A Nike lança versão vegana com foco na sustentabilidade. A empresa vem expandindo seu catálogo com opções vegan-friendly e lançou, em janeiro deste ano, uma versão vegana dos famosos tênis SB Dunk. Intitulada “Baroque Brown SB Dunk High Pro”, a linha chega em quantidades limitadas em lojas selecionadas e vem quinze anos após o primeiro SB Dunk chegar ao mercado, só que, dessa vez, com designs sustentáveis e sem crueldade animal envolvidas.
No novo tênis há tons de marrom barroco, como sugere o nome, e, sob os pés, a entressola branca é acentuada com um verde escuro, que contrasta ainda mais com o resto da paleta em tons de terra. Mas como os laços também são verdes, a paleta de cores é bastante coesa, indicando uma pegada – literalmente – ambiental. O par vai do número 39 ao 42 e custa R$ 649,00 na loja brasileira Walls General Store. Por enquanto, o popular Nike Dunk Low “White/Black” ainda não chegou na versão apta a veganos.
A crescente conscientização sobre crueldade animal e crise ambiental está cada vez maior nos últimos anos e este lançamento do SB Dunk é uma prova disto. Além de ser mais sustentável a criação do calçado, uma vez que não é preciso criar gado, desmatar terra e, consequentemente, gastar muita água e emitir dióxido de carbono no processo, a Nike agrada uma nova clientela e dá visibilidade à causa. O sapato pode ser encontrado nos EUA, México e algumas lojas de skates na Europa e Ásia.
Atualmente, surgindo couros veganos feitos à base de maçãs, mangas, abacaxis, entre outros, não se sabe qual o material feito no couro alternativo da marca.
Não é a primeira vez que a Nike lança uma versão vegana. Antes do novo SB Dunk, a multinacional lançou, com a linha Space Hippie, outros calçados sustentáveis para seguir a tendência. Foram apresentados quatro sapatos feitos apenas com materiais reutilizados, de garrafas plásticas reaproveitadas, camisetas e restos de fios.
As concorrentes como Adidas e Reebok também correm atrás desse mercado. Em setembro de 2020, por exemplo, a Adidas lançou uma versão vegana dos clássicos Samba e Continental 80, mas antes havia feito uma parceria com a estilista Stella McCartney no projeto “Our Icons Go Vegan”, cujo objetivo era veganizar tênis já existentes. Um relatório recente feito pela Infinitum Global prevê que o mercado de couro vegano alcançará US$ 89 bilhões em 2025, especialmente na região da Ásia-Pacífico.
Nike e seu envolvimento em couro animal
A empresa, que vem se mostrando empenhada na sustentabilidade, foi exposta recentemente no minidocumentário “Nike profits. Kangaroos die”, de Derek Ambrosi, no qual mostra como as chuteiras de couro vindas de cangurus são feitas. Em parceria com o grupo pró-direitos dos animais, The Center for a Humane Economy (CHE), o filme de 60 segundos mostra esse mercado “oculto” das chuteiras e como marcas como Nike, Puma, New Balance e Mizuno estão envolvidas. “Eu queria expor a verdade sangrenta que está sendo escondida de consumidores bem-intencionados, que podem não ter ideia de como seus sapatos de ‘K-leather’ estão sendo feitos”, disse o produtor Gavin Polone.
O projeto faz parte de uma campanha inspirada nos incêndios florestais ocorridos na Austrália, os quais mobilizaram muita gente, e vem logo em seguida de dois congressistas estadunidenses apresentarem um novo projeto de lei de proteção aos cangurus, cujo resultado será proibir a venda de partes dos corpos destes animais nos Estados Unidos.
Disponibilizado no Youtube desde o dia 04 de fevereiro, a Nike ainda não se pronunciou sobre o vídeo. Wayne Pacelle, presidente do CHE, enfatizou que a marca puxa o gatilho indiretamente. “Estão usando armas de rifle de visão noturna para matar famílias inteiras de cangurus na calada da noite, para que, assim, se possa vender as peles à empresa de calçados esportivos mais conhecida do mundo. Não estamos mais fazendo chapéus com garças, não decoramos mais nossas salas de estar com bugigangas de marfim e não devemos usar tênis feitos de pele de canguru. Simplesmente não há necessidade disso.”
Contudo, em outubro do ano passado, a Nike havia anunciado uma nova iniciativa de sustentabilidade chamada “Move to Zero”, em um esforço para “proteger o futuro do esporte”, passando para 100% de energia renovável para eliminar todos os plásticos de uso único e converter resíduos em novos produtos.
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