A Business Finland concedeu €10 milhões a dois projetos finlandeses — FoodID e FinBioFAB — com o objetivo de desenvolver proteínas e materiais alternativos por meio de colaborações em pesquisa e desenvolvimento.

Esses projetos foram selecionados para o programa Global Centers, liderado pela Fundação Nacional de Ciências dos EUA (NSF), que envolve a cooperação de seis países em busca de soluções inovadoras para desafios globais. A chamada de investimento deste ano focou na bioeconomia, abordando temas como biofábricas e biodiversidade.

Proteínas alternativas e cacau

O projeto FoodID visa inovar processos sustentáveis utilizando ferramentas digitais para produzir proteínas e lipídios alternativos a partir de plantas e fermentação. O objetivo é desenvolver matérias-primas sustentáveis e saudáveis para melhorar os sistemas alimentares globais.

Nesse projeto de três anos, coordenado pela Universidade de Nebraska-Lincoln, colaboram instituições como VTT, Universidade de Helsinque, além das empresas Fazer, Valio, MeEat, Enifer e Onego Bio. Cada uma contribuirá com métodos de produção inovadores, enfatizando a utilização eficiente de materiais e conceitos de economia circular.

  • Enifer: A empresa, especializada em micoproteínas, buscará aprofundar o entendimento sobre a micoproteína PEKILO em produtos alimentícios e buscar avanços tecnológicos para modificar suas propriedades nutricionais e funcionais.
  • Onego Bio: Focada em proteínas de clara de ovo, a startup pretende reduzir o impacto ambiental de seu processo de fermentação em 90% e utilizar subprodutos da indústria alimentícia para promover a sustentabilidade. “O uso de subprodutos e biomassa vegetal alternativa como matéria-prima pode aumentar a sustentabilidade da produção de proteínas alternativas e melhorar a circularidade e eficiência do sistema alimentar”, afirmou a Onego Bio nas redes sociais.
  • Fazer: O produtor de alimentos finlandês investigará ingredientes avançados e tecnologias baseadas em fermentação para substituir o cacau tradicional e reduzir o açúcar nos produtos alimentícios, abordando problemas de abastecimento de cacau devido às mudanças climáticas e questões de saúde global.
  • MeEat: Esta startup de tecnologia alimentar está desenvolvendo tecnologias para utilizar favas fermentadas finlandesas como fonte de proteínas vegetais, oferecendo alternativas inovadoras de matérias-primas para a indústria. O projeto aproveitará a vasta experiência das instituições de pesquisa finlandesas e das redes acadêmicas e industriais globais estabelecidas pelo projeto FoodID.
  • Valio: A empresa de laticínios concentrará sua pesquisa em soluções alimentares híbridas que combinam componentes alimentares microbianos com ingredientes tradicionais, visando melhorar a qualidade sensorial e nutricional, ao mesmo tempo que utiliza subprodutos industriais para promover a sustentabilidade.

Materiais plásticos biodegradáveis e à base de proteínas

Por sua vez, o projeto FinBioFAB, a Biofábrica Finlandesa para Biomanufatura Avançada, busca contribuir para a bioeconomia global e a sustentabilidade ambiental por meio da biologia sintética e da inteligência artificial, desenvolvendo plásticos biodegradáveis e materiais à base de proteínas.

O projeto colabora estreitamente com biofábricas globais e empresas líderes do setor biofinlandês, como Neste (combustíveis sustentáveis), Onego Bio (proteínas de ovo), AB Enzymes, Solar Foods (proteínas do ar), UPM (alternativas renováveis a materiais fósseis) e VTT da Finlândia. Cada empresa buscará inovar e aprimorar seus métodos de biomanufatura e explorar aplicações mais amplas dessas tecnologias emergentes.

“O forte sucesso das propostas de projetos finlandeses em uma concorrência internacional rigorosa e sua inclusão nos programas de pesquisa da NSF mostram que somos parceiros de P&D desejados para enfrentar desafios globais. Nesse contexto, o financiamento nacional de longo prazo também desempenha um papel importante, pois espera-se que esses projetos produzam soluções inovadoras para mercados internacionais somente após vários anos”, comentou Timo Metsä-Tokila, diretor da Business Finland.

Confira a matéria publicada na vegconomist.

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