A reciclagem do lixo é algo importante e necessário para o meio ambiente.
A maioria das pessoas sabe dessa informação, é algo que aprendemos na escola, mas o quanto conhecemos isso com dados?
A associação brasileira de empresas de limpeza pública e resíduos especiais (Abrelpe) trouxe um Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil do ano de 2020.
É explicado que a geração de resíduos sólidos urbanos (popularmente conhecido como lixo) registrou um grande aumento: foi de 67 milhões por ano para 79 milhões entre 2010 e 2019. Além disso, a geração de lixo por pessoa também aumentou indo de 348 kg para 379 kg por ano.
Os problemas do lixo são inúmeros. Para citar alguns: poluição dos lençóis freáticos devido ao chorume, enchentes por conta do entupimento de bueiros, doenças ao atrair animais vetores (ex. ratos e mosquitos), contaminação do ar devido à queima desses resíduos, entre outros.
Um fato interessante é que uma das metas da Agenda 2030 da ONU é tornar as cidades e comunidades sustentáveis, e um dos objetivos é o seguinte: “Reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros”.
Quer um exemplo de quantidade?
Vamos falar sobre o plástico para ilustrar a quantidade de resíduos gerados. O atlas do plástico, feito pela Fundação Heinrich Böll, dá a estimativa de que em 2025 a produção global do plástico poderá atingir mais de 600 milhões de toneladas por ano.
Até aqui, já entendemos que todos os números apresentados são grandes, mas às vezes fica difícil compreender a gravidade sem ver um exemplo visual. Não dá para quantificar esses números na nossa imaginação.
Por isso, assista à animação desenvolvida pelo Studio Birthplace, dos diretores Sil van der Woerd e Jorik Dozy. Está em inglês, porém, é possível verificar a quantidade.
É afirmado que são feitas 20 mil garrafas plásticas globalmente por segundo e por minuto é 1 milhão.
Como você pode fazer a reciclagem do lixo?
“A expectativa de vida tem aumentado, como também tem crescido a população que vive nos centros urbanos. Com isso a demanda por bens descartáveis tem gerado uma das questões mais delicadas para a gestão das cidades: o que fazer com o lixo?”, extraído do livro Cadeia de Reciclagem: um olhar para os catadores, escrito por Jacques Demajorovic e Márcia Lima, publicado na Editora Senac São Paulo (2019).
Agora que você já conhece mais os impactos que o lixo causa no meio ambiente, é preciso falar sobre a reciclagem.
A primeira atitude que você precisa tomar é separar os resíduos em recicláveis e não recicláveis. Uma ideia é utilizar duas sacolas ou dois lixos para isso, assim você já realiza a separação.
O que seria um lixo reciclável?
As lixeiras coloridas já dão uma ideia sobre esse assunto e é necessário relembrar o propósito de cada uma delas. Às vezes, se não tem indicação escrita é possível ficar perdido e não se lembrar — isso já aconteceu comigo.
- Azul: própria para o papel, papelão e cartolinas
- Vermelho: aqui você irá descartar o plástico e o isopor
- Verde: para os vidros
- Amarelo: alumínios, metais e aço
O lixo marrom é destinado para os resíduos orgânicos e pode ser transformado em adubo através da compostagem. Não misture esse na sacola destinada ao lixo reciclável, daremos uma ideia do que fazer com ele daqui a pouco.
Lembre-se também de higienizar o lixo reciclável antes de colocá-lo na sacola: essa é uma atitude importante para reduzir o risco de doenças e assegurar o bem-estar dos trabalhadores da reciclagem. Embale também o vidro para não cortar a mão de ninguém.
O que é um lixo não reciclável?
O lixo não reciclável corresponde a lixeira cinza, mesmo assim, algumas variações de papéis e outros materiais podem não ser recicláveis. Iremos explicar melhor.
O portal eCycle deu algumas definições, portanto veja só o que não pode ser reciclado:
- Papel — Papéis vegetais, com carbono, substâncias impermeáveis, fotografias, fitas e etiquetas adesivas, sujos ou com substâncias nocivas, etc
- Plástico — celofane, acrílico, embalagens metalizadas e da indústria eletro-eletrônica
- Vidro — espelhos, vidros de janelas, lâmpadas, cristais, ampolas de medicamento, entre outros
- Metal — esponjas de aço, latas de tinta e aerossol, e latas de verniz
Também se lembre que medicamentos não podem ser reciclados, bem como esmalte, acetona, tintas e solventes.
Como encontrar postos de coleta?
A primeira coisa que você pode fazer é buscar o site da prefeitura da sua cidade e verificar se existe alguma informação.
Na Ecoa uol existe uma lista com iniciativas em diversas regiões do Brasil, com sites do sul, sudeste, centro-oeste, nordeste e norte. Verifique também quais materiais o posto de coleta aceita.
Além desse recurso, também pode verificar o sistema do portal eCycle. Nele, você coloca o que deseja descartar ou doar, informando seu CEP, e aparece uma lista de locais que pode procurar para fazer essa ação sustentável.
Sobre os lixos orgânicos
Poucos postos de coleta seletiva aceitam receber os resíduos orgânicos. Portanto, o que fazer?
Uma ideia é implementar a compostagem doméstica. Falamos um pouco sobre isso ao abordar a Cozinha Sustentável, a dica é criar uma composteira doméstica.
Existem dois tipos de composteira: a seca e a vermicompostagem (essa usa as minhocas). Caso se interesse, na Casacor é dado um passo a passo explicando como você pode fazê-las.
Como não gerar tanto lixo?
Melhor do que reciclar é não gerar tanto lixo.
Já demos algumas sugestões na nossa matéria 95 dicas para ser mais sustentável.
Irei ressaltar algumas ideias:
- Utilizar suas ecobags quando vai ao supermercado (não pegue aquelas sacolinhas plásticas)
- Traga uma garrafa de água ao sair, dessa forma você evita comprar água engarrafada
- Use a impressão frente e verso e economize papel
- Faça anotações em papel de rascunho
Existem muitas coisas que você pode fazer para contribuir com o meio ambiente — a reciclagem e a preservação da natureza é um assunto vasto — porém, essas são coisas simples e facilmente aplicáveis para reduzir sua quantidade de lixo.
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*Imagem de capa: Unsplash