A mudança climática representa uma ameaça significativa para o futuro do cacau (a versão não processada do chocolate), com a previsão de que a maior parte das terras agrícolas se tornará inadequada para a produção até 2050.

Eventos climáticos recentes afetaram negativamente as colheitas de cacau na Costa do Marfim e em Gana, os maiores produtores mundiais, causando escassez significativa e preços elevados.

No entanto, a Kokomodo, uma startup que utiliza tecnologia de células vegetais para “cultivar o futuro do cacau”, busca garantir um fornecimento estável e sustentável de cacau premium durante todo o ano.

Para isso, a Kokomodo está desenvolvendo uma plataforma para produzir cacau localmente com células e biorreatores avançados, independentemente de terra (desmatamento), clima e regiões tropicais. A startup, que opera um laboratório em escala piloto em Israel, país que não possui plantações de cacau, já desenvolveu seu primeiro produto: um pó de cacau cultivado em células.

“Localizando a produção, minimizamos as emissões de carbono do transporte, uma preocupação considerável de sustentabilidade na indústria. Também enfrentamos questões econômicas como atrasos na cadeia de suprimentos, garantindo produtos mais frescos e de maior qualidade”, afirma a empresa.

Cacau que promove a saúde

A startup, cofundada por Tal Govrin em 2024, é uma joint venture entre o The Kitchen FoodTech Hub e a Plantae Bioscience, com sede em Tel Aviv. Recentemente, saiu do modo sigiloso após arrecadar US$ 750.000 do The Kitchen Hub e da Autoridade de Inovação de Israel para impulsionar seu crescimento e acelerar sua missão de revolucionar a indústria do cacau com cacau sustentável. A startup é participante da rede de aceleradores de alimentos EIT Food Accelerator Network de 2024.

O processo de cultivo celular do cacau da Kokomodo envolve a seleção cuidadosa de células de grãos de cacau premium da América Central e Latina e o crescimento dessas células em biorreatores, nutridos com um meio de crescimento personalizado contendo açúcares, vitaminas e minerais. Quando as células crescem formando uma biomassa, são colhidas e processadas em pó ou outros formatos, dependendo da aplicação alimentar.

A Kokomodo afirma que seu cacau corresponde ao aroma, sabores e doçura do cacau convencional, oferecendo seus benefícios à saúde. Como a empresa controla as células e o processo, pode melhorar o valor nutricional do produto final, por exemplo, com mais ou menos lipídios, antioxidantes ou proteínas, para oferecer ingredientes de cacau aprimorados às indústrias de cosméticos, nutracêuticos ou confeitaria de chocolate. Entre os objetivos da empresa para os próximos anos está oferecer ingredientes de cacau de alta qualidade a preços semelhantes aos do cacau agrícola premium.

“Kokomodo nasceu de uma profunda paixão por preservar o fornecimento de cacau. Nossa tecnologia de agricultura celular garante um fluxo constante de cacau premium que promove a saúde, alinhando o prazer do consumidor com a responsabilidade global”, disse Govrin à rede EIT Food Accelerator Network.

Outras empresas também estão aproveitando as soluções sustentáveis que a tecnologia de células vegetais oferece para produzir açafrão, café, baunilha e algodão.

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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