A busca por uma alimentação mais saudável e sustentável tem levado muitos consumidores a questionar: qual tipo de proteína — vegetal ou animal — oferece melhores resultados? Esta questão vai além da nutrição, envolvendo aspectos ambientais, éticos e econômicos. Vamos explorar as evidências mais recentes para entender os impactos de cada fonte de proteína.

O crescimento do mercado plant-based no Brasil

O Brasil tem se destacado no cenário global do mercado plant-based. Em 2023, as vendas de carnes e frutos do mar plant-based atingiram R$ 1,1 bilhão, representando um aumento de 38% em relação ao ano anterior. Além disso, o volume total de produtos vendidos cresceu 22% no mesmo período.

Esse crescimento é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo preocupações com a saúde, ética no tratamento dos animais e sustentabilidade ambiental. A inovação no desenvolvimento de produtos que imitam a carne tem atraído consumidores em busca de alternativas mais saudáveis e sustentáveis.

Benefícios da proteína vegetal para a saúde

Diversos estudos científicos têm destacado os benefícios da proteína vegetal para a saúde humana. Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition revelou que dietas com maior proporção de proteínas vegetais estão associadas a um menor risco de doenças cardiovasculares. Os participantes que consumiram uma maior proporção de proteínas vegetais apresentaram 19% menos risco de doenças cardiovasculares e 27% menos risco de doenças cardíacas coronárias em comparação com aqueles que consumiram mais proteínas animais.

Além disso, uma pesquisa da Universidade Tufts descobriu que mulheres que obtiveram a maior parte de suas proteínas de fontes vegetais, como leguminosas e grãos integrais, tinham 46% mais chances de manter uma boa saúde física e mental à medida que envelheciam, em comparação com aquelas que consumiam mais proteínas de origem animal.

Proteína animal: aspectos a considerar

Embora a proteína animal seja reconhecida por seu alto valor biológico, ela também apresenta desafios. A produção de carne tem uma alta pegada de carbono e consumo de recursos naturais, além de questões relacionadas ao bem-estar animal. Estudos indicam que dietas ricas em proteínas animais, especialmente carne vermelha e processada, estão associadas a um aumento no risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas e câncer.

Além disso, a produção de carne é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, desmatamento e degradação ambiental. Esses fatores têm levado muitos consumidores e empresas a reconsiderar suas escolhas alimentares em favor de alternativas mais sustentáveis.

Desafios na absorção de proteínas vegetais

Apesar dos benefícios, há desafios na absorção de proteínas vegetais. Um estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry indicou que as proteínas de substitutos vegetais não são tão bem absorvidas pelas células humanas quanto as de origem animal. Os pesquisadores observaram que, embora os substitutos vegetais imitem a aparência e textura da carne, seus peptídeos não se decompõem da mesma forma durante a digestão, resultando em menor absorção.

Esse achado destaca a importância de desenvolver produtos plant-based que não apenas imitem o sabor e a textura da carne, mas também ofereçam uma biodisponibilidade nutricional equivalente ou superior à das proteínas animais.

O futuro: inovação e sustentabilidade

O futuro das proteínas está sendo moldado pela inovação e pela busca por soluções mais sustentáveis. Tecnologias emergentes, como carne cultivada em laboratório e proteínas de microrganismos, estão sendo exploradas para criar alternativas que atendam à demanda por proteínas de alta qualidade sem os impactos ambientais da produção tradicional de carne.

Empresas estão investindo em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar o perfil nutricional dos produtos plant-based, tornando-os mais atraentes para uma base de consumidores mais ampla. Isso inclui o uso de inteligência artificial e fermentação de precisão para identificar e otimizar proteínas vegetais que possam replicar as funções das proteínas animais em termos de sabor, textura e valor nutricional.

O impacto no mercado e na sociedade

A crescente preferência por proteínas vegetais está não apenas transformando o setor alimentício, mas também influenciando políticas públicas e práticas agrícolas. Governos e organizações internacionais estão reconhecendo a importância de promover dietas mais sustentáveis e nutritivas, incentivando a produção e o consumo de alimentos à base de plantas.

Além disso, o aumento da demanda por proteínas vegetais está impulsionando a inovação em técnicas agrícolas e industriais, promovendo a criação de produtos mais eficientes e acessíveis. Esse movimento está contribuindo para uma mudança cultural em direção a escolhas alimentares mais conscientes e responsáveis.

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