A startup GOB, com sede em São Francisco, lançou os primeiros protetores auriculares compostáveis do mundo, fabricados inteiramente de micélio, uma alternativa ecológica ao plástico tradicional. O micélio, estrutura radicular dos cogumelos, oferece uma solução biodegradável para os cerca de 40 bilhões de protetores de ouvido de plástico produzidos globalmente a cada ano, muitos dos quais acabam poluindo o meio ambiente.

Os protetores auriculares foram desenvolvidos em parceria com a Ecovative, empresa líder em tecnologia de micélio, e são produzidos a partir de subprodutos agrícolas moldados por sistemas robóticos. O design do produto da GOB mantém a clareza do som, ao mesmo tempo que oferece uma redução eficaz de ruídos.

Ao contrário dos protetores de espuma tradicionais, que podem distorcer certas frequências, o produto da GOB é descrito como proporcionando uma absorção equilibrada do som, sem o efeito abafado comum em produtos de PVC.

Protetores que alimentam o solo

Os protetores auriculares da GOB são hipoalergênicos, totalmente compostáveis em casa e certificados pelo USDA como 100% de origem biológica. Após o descarte, eles se decompõem em nutrientes que alimentam o solo, eliminando a preocupação com microplásticos ou resíduos prejudiciais. Conforme descrito no site da empresa: “Nossos protetores de espuma de micélio vão além de serem apenas compostáveis—quando terminam seu trabalho, eles retornam à natureza, se transformando em nutrientes que enriquecem o solo.”

A empresa reforça seu compromisso com uma alternativa sustentável aos protetores auriculares tradicionais, geralmente fabricados com materiais à base de petróleo, como o PVC, substância nociva à saúde humana e ao meio ambiente. A GOB vê seu produto como parte de uma mudança mais ampla em direção a produtos regenerativos, que minimizam o impacto ecológico.

O lançamento no mercado foi impulsionado por um investimento inicial de US$ 1,2 milhão, além de parcerias de destaque nas indústrias da música e esportes, incluindo colaborações com a turnê de Billie Eilish e a Fórmula 1, segundo a Baukunst, que liderou a rodada de investimento. A startup também busca expandir sua atuação em setores como hotelaria, aviação e automobilismo.

Ampliando o acesso global à tecnologia do micélio

A Ecovative, parceira da GOB no desenvolvimento dos protetores, abriu no ano passado o acesso a uma patente europeia de seus materiais MycoComposite™, permitindo que empresas em toda a Europa utilizem a tecnologia em diversas aplicações, após uma rodada de financiamento de US$ 30 milhões.

Eben Bayer, fundador e CEO da Ecovative, comentou anteriormente: “Nos próximos cinco anos, o micélio será muito mais comum na alimentação, moda, vestuário e automóveis, para citar alguns exemplos. Acredito que, até lá, muitas mais pessoas reconhecerão o incrível potencial do micélio, e sua adoção crescerá rapidamente.”

A empresa destaca: “Nossos protetores não contêm microplásticos nem resíduos nocivos—apenas micélio puro fazendo o que faz de melhor: regenerando a terra, de forma natural e sem compromissos. Zero enrolação.”

Confira a matéria publicada na Vegconomist.

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