optam por receber essa modalidade de investimento, a principal vantagem é a possibilidade de captar recursos sem que seja necessário pedir empréstimos a bancos ou outras instituições financeiras que normalmente dificultam para empresas em estágio inicial.

Alta rentabilidade

Os fundos de venture capital podem ter uma rentabilidade muito alta pelo potencial crescimento das startups e esse é um dos principais atrativos para os investidores, aqueles bem-sucedidos podem chegar a entregar 25% ao ano.

Diversificação

O venture capital é uma boa opção para os investidores que buscam formas alternativas de diversificar sua carteira.

Participação na gestão

Os investidores apoiam as startups muito além do que apenas no aspecto financeiro, as experiências e bagagens acumuladas do investidor poderão contribuir para o desenvolvimento interno da startup e para impulsionar seu crescimento.

Desvantagens

Risco considerável

Não há garantias dos resultados do seu investimento e nesse ponto isso é igual a todos os investimentos de renda variável que lidam com a instabilidade do mercado.

O que torna o venture capital ainda mais arriscado é o fato de que o investimento é feito em startups que ainda se encontram em estágio inicial, ou seja, as chances do negócio não ir pra frente são muito mais altas e, caso isso aconteça, todos perdem.

Baixa liquidez

Depois que o investidor compra uma cota no fundo de venture capital, esse valor só poderá ser resgatado (mais o lucro, se houver) depois do final do prazo que foi estabelecido, quando ocorre o desinvestimento – mas isso pode demorar de 5 a 10 anos após a criação do fundo.

Longo Prazo

O objetivo das startups é alcançar a posição de unicórnio (ser avaliada em 1 bilhão de dólares antes de fazer seu IPO na bolsa de valores) e isso pode levar entre 5 e 10 anos para acontecer.

Então o investidor tem que estar consciente do longo prazo que poderá levar para ter algum retorno do seu investimento. O indicado é não investir mais de 10% da sua carteira nesse tipo de ativo.

Como conseguir investimento de venture capital para minha startup?

As startups mais observadas e com mais chances de conseguirem se destacar aos olhos dos investidores e fundos de venture capital são aquelas que carregam inovação em seus objetivos e que tenham um potencial de rentabilidade considerável.

Um guia da Endeavor sobre venture capital apontou algumas características que são levadas em consideração pelos investidores, entre elas estão: tamanho do mercado para identificar se há demanda de crescimento, concorrência direta existente, diferenciais competitivos nas startups, aprovação de consumidores e estratégia de crescimento.

Quando uma startup é escolhida para investimentos ela recebe não apenas o dinheiro, mas também a oportunidade de aprender e ser guiada pelos investidores que possuem experiência na área.

E esse é um dos pontos principais a levar em consideração ao optar por se colocar à disposição no mercado, os sócios da startup devem estar dispostos a compartilhar as decisões finais com os novos sócios que chegarão através do fundo de venture capital.

Se você e seus sócios estão de acordo com isso, existem algumas dicas que podem seguir para ajudá-los a levar seu negócio para frente:

  • Divulgue ao máximo: vá atrás de possíveis investidores, crie uma base de networking na área da sua startup e também com os fundos de investimentos. Além disso, tenha preparado um pitch de vendas para apresentar seu negócio de maneira convincente e atrativa.
  • Crie um planejamento: não faça as coisas de modo aleatório, crie metas e objetivos para a sua prospecção e organize-se da melhor forma possível.
  • Entenda o que há de errado: caso as ofertas não apareçam você pode pedir feedback sobre o que pode ser melhorado.
  • Feche o acordo: quando uma oportunidade surgir faça uma análise da proposta para identificar se faz sentido para você e sua empresa.

Dica extra: seja sustentável.

As empresas que seguem práticas sustentáveis e criam produtos e serviços voltados para soluções ambientais e sociais têm muito mais chances de serem escolhidas pelos investidores.

A pauta de sustentabilidade está cada vez mais forte nas análises do mercado financeiro e quem não estiver seguindo esse fluxo tão importante para o planeta provavelmente não terá um futuro nos negócios.

Como investir em fundos de venture capital?

Para começar a investir em fundos de venture capital você precisa ser um investidor qualificado, ou seja, que possui mais de R$1 milhão em investimentos ou que tenha sido aprovado em exames de qualificação.

O investimento pode acontecer diretamente por empresas e investidores-anjos ou através de fundos de investimentos específicos para isso, os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) ou FMIEE (Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes).

Esses fundos fazem uma pesquisa e análise das startups (e também de seus fundadores) para averiguar se o modelo de receita já foi comprovado e se vale a pena adicioná-las na carteira dos investidores, normalmente são escolhidos vários negócios para se investir ao mesmo tempo.

Existem algumas etapas a serem seguidas para se ter mais segurança de ambas as partes, já que os riscos são altos para essa modalidade:

  1. Identificar as possíveis oportunidades.
  2. Estudar e analisar as informações disponíveis da empresa em questão (modelo de negócio, escalabilidade, rentabilidade, diferenciais competitivos, etc).
  3. Analisar a precificação.
  4. Iniciar a negociação com a empresa escolhida.
  5. Realizar o due-diligence para averiguar e descartar possíveis riscos.
  6. Realizar o investimento e preencher a documentação necessária.

O mercado de venture capital no Brasil

O ecossistema das startups está em alta no Brasil e as expectativas são de grande crescimento, na América Latina o país já é considerado líder da modalidade. Mas ainda há um bom caminho a percorrer quando comparado a outros países, como os Estados Unidos.

Há uma clara maturação no mercado brasileiro de venture capital, com as rodadas acontecendo em menor número, mas recebendo um capital maior de investimentos.

Um sistema mais maduro é atrativo para investidores estrangeiros, que são os principais investidores das rodadas late-stage, da Series-B em diante, no país.

Até agosto de 2021, as startups brasileiras receberam U$ 6,62 bilhões em investimentos, quase o dobro do ano anterior. Só no mês de agosto foram realizadas 67 rodadas de investimentos e formados dois novos unicórnios brasileiros.

Empresas veganas que tiveram sucesso com o venture capital

Foram várias as empresas veganas que encontraram uma oportunidade de crescimento através do venture capital, vamos ver alguns exemplos:

  • Fazenda Futuro – a startup brasileira de carne vegetal recebeu em 2019, com apenas 3 meses de idade, seu primeiro aporte, U$8 milhões de dólares, através do venture capital. Neste ano ela recebeu novo aporte de R$115 milhões e tem um valor de mercado de R$715 milhões.
  • Formo – uma biotech alemã, fundada em 2018, que produz queijos sem nada de origem animal levantou U$50 milhões na rodada da Série A.
  • Tomorrow Foods – uma startup vegana da Argentina, fundada em 2018, que produz um hambúrguer vegetal vendido para food services e marcas, e que está com planos de expansão para o Brasil, levantou U$3 milhões em uma rodada de investimentos.

Outras modalidades de investimentos alternativos que você deve conhecer

O investimento nesse mercado em expansão não é mais exclusivo apenas para investidores profissionais e qualificados. Existe uma outra modalidade de investimentos que democratizou o acesso às startups em seu período inicial, o equity crowdfunding.

Através desse financiamento coletivo para empresas, que já movimentou cerca de R$210 milhões desde 2016, qualquer pessoa pode investir em startups inovadoras por meio de plataformas de investimento online.

Os tickets de entrada normalmente partem de R$1000 e basta você criar uma conta em uma das plataformas que fazem a seleção das empresas com mais potencial para crescer e começar a investir de forma prática e segura.

O Vegan Business será uma dessas plataformas e a primeira voltada exclusivamente para startups do nicho vegano e plant-based. Os investimentos nessa área, também conhecidos como investimentos socialmente responsáveis, são uma tendência no mercado atual.

O número de investidores jovens está crescendo e essa geração carrega consigo a busca por mudança em questões ambientais, sociais e de governança (o ESG).

E não apenas isso, mas os acontecimentos atuais como a pandemia mundial da Covid-19, e tudo que resultou dela, fez muitas pessoas repensarem diversos pré-conceitos e hábitos diários. A sustentabilidade nunca esteve tão em alta, e isso é incrível.

Para juntar os empreendedores que pensam na sustentabilidade ambiental com os investidores socialmente responsáveis, o Vegan Business vai selecionar investimentos do setor de alimentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal e de limpeza, moda e tecnologia que criam soluções para nossos problemas atuais sem prejudicar o planeta e os animais. Serão inúmeras oportunidades, cadastre-se na lista de investidores para saber mais.

Conclusão

O venture capital é o principal meio de investimentos em startups com um grande potencial de crescimento no Brasil e no mundo inteiro.

Os investidores estão buscando cada vez mais oportunidades de apoiar as startups que vão ditar a economia no futuro e, felizmente, estamos nos encaminhando para um padrão onde o sustentável é o novo normal.

As empresas e startups que não inserem propostas e práticas sustentáveis no planejamento vão ser deixadas de lado em favor daquelas que buscam um futuro melhor para as próximas gerações.

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Imagem de capa: Unsplash

Por Leticia Rocha em 23 de setembro
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