De acordo com um novo estudo divulgado no American Journal of Kidney Diseases, elevar o consumo de proteína vegetal reduz substancialmente o risco de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC). Esse estudo ilumina uma abordagem dietética potencial para aprimorar a saúde renal e enfrentar uma condição que afeta um vasto número de pessoas ao redor do mundo.
Os rins desempenham um papel vital ao filtrar o sangue para eliminar substâncias tóxicas, regular a pressão arterial e equilibrar os componentes químicos sanguíneos. A doença renal crônica é caracterizada por uma deterioração gradual da função renal ao longo do tempo, trazendo consigo riscos significativos para a saúde, incluindo ocorrência de derrames, ataques cardíacos, anemia e outras complicações que podem ser fatais.
Dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA apontam que um notável contingente de 15% dos adultos norte-americanos, estão enfrentando essa doença.
Proteína vegetal
A pesquisa, analisou os padrões alimentares de mais de 117.000 participantes como parte do estudo UK Biobank, projeto de pesquisa abrangente focado no bem-estar.
Os indivíduos selecionados não possuíam histórico de doença renal crônica e suas taxas de filtração glomerular (o principal indicador da função renal) variaram desde estágios iniciais de doença renal até níveis considerados saudáveis.
Ao longo de década, os cientistas monitoraram a ingestão de proteína vegetal por parte dos participantes, avaliando o possível impacto disso na saúde dos rins.
Os participantes que incorporaram maiores quantidades de proteína de fontes vegetais apresentaram uma probabilidade menor de desenvolver doença renal crônica. Vale destacar que esses indivíduos também registraram melhorias na pressão arterial, no índice de massa corporal (IMC), nos níveis de triglicerídeos e nos marcadores inflamatórios.
Essa associação se manteve verdadeira em todos os grupos demográficos, incluindo aqueles com hipertensão, diabetes, IMC mais alto, assim como níveis elevados de inflamação.
“Há muito tempo suspeitamos que as proteínas à base de plantas podem trazer benefícios importantes para a saúde renal. Nossa pesquisa sugere que fatores como menor carga de ácido, gordura saturada reduzida, maior teor de fibras e propriedades antioxidantes podem contribuir para esse efeito positivo”, disse Han, um dos coautores do estudo, à Health.
Como a alimentação afeta a doença renal
A relação entre as escolhas alimentares e a saúde dos rins tem sido objeto de pesquisa ao longo de um período considerável. As proteínas de origem animal, têm suscitado preocupações devido à possibilidade de desencadear processos inflamatórios, aumentando assim o risco de doenças renais.
As proteínas de fontes vegetais são associadas à presença de níveis mais elevados de antioxidantes e à menor presença de gorduras saturadas. Fatores que as tornam assim, uma opção atrativa para aqueles que buscam promover a saúde dos rins.
A pesquisa iniciou baseado na premissa de que a proteína vegetal possui diversas vantagens em relação à proteína animal no contexto renal. Investigações anteriores já haviam sugerido que um consumo elevado de proteína animal poderia consideravelmente ampliar a probabilidade de desenvolvimento de doença renal crônica (DRC).
Anteriormente, um estudo publicado em 2019 revelou que o consumo substancial de carne processada e carne vermelha está fortemente associado à disfunção renal. De maneira mais precisa, os participantes situados no quartil de consumo mais elevado de carne processada viram suas chances de desenvolver DRC aumentarem em 99%, enquanto aqueles localizados no quartil mais alto de consumo total de carne (tanto vermelha quanto processada) apresentaram um aumento de 73% no risco de DRC.
“Além disso, a substituição de carne vermelha e processada por outras fontes de proteína dietética (como nozes e legumes) foi associada a um menor risco de DRC”, acrescentaram os pesquisadores.
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