O Departamento de transportes (DOT) dos Estados Unidos determinou que os testes em animais não são mais obrigatórios, ou seja, apesar de não terem proibido a prática, agora estão aceitando testes cutâneos sem o uso desses seres vivos. 

Testes em animais para transporte nos EUA

Os testes na área de transporte são exigidos para verificar se os produtos transportados podem causar queimaduras químicas, logo, saber que agora esse procedimento não precisa obrigatoriamente de animais demonstra um avanço. 

Há mais de 30 anos, a People for the Ethical Treatment of Animals (PETA)  persuadiu o departamento de transportes a aceitar parcialmente métodos livres de animais ao substituir os coelhos, sendo que agora comemora o avanço do departamento em aceitar totalmente os testes que não são realizados em seres vivos. 

“O DOT escreve que essa mudança incentivará as empresas a usar testes livres de animais, e a PETA continuará a garantir que todas as empresas conheçam essa regra atualizada”, comentou a instituição em seu blog, ressaltando que a vitória se deve em grande parte aos anos de trabalho árduo e dedicação de seus apoiadores.  

Conforme um estudo, publicado na PubMed, os testes feitos na pele dos coelhos demonstraram resultados variáveis, com a análise ressaltando que a variabilidade precisa ser considerada na avaliação de métodos alternativos que não são feitos em animais como um substituto potencial. 

A PETA também alertou que baseado em um estudo publicado no British Medical Journal em 2014, foi comprovado que a maioria dos experimentos feitos em animais falham quando feitos testes em humanos. Por isso, a PETA e a The Humane Society of the United States (HSUS) pedem que a  Food and Drug Administration (FDA), agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, comece a proibir testes realizados em animais para medicamentos. 

Situação aqui no Brasil

O Brasil ainda é um país que realiza muitos testes em animais, estando ao lado de outros como a China e os Estados Unidos.

Apesar disso, já há avanços nesse setor, pensando na área de cosméticos já existem proibições nos seguintes estados: Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal, de acordo com informações da Humane Society International. 

Entretanto, os laboratórios devem priorizar os métodos alternativos desde setembro de 2019, de acordo com uma resolução do Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea), valendo para indústrias como medicamentos, cosméticos, brinquedos e mesmo os materiais escolares. 

Os métodos alternativos são aqueles que reduzem o número de animais utilizados, melhoram as metodologias para diminuir o sofrimento dos seres vivos ou realizam a substituição propriamente dita dos animais. Logo, as técnicas devem se basear em pelo menos um desses tópicos. 

Segundo a instituição, métodos alternativos reconhecidos pelo Concea incluem: potencial irritativo e corrosivo da pele e olhos, fototoxicidade (queimaduras que aparecem após a exposição solar com o uso da substância), absorção e sensibilidade cutânea, toxicidade aguda e genotoxicidade (alterar o material genético). 

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*Imagem ilustrativa de capa: Unsplash

Por Amanda Stucchi em 19 de agosto
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