Uma equipe de pesquisa da Universidade Macquarie, na Austrália, realizou um estudo comparativo analisando trabalhos de diversos países sobre a sustentabilidade e nutrição da carne em comparação com a carne plant-based, revelando alguns resultados interessantes.

Foi constatado que a carne plant-based reduz significativamente as emissões de gases de efeito estufa, com reduções variando de 86% a 97% em diferentes estudos. Além disso, a carne plant-based requer menos terra, estimada em menos de 5%.

“Cerca de 75% das terras agrícolas globais são destinadas à produção animal, enquanto os alimentos de origem animal fornecem apenas 18% das calorias humanas e 25% das proteínas na oferta global de alimentos”, afirma o estudo.

A nova pesquisa também mostra que a carne plant-based, especialmente hambúrgueres, geralmente possui menor teor de energia e gordura saturada, mas níveis mais baixos de proteína em comparação com a carne.

Fontes de emissão

Os bovinos contribuem para as emissões principalmente pelo metano liberado durante a eructação via fermentação entérica, mostram os resultados. Outras fontes significativas de emissão incluem a decomposição do esterco, a produção e aplicação de pesticidas e fertilizantes para culturas de ração, e uma quantidade menor de emissões para a energia necessária para o processamento, congelamento e transporte.

Por outro lado, as emissões da carne plant-based decorrem principalmente de pesticidas e fertilizantes utilizados na produção de culturas e energia usada para o processamento. Segundo o Professor de Geografia Humana Andrew McGregor, pesquisador principal do estudo, diferentes métodos de processamento e ingredientes podem impactar as emissões da carne plant-based, mas, no geral, ela é significativamente mais sustentável.

Fibras e menor teor de gordura total

Os benefícios nutricionais da carne plant-based variam devido às diferentes qualidades do produto adaptadas para atender às diretrizes dietéticas específicas de cada país.

Após analisar treze estudos nutricionais, os pesquisadores concluíram que as carnes plant-based geralmente contêm menos proteínas, ferro, zinco e gordura saturada, enquanto são mais ricas em carboidratos, fibras e sódio. Os autores sugerem que o perfil nutricional das carnes plant-based tem espaço para melhoria.

A pesquisa também destaca que os hambúrgueres plant-based são classificados como alimentos ultraprocessados e, dependendo das circunstâncias, podem ser menos saudáveis do que, por exemplo, um hambúrguer de carne magra. No entanto, o estudo afirma que não foram encontradas diferenças significativas nos resultados de saúde entre o consumo de um ou outro.

Esclarecendo o conhecimento

Os resultados do estudo, financiado pela startup de leite cultivado All G Foods (que não esteve envolvida no processo de pesquisa), foram publicados na última edição do Journal of Cleaner Production. O estudo teve como objetivo esclarecer o conhecimento científico atual sobre a sustentabilidade da carne plant-based em meio a informações conflitantes.

O estudo afirma: “Uma das respostas tecnológicas às preocupações com a saúde e a sustentabilidade do consumo de carne vermelha, bem como à crescente insegurança alimentar global, foi o desenvolvimento de carnes plant-based.

“Nossa análise mostra (…) que a carne plant-based tem menores emissões de gases de efeito estufa do que a carne à base de animais e que os hambúrgueres plant-based têm menos gordura total e gordura saturada do que os hambúrgueres à base de animais.”

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