A Gavan Technologies, uma startup de tecnologia alimentar, captou US$ 8 milhões em sua rodada série A para impulsionar a produção de sua gordura vegana Fatrix, que promete transformar o sabor, a textura e o perfil nutricional de laticínios e produtos de panificação veganos.
A rodada foi liderada pela MoreVC, com participação da Lever VC, DarkBoot Group e da plataforma EIT Food, apoiada pela União Europeia. Desde sua fundação, a empresa já captou US$ 10,5 milhões.
Com o investimento, a Gavan planeja construir uma nova fábrica em Chipre, com capacidade inicial de produção de 200 toneladas por ano, que deverá começar a operar em abril de 2025. O objetivo é entrar no mercado europeu com sua solução de gordura vegetal sustentável.
Uma solução que desafia o mercado
“Essa instalação nos permitirá produzir Fatrix em escala comercial enquanto refinamos nossos processos para futuras expansões”, explicou Itai Cohen, CEO e cofundador da Gavan.
Para James Caffyn, sócio da Lever VC, a tecnologia da Gavan se destaca no setor de proteínas alternativas. “A plataforma combina escalabilidade eficiente, economia competitiva e capacidade de parceria com grandes empresas, posicionando a Fatrix como uma solução transformadora para alimentos mais saudáveis e de rótulos mais limpos”, afirmou.
Tecnologia sem desperdício e versátil
Fundada em 2018 por Itai Cohen e Allen Hazan, a Gavan desenvolve ingredientes funcionais a partir de proteínas vegetais com um processo que aproveita 100% dos componentes da planta. Sua principal inovação, a Fatrix, é um oleogel multitextura feito de isolado de proteína de ervilha, óleo vegetal e água. Por usar ingredientes amplamente conhecidos, o produto não precisa de aprovação como “novo alimento” na União Europeia.
A Fatrix substitui a manteiga em receitas de panificação e laticínios veganos, com benefícios como menos calorias, menos gorduras saturadas e zero gorduras trans. Além disso, não exige o uso de espessantes, emulsificantes ou estabilizantes, garantindo um rótulo mais limpo.
“O processo proprietário sem desperdício preserva a estrutura original da proteína vegetal, utilizando óleo e água como base para criar uma matriz de gordura eficiente, sustentável e escalável”, disse Cohen. Os resíduos gerados se tornam subprodutos reaproveitáveis, como pó de ervilha com teor reduzido de proteína, utilizado em outras aplicações alimentícias.
Substituto sustentável para a manteiga
Com alto teor de água, a Fatrix reduz calorias em produtos como brioches, croissants e queijos veganos, mantendo a funcionalidade e a textura da manteiga. Também é neutra em sabor e odor, oferecendo versatilidade para criar diversas texturas e suportar altas temperaturas e pressão nos processos industriais.
Embora atualmente use proteína de ervilha, a tecnologia da Gavan é compatível com outras leguminosas, permitindo adaptação a diferentes matérias-primas e necessidades do mercado.
“Somos uma empresa B2B e fornecemos a Fatrix diretamente para fabricantes de alimentos. Esperamos que produtos contendo Fatrix estejam nas prateleiras poucos meses após o início da produção”, concluiu Cohen, projetando sua aplicação inicial em panificados e alternativas aos laticínios.
Confira a matéria publicada no Green Queen.
Leia também:
Celleste Bio capta US$ 4,5 milhões com participação da Mondelēz
Sunrize e Super Vegan lançam proteína Cookies & Cream com nibs de cacau
Canadá investe no desenvolvimento de proteína sustentável de feijão-fava
Compartilhe: