O consumo de alimentos de origem vegetal, combinado com a redução de carne vermelha, traz benefícios tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.

Grãos e leguminosas fornecem proteínas vegetais e minerais essenciais, como ferro e zinco, para uma dieta saudável e nutritiva. No entanto, o corpo humano absorve esses minerais mais facilmente da carne do que dos grãos, o que dificulta a transição para dietas plant-based.

O projeto sueco “The Mineral Shift“, que visa melhorar a absorção de minerais a partir de grãos, otimizou um processo antigo conhecido como tratamento hidrotérmico para reduzir o ácido fítico, um antinutriente que impede a absorção de minerais.

“Este é um ótimo exemplo de como os minerais podem ser significativamente mais acessíveis em produtos de grãos, facilitando uma alimentação sustentável sem comprometer o valor nutricional. Os grãos integrais estão entre os alimentos mais sustentáveis que podemos consumir, e a Suécia tem grande capacidade de produção”, disse Veronica Öhrvik, especialista em nutrição e líder do projeto na Axfoundation.

Revolucionando dietas plant-based

Descrito como uma inovação revolucionária para dietas plant-based, o tratamento reduz o ácido fítico nos grãos em até 99%, liberando o ferro e o zinco e tornando-os tão biodisponíveis quanto os encontrados na carne. O processo consiste em deixar os grãos de molho em condições específicas de tempo e temperatura, ativando suas enzimas naturais e liberando os nutrientes.

“Na prática, isso significa que há mais ferro disponível em uma porção de macarrão integral com molho de tomate do que em uma porção comum de macarrão com almôndegas”, explica Veronica.

O projeto Mineral Shift é uma colaboração entre MatLust Development Node, Axfoundation, Hidden in Grains e Warbo Kvarn, com investimento da agência sueca de inovação Vinnova.

Os pesquisadores por trás do Hidden in Grains são responsáveis por otimizar o tratamento hidrotérmico, que, segundo os resultados do projeto, aumenta em quase quatro vezes a quantidade de ferro e zinco disponível para absorção pelo corpo.

Apesar dos benefícios à saúde oferecidos pelos grãos integrais, nove em cada dez suecos consomem menos do que o recomendado, enquanto o consumo de carne vermelha supera as orientações, observam os pesquisadores.

“Os resultados mostram que, além de saborosos e fáceis de usar, os produtos de grãos podem ter seu valor nutricional aprimorado com baixo impacto climático e energético”, comentou David Fredlund, CEO da Hidden in Grains e chefe de desenvolvimento tecnológico.

Novos produtos ricos em minerais

Além de resolver o desafio da absorção de minerais, o projeto Mineral Shift também visa desenvolver produtos saborosos e saudáveis à base de cevada, centeio e trigo integrais.

As primeiras inovações incluem o snack Råggyberry, feito de grãos de centeio integral sueco tratados hidrotérmicamente, com uma compota de frutas e berries, e o bulgur de cevada tratado hidrotérmicamente. Esses produtos estão sendo testados no mercado, com disponibilidade em lojas selecionadas durante outubro e novembro. O Råggyberry foi desenvolvido na Fazenda Torsåker pela Axfoundation em colaboração com diversos parceiros, desde moinhos até varejistas.

“Esse é um ótimo exemplo de como os minerais podem ser significativamente mais acessíveis em produtos de grãos, facilitando uma alimentação sustentável sem comprometer o valor nutricional”, concluiu Veronica.

Confira a matéria publicada na Vegconomist.

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