As decisões alimentares exercem um impacto considerável na saúde global, sendo responsáveis por cerca de 11 milhões de mortes decorrentes de doenças como diabetes, câncer e condições cardiovasculares.

O Instituto Americano de Pesquisa do Câncer ressalta a possibilidade de redução de neoplasias, ou crescimento anormal de tecidos, ao modificar o estilo de vida e as escolhas alimentares em países em desenvolvimento.

Nos últimos dez anos, houve um crescimento global no consumo de alimentos processados e ultraprocessados. Esse aumento destaca a importância crucial de investigar e aumentar a conscientização sobre os impactos desses alimentos na saúde em geral.

Processados X Ultraprocessados

O processamento de alimentos abrange técnicas que modificam os alimentos crus para conveniência de armazenamento e consumo. Nas classificações contemporâneas, os alimentos se enquadram em quatro categorias propostas pelo método NOVA: ingredientes culinários não processados, processados, alimentos processados ​​e alimentos ultraprocessados ​​(AUPs).

O Departamento de Agricultura dos EUA define “alimento processado” como qualquer fruta, vegetal ou alimento alterado, incluindo limpeza, desidratação, aquecimento, suco ou congelamento, exceto produtos agrícolas crus.

Os exemplos incluem tofu (de soja crua), amêndoas torradas secas (de amêndoas cruas) e vegetais enlatados (por exemplo, tomate, cenoura).

Os alimentos ultraprocessados, por outro lado, passam por processamento adicional e incluem ingredientes adicionais como gorduras, sal, açúcar, conservantes, corantes e sabores artificiais, como carnes processadas, bebidas açucaradas, doces embalados, salgadinhos, sopas instantâneas e refeições congeladas.

Mito dos alimentos processados

Existe um equívoco comum de que todos os alimentos processados ​​carecem de valor nutricional e são prejudiciais. No entanto, alguns métodos de processamento podem melhorar ou preservar os alimentos, como enriquecer os alimentos com nutrientes necessários como ferro, vitaminas e iodo para prevenir deficiências.

Além disso, técnicas de processamento como cozimento, secagem e pasteurização podem prevenir o crescimento bacteriano prejudicial, prolongar a vida útil e melhorar o sabor e a textura, tornando o preparo das refeições mais conveniente.

Importância do conteúdo nutricional

A pesquisa mostra que os UPFs têm baixo valor dietético e nutricional, contribuindo para condições graves como a obesidade. Esses alimentos são normalmente ricos em energia, carboidratos refinados, gorduras prejudiciais à saúde e açúcar, mas pobres em fibras, proteínas, minerais e vitaminas.

Além disso, vários estudos associaram o consumo de AUP ao aumento dos riscos de obesidade, obesidade abdominal, síndromes metabólicas, hipertensão, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, cancro e depressão. Esses riscos à saúde estão associados ao baixo conteúdo nutricional e aos altos níveis glicêmicos dos AUP.

O que diz o rótulo importa?

Identificar alimentos processados e ultraprocessados exclusivamente pelos rótulos pode ser desafiador, já que as técnicas de processamento geralmente não são detalhadas. No entanto, compreender conceitos fundamentais de produção e processamento de alimentos pode ser útil.

Por exemplo, frutas e vegetais frescos não passam por processamento ou ultraprocessamento, enquanto ingredientes básicos de culinária, como óleos vegetais, açúcares e sais, são considerados minimamente processados. Além disso, a quantidade de ingredientes listados em um produto pode indicar o grau de processamento.

Aditivos cosméticos mencionados no final da lista de ingredientes, como realçadores de sabor, adoçantes, espessantes, agentes de gaseificação e revestimento, podem ser indícios de alimentos ultraprocessados. Em certos casos, os produtos alimentícios podem categorizar ingredientes como sabores naturais ou artificiais, facilitando a identificação.

A demanda por conveniência levou a um aumento significativo no consumo de alimentos ultraprocessados, tornando-os um componente de destaque nas dietas modernas. Esses alimentos ricos em energia geralmente contêm altos níveis de gorduras insaturadas, açúcares adicionados e sais. Estratégias de marketing inteligentes, incluindo o uso de personagens populares, recomendações e brindes, influenciam fortemente as escolhas alimentares, especialmente entre as crianças.

Em resumo, é crucial distinguir entre alimentos processados e ultraprocessados. Embora os alimentos processados possam ser consumidos com segurança, a relação entre os ultraprocessados e possíveis impactos negativos na saúde não deve ser subestimada. Promover o consumo de alimentos enriquecidos com nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais em vez de optar por ultraprocessados de baixa qualidade é fundamental para promover uma saúde mais robusta.

Imagem de capa: Unsplash

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