O Bezos Earth Fund, fundo filantrópico criado por Jeff Bezos, anunciou os primeiros projetos selecionados dentro do AI Grand Challenge for Climate and Nature — uma iniciativa ambiciosa que busca usar a inteligência artificial como ferramenta para enfrentar os grandes desafios ambientais do planeta.

Nesta primeira fase, 24 projetos foram contemplados, cada um recebendo US$ 50 mil para o desenvolvimento inicial de soluções inovadoras que combinam tecnologia e impacto ambiental. O investimento total soma US$ 1,2 milhão. Ainda este ano, até 15 dessas propostas mais promissoras serão escolhidas para a segunda fase e receberão US$ 2 milhões cada para escalonar suas soluções ao longo de dois anos.

A chamada pública faz parte de um compromisso maior do fundo, que planeja destinar até US$ 100 milhões para fomentar o uso da IA em áreas críticas como proteínas sustentáveis, otimização de redes de energia e conservação da biodiversidade.

“Estamos vendo ideias que antes pareciam inalcançáveis começarem a ganhar forma com o apoio da IA — desde transformar resíduos alimentares em proteínas aproveitáveis até monitorar caça ilegal por meio de gravações de áudio”, afirmou Lauren Sánchez, vice-presidente do Bezos Earth Fund.

Proteínas sustentáveis em foco

Um dos destaques da seleção foi o grupo de nove organizações que propõem soluções voltadas à produção de proteínas alternativas mais sustentáveis, um tema cada vez mais urgente dentro do contexto climático e alimentar global. Entre as instituições apoiadas, estão:

  • Cornell University
  • Wageningen University & Research
  • King’s College London
  • Delft University of Technology
  • New Harvest
  • Food System Innovations
  • The Periodic Table of Food Initiative
  • University of Leeds
  • Essential Impact

Esses projetos passam agora por um processo de aceleração chamado Innovation Sprint, onde terão suporte para aprimorar suas propostas, formar equipes interdisciplinares e desenhar planos práticos de implementação. Eles também receberão mentoria especializada de parceiros do setor privado, selecionados de acordo com as necessidades técnicas e estratégicas de cada projeto.

“Estamos colocando IA a serviço da inovação climática, conectando pesquisadores, cientistas de dados e agentes de impacto em busca de soluções com aplicação concreta”, explicou Dr. Amen Ra Mashariki, diretor de Estratégias de IA e Dados do fundo.

Avanços no campo das proteínas alternativas

A iniciativa surge pouco tempo depois de o Bezos Earth Fund anunciar um aporte de US$ 60 milhões para a criação de centros de pesquisa dedicados ao desenvolvimento de proteínas sustentáveis. Três unidades já estão em operação: na NC State University (EUA), Imperial College London (Reino Unido) e National University of Singapore.

Em um momento de retração global nos investimentos em foodtechs, ações como essa indicam que a aposta em soluções sustentáveis baseadas em ciência e tecnologia segue firme — especialmente com apoio de grandes filantropos e instituições globais.

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