A organização sem fins lucrativos Center for Biological Diversity divulgou uma nova análise científica que ressalta como a alimentação à base de plantas pode contribuir significativamente para combater os desafios de saúde pública que surgem das crises relacionadas às mudanças climáticas.

A revisão, Política de nutrição crítica para otimizar a resposta às crises climáticas e de saúde pública, foi publicada em Frontiers in Nutrition.

A adoção de uma alimentação de origem vegetal, desempenha um papel crucial na prevenção e no controle de doenças crônicas, tais como obesidade, diabetes, enfermidades cardíacas, câncer, bem como hipertensão, frequentemente associadas a escolhas alimentares inadequadas. O relatório mostra que uma população saudável pode atenuar a pressão sobre os sistemas de saúde, fortalecendo a resiliência diante das intercorrências climáticas.

Importância da alimentação à base de plantas

De acordo com Mark Rifkin, especialista sênior em políticas de alimentação e agricultura do Center for Biological Diversity: “A maioria das pessoas nos Estados Unidos tem pelo menos uma doença crônica relacionada à dieta, e isso as torna extremamente vulneráveis em um desastre”.

Conforme indicado pela pesquisa, diversos serviços de saúde nos EUA enfrentam situações de sobrecarga, dificultando assim, a prestação de cuidados em períodos de desastres. Essa problemática acontece especialmente em comunidades marginalizadas, onde muitos indivíduos lidam com doenças crônicas. Em cenários de desastres naturais, pessoas que têm diabetes podem ser afetadas pela perda da capacidade de armazenar insulina, devido à necessidade de refrigeração.

Para além de influenciarem de forma positiva a saúde humana, a alimentação de origem vegetal também apresentam vantagens substanciais para o meio ambiente. Uma recente pesquisa minuciosa conduzida no Reino Unido analisou o impacto ambiental de dietas com alto consumo de carne, moderado consumo de carne, vegetarianas e veganas, chegando a uma conclusão inequívoca: a diminuição do consumo de produtos de origem animal pode efetivamente contribuir para enfrentar a crise climática.

“Sabemos que o próximo desastre relacionado ao clima está chegando. Não temos escolha a não ser melhorar nossas dietas para melhor responder e nos adaptar a essas emergências”, acrescenta Rifkin.

Mudanças climáticas

A análise enfatiza a necessidade de uma revisão das políticas estabelecidas pelo governo, visando abordar de maneira eficaz as crises de saúde e ambientais. Dessa forma, a implementação de mudanças nos padrões alimentares cotidianos requer a formulação de uma política nacional de nutrição que seja verdadeiramente efetiva.

O estudo propõe sugere políticas nutricionais, como por exemplo: diretrizes nutricionais claras, estabelecimento de padrões alimentares saudáveis, garantia de segurança nutricional e incentivo a educação nutricional.

“É importante ressaltar que muitos cidadãos americanos talvez não estejam plenamente cientes de que sua capacidade de enfrentar futuros eventos, como enchentes, incêndios florestais ou pandemias, pode estar diretamente ligada ao tipo de alimentação que escolhem. O governo não pode ignorar a sua responsabilidade em garantir políticas que incentivem hábitos alimentares saudáveis, aprimorem a segurança alimentar e preservem vidas”, afirmou Rifkin.

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 24 de agosto
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