Estudo da UiA revela conhecimento moderado sobre dieta vegana e baixo consumo de carne. Pesquisadores observaram que jovens têm compreensão mediana sobre alimentação e nutrição, refletida na qualidade moderada de suas dietas. Synne Groufh-Jacobsen, pesquisadora de doutorado na Universidade de Agder e do Center for Lifecourse Nutrition, investigou hábitos alimentares de jovens vegetarianos e veganos em comparação com um grupo de controle que consumia uma variedade de alimentos.
Detalhes do estudo
Como parte do estudo, 165 jovens de Agder, entre 16 e 24 anos, foram enquadrados em cinco categorias dietéticas:
- Veganos: apenas alimentos vegetais
- Ovo-lacto-vegetarianos: baseados em plantas com laticínios e ovos, sem carne ou peixe
- Pescatarianos: predominância vegetal com frutos do mar, laticínios e ovos, sem carne
- Flexitarianos: maioria vegetal, com poucos produtos de origem animal (carne menos de duas vezes por semana)
- Onívoros (grupo controle): ampla variedade alimentar sem restrições
Groufh-Jacobsen e sua equipe coletaram dados sobre o histórico alimentar dos participantes nos últimos seis meses. Para avaliar a dieta, os alimentos foram pontuados seguindo diretrizes de saúde governamentais.
“Muitos participantes careciam de conhecimento sobre opções alimentares saudáveis, enfrentavam dificuldades com rótulos e entendimento nutricional”, explicou Groufh-Jacobsen.
Muitos tiveram dificuldade em distinguir entre dois produtos ou identificar o de maior valor energético.
“Eles não conseguiram identificar a fonte de açúcar no produto. Muitos também não compreenderam a escala de pão em diferentes tipos de pães”, explicou o pesquisador.
Os onívoros (grupo controle) apresentaram menor qualidade na dieta e menor entendimento sobre alimentação.
Veganos e flexitarianos tiveram a pontuação mais alta
Os veganos e flexitarianos destacaram-se. Os veganos tiveram a dieta mais alinhada com as recomendações de saúde, com maior consumo de vegetais, nozes, sementes, feijões e menos bebidas açucaradas em comparação com os onívoros.
Os flexitarianos, que combinam alimentos vegetais com pouca carne, também se sobressaíram, exibindo bom conhecimento e a segunda melhor qualidade na dieta, logo após os veganos.
Novas descobertas sobre habilidades e competências
Este estudo é um dos primeiros a explorar conhecimento e habilidades alimentares em jovens com dietas à base de vegetais no país. O foco principal é entender se conseguem planejar dietas que atendam às necessidades do corpo.
“Não basta apenas ter conhecimento sobre alimentação e nutrição, mas também habilidades para escolher e consumir alimentos que atendam às necessidades nutricionais”, enfatizou Groufh-Jacobsen.
Estímulo ao conhecimento
Ela encoraja todos, especialmente aqueles que excluem certos alimentos da dieta, a adquirirem conhecimentos sobre alimentação e nutrição.
“Se você exclui grupos alimentares, é crucial saber como substituí-los por outros alimentos nutricionalmente equivalentes”, acrescentou.
Pesquisas contínuas sobre os hábitos alimentares
O estudo sobre os hábitos alimentares dos jovens de Agder faz parte do trabalho de doutorado de Groufh-Jacobsen. Ela continuará examinando o conhecimento alimentar, as escolhas reais e a ingestão de nutrientes dos jovens.
“Ainda estamos explorando a riqueza de dados coletados”, concluiu Groufh-Jacobsen.
A compreensão sobre hábitos alimentares entre jovens com diferentes dietas à base de vegetais revela um panorama complexo. Enquanto alguns grupos apresentam maior conhecimento e aderência a diretrizes nutricionais, outros carecem de informações essenciais para uma alimentação equilibrada. Esses resultados destacam a importância de promover educação alimentar acessível e prática, capacitando os jovens a fazerem escolhas conscientes e saudáveis. Investir no desenvolvimento dessas habilidades nutricionais pode não apenas melhorar a qualidade das dietas, mas também contribuir para a saúde a longo prazo desses indivíduos.
Imagem de capa: Pexels
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