De acordo com um recente relatório do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos EUA, a produção de carne bovina nos Estados Unidos deverá diminuir pela primeira vez desde 2015.

A previsão é de uma queda de 6% em 2023, resultado do “aperto de suprimentos de gado”. Segundo a Grand View Research, empresa de insights de mercado, prevê que o mercado de alternativas de carne crescerá rapidamente nos próximos anos. A empresa estima que o mercado global de carne à base de plantas atingirá US$ 24,8 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta de quase 25%.

Os consumidores estão buscando cada vez mais alternativas à carne de origem animal. Contudo, a carne à base de plantas ainda representa uma pequena parcela desse mercado. Apesar disso, há um crescente interesse na produção e consumo de alternativas de carne, indicando uma mudança nas preferências do consumidor.

Queda na produção de carne

As vendas de produtos frescos estão em alta, com recordes sendo atingidos em 2022. De acordo com informações do Produce Blue Book (PBB), as vendas desses produtos nos Estados Unidos registraram um crescimento de 4,8% em relação ao ano anterior, atingindo o valor recorde de US$ 75,1 bilhões.

No ano de 2022, as vendas de frutas frescas apresentaram um crescimento maior em comparação aos vegetais, com uma taxa de 9,5% e 7,9%, respectivamente. Contudo, outros setores tiveram um crescimento ainda mais significativo, com os vegetais enlatados registrando um aumento de 21,5%, seguido pelas frutas enlatadas com um crescimento de 13,2% e, assim como as vendas de frutas e vegetais congelados que cresceram 19%.

Embora alguns aumentos tenham sido provocados pela inflação, os preços dos produtos tiveram um aumento de apenas 8,7% em relação ao ano anterior. Os consumidores começaram a preferir frutas e vegetais frescos, apesar da inflação, especialmente durante a temporada de férias no final do ano.

De acordo com Jonna Parker, Líder de Equipe da Fresh da IRI: “As unidades e o volume de produtos frescos estavam tendendo cada vez mais perto dos níveis do ano passado a cada mês e dezembro fechou o ano de maneira forte. As vendas de frutas subiram e os vegetais também, já que as celebrações permaneceram centradas em casa.”

Alimentos à base de plantas no Reino Unido

Essa tendência está chegando no Reino Unido, onde a produção de carne suína teve uma queda significativa, enquanto nos EUA espera-se um aumento de 1,7%.

De acordo com o Conselho de Desenvolvimento de Agricultura e Horticultura (AHDB), a produção de carne suína no Reino Unido apresentou uma queda de 13% em relação aos últimos cinco anos.

Essa queda na produção pode ser resultado de diversos fatores, incluindo interrupções na cadeia de suprimentos relacionadas ao Brexit, além da crescente demanda por alimentos à base de plantas e da mudança nas preferências do consumidor.

Como objetivo de entender os hábitos de compra atuais, a empresa de dados Zappi realizou uma pesquisa com 2.400 consumidores do Reino Unido. Os resultados mostraram que 45% dos entrevistados estão reduzindo o consumo de carne como uma forma de diminuir o impacto ambiental.

Mudança de comportamento

A mudança de comportamento é mais evidente entre os consumidores mais jovens, com 39% dos entrevistados de 18 a 25 anos buscando ativamente informações sobre os esforços de sustentabilidade de uma marca antes de realizar uma compra. Essa porcentagem diminui para 25% entre os compradores com 45 anos ou mais.

Embora haja um crescente interesse pela sustentabilidade, a pesquisa também mostrou que muitos consumidores (66%) ainda são céticos em relação às alegações das empresas sobre a sustentabilidade de seus produtos. De acordo com a pesquisa, a alegação de “alta proteína” é uma das principais preocupações, com “boa escolha para o meio ambiente” sendo o segundo atributo mais associado.

Assim como no Reino Unido, os consumidores mais jovens nos EUA também estão se afastando do consumo de carne em prol de opções mais sustentáveis. Segundo uma nova pesquisa compilada pela organização de ciências sociais de dados, Medical Inspiration Daily For Stronger Society (MIDSS).

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Imagem ilustrativa de capa: Pexels

Por Ana Cristina Gomes em 11 de abril
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