Uma pesquisa conduzida pelo Asia Research Engagement, revelou que as proteínas alternativas terão um papel crucial na abordagem da crise nos países asiáticos.

De acordo com a pesquisa, alcançar a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C será inviável sem transformar o sistema alimentar. Como recomendação, a produção de proteína animal deve começar a declinar até 2030, com as proteínas assumindo uma parcela superior a 50% da produção total de proteínas na maioria dos países até 2060. Essa abordagem é de particular importância na Ásia, dada a sua proporção significativa da população global e a tendência de aumento no consumo de carne à medida que a média cresce.

Proteínas alternativas

O estudo estima as futuras emissões provenientes da produção de proteínas na China, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, Paquistão, Filipinas, Coréia do Sul, Tailândia e Vietnã. O cenário é considerado baseado no padrão de negócios convencionais. As intenções do relatório indicam que, mesmo levando em consideração medidas de mitigação ambiciosas, nenhuma dessas economias está no rumo certo para atingir as metas.

Enquanto algumas nações observam um nível decrescente nas emissões devido à redução populacional, outras – notadamente a Índia e o Paquistão – continuam a experimentar um rápido crescimento populacional, associado ao aumento no consumo de carne. Estes países enfrentam a necessidade de obter no mínimo 85% de suas fontes proteicas de fontes não animais até o ano de 2060.

Conforme destacado no relatório, as metas de transição são viáveis por meio de investimentos direcionados e implementação de políticas de apoio. Um investimento de US$ 730 bilhões na China entre 2020 e 2060, por exemplo, permitiria a produção adequada para a transição para proteínas alternativas.

Apesar dos valores substanciais envolvidos, os investigadores ressaltam que a transição traria benefícios ambientais e sociais, para além da mera redução das emissões. Isso abrange uma menor demanda por terras e água, redução no uso de antibióticos, diminuição da emissão de gases, mitigação do desmatamento e da perda de biodiversidade, bem como um menor risco de doenças – incluindo aqueles relacionados à pecuária e aqueles resultantes do consumo excessivo de produtos animal de origem.

É preciso mudar

Já se observa que certos países asiáticos estão conscientes da necessidade de uma transformação. No ano passado, a entidade estatal de investimentos de Cingapura, Temasek, destacou que as proteínas vegetais desempenharam um papel crucial na melhoria da segurança alimentar. Além disso, um estudo recente elaborado pela Food Frontier revelou que cinco nações asiáticas – a China, Cingapura, a Coreia do Sul, o Japão e a Tailândia – estão notoriamente bem posicionadas no mercado de proteínas de alternativas, detendo vastas oportunidades de crescimento.

De acordo com Andy Jarvis, diretor de Future Food do Bezos Earth Fund: “Vemos uma grande necessidade desse tipo de pesquisa, fornecendo caminhos de solução em direção à segurança climática. Os caminhos de transição dos negócios são críticos para discussões de políticas, empresas e bancos. É essencial demonstrar necessidades e oportunidades para que eles alinhem e apoiem um sistema alimentar que nos ajude a alcançar as metas climáticas de Paris.”

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 17 de agosto
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