Um novo estudo, elaborado por destacados cientistas alimentares, incluindo Harold H. Schmitz, Presidente do Conselho Científico da Meati Foods, explora o potencial do micélio, as raízes dos fungos filamentosos, para melhorar a saúde humana, apoiar um sistema alimentar sustentável e reduzir a insegurança alimentar, a desnutrição e a fome mundial.

Segundo os autores, o micélio é uma alternativa econômica à carne animal: ele oferece uma textura carnuda e um sabor neutro, ao mesmo tempo em que fornece proteínas de alta qualidade, fibras e micronutrientes essenciais (ferro, zinco e vitamina B12), com potencial para melhorar a saúde pública. Além disso, sua produção é escalável, acessível e rápida.

Eles também destacam o potencial do micélio em lidar com preocupações ambientais na produção de alimentos, pois é ambientalmente sustentável, com o benefício adicional de ajudar a reduzir o desperdício de alimentos por meio da fermentação. De acordo com a pesquisa, o micélio pode reduzir significativamente a pegada de carbono na produção de alimentos, no uso de água e de terra, em comparação com alimentos de origem animal.

No entanto, o artigo afirma que o sucesso do micélio e de outras fontes alimentares inovadoras na substituição de proteínas animais e no combate à fome mundial depende de torná-los acessíveis e acessíveis em todo o mundo, considerando a desigualdade social e as preferências alimentares.

Benefícios à saúde do micélio

Para demonstrar os benefícios à saúde da micoproteína, a pesquisa também revela vários estudos que mostram que o consumo dessa proteína impacta positivamente a resposta imunológica, o câncer e a cirrose, e influencia uma resposta glicêmica alimentar favorável. Além disso, o estudo mostra que a micoproteína ajudou a reduzir as respostas de glicose e insulina em testes, indicando um potencial para o controle dos níveis de açúcar no sangue.

Outras descobertas mostram que o consumo de micélio também suprime o apetite e pode reduzir os níveis de colesterol. E por ser rico em fibras benéficas, como quitina e β-glucana, seu consumo pode melhorar a saúde intestinal e reduzir o colesterol LDL, diz o relatório.

Além disso, os autores concluem que as proteínas do micélio oferecem uma disponibilidade sustentada de aminoácidos, potencialmente auxiliando na síntese muscular de forma mais eficaz do que as proteínas animais, acrescentando que mais pesquisas são necessárias em diferentes condições dietéticas.

Produzindo micoproteína

Os autores explicam que a fermentação do micélio para “micralimentos” emprega técnicas como a fermentação em estado sólido e submerso, cada uma com benefícios únicos. O estado sólido é econômico e usado em produtos como o tempeh. Enquanto isso, a fermentação submersa, benéfica para produção em larga escala, como a da Quorn, é fundamental para criar um ingrediente para alternativas à carne e ao peixe.

O estudo também discute uma análise tecnoeconômica recente que sugere que a produção de micoproteína poderia competir ou superar as proteínas animais, como a carne bovina, de forma economicamente viável. No entanto, os autores destacam que o investimento em ambos os métodos é crucial para oferecer uma solução para a diversificação de proteínas.

Os autores argumentam que a micoproteína oferece mais benefícios à saúde e ao clima, até mais do que as proteínas vegetais. Se produzido em larga escala, poderia substituir as proteínas animais por uma fonte de proteína mais rápida e otimizada, ajudando a combater a desnutrição, a fome mundial e as mudanças climáticas.

Além da Quorn, muitas empresas alimentícias estão aproveitando o potencial do micélio para desenvolver alternativas a frutos do mar, bifes, bacon, cortes inteiros, foie gras e outras alternativas de carne à base de plantas.

“Uma vez alcançado (o escalonamento), o micélio certamente será atraente como uma fonte de proteína ambientalmente amigável e rica em nutrientes que pode ajudar na redução da fome global”, diz o artigo.

O relatório foi publicado como parte da edição especial virtual do Journal of Agricultural and Food Chemistry, O Futuro da Agricultura e dos Alimentos: Abordagens Sustentáveis para Alcançar a Fome Zero.

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