Uma coalizão de organizações não governamentais e membros do Grupo de Ação Alimentar e Climática fez um apelo aos líderes mundiais presentes na COP29, em Baku, Azerbaijão, para que promovam reformas nas políticas alimentares e agrícolas.
Na COP28, realizada no ano passado, líderes globais firmaram um compromisso para a transição energética e a redução do uso de combustíveis fósseis. Agora, a coalizão pede que o foco se volte para uma “transição justa do consumo excessivo de carne e laticínios”, com o compromisso sendo firmado nesta conferência ou, no mais tardar, na COP30.
Apoio a alimentos de baixo carbono
Os países de alta renda são incentivados a dar suporte público a alimentos de baixo carbono, como vegetais, com o objetivo de reduzir emissões de gases de efeito estufa, além do uso excessivo de água e terras agrícolas. Segundo as ONGs, essas mudanças não apenas ajudam no cumprimento de metas climáticas, mas também promovem melhorias na saúde pública e reduzem os custos com sistemas de saúde.
A coalizão também sugere que nações de alta e média-alta renda redirecionem subsídios destinados a produtos de origem animal com altas emissões, investindo esses recursos em uma transição justa para os agricultores. Além disso, propõe políticas de taxação e precificação voltadas para processadores de carne, incentivando a mudança para produtos plant-based. Parte da receita arrecadada com esses impostos poderia ser destinada a populações mais afetadas pelas mudanças climáticas.
Alimentos plant-based no centro da pauta
As reformas nos sistemas alimentares têm ganhado mais espaço nas COPs recentes, ainda que historicamente tenham recebido pouca atenção. Na COP28, por exemplo, dois terços dos alimentos servidos foram plant-based, graças à campanha Food@COP, promovida pelo grupo YOUNGO e apoiada pela organização ProVeg International.
Desde 2022, os eventos também passaram a contar com pavilhões dedicados à reforma dos sistemas alimentares.
“Reformar práticas agrícolas, subsídios e impostos sobre alimentos, além de priorizar o consumo de produtos plant-based, é essencial para atingir as metas do Acordo de Paris”, afirmou Akshath Kaimal, líder do subgrupo financeiro da coalizão e membro da TAPP Coalition.
Ele também destacou que os sistemas alimentares atuais impactam de maneira desproporcional as comunidades indígenas e os grupos vulneráveis no Sul Global, regiões que enfrentam os piores efeitos das mudanças climáticas.
A Declaração da COP29, assinada por quatro Estados e mais de 100 ONGs, solicita que países da OCDE e a China implementem impostos sobre a carne ou sistemas de precificação de emissões agrícolas (agri-ETS), destinando parte dessa arrecadação ao financiamento do Fundo de Perdas e Danos.
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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