A ProVeg International divulgou um novo relatório em que defende a reformulação dos subsídios da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia, priorizando a produção de culturas sustentáveis.

O documento sugere que os subsídios sejam direcionados para práticas agrícolas que preservem a natureza, melhorem as condições de vida rural e reduzam custos sociais e econômicos. Segundo a ProVeg, práticas agrícolas inadequadas têm gerado impactos como desmatamento, degradação do solo, emissões de gases de efeito estufa e perda de biodiversidade. Para compensar esses danos, a produção muitas vezes é intensificada, criando um ciclo prejudicial.

Além dos incentivos para a produção sustentável, o relatório propõe a adoção de uma contabilidade de custo real na produção de alimentos. Essa abordagem considera impactos ambientais, econômicos e sociais, como os custos associados a dietas pouco saudáveis. Com isso, os subsídios seriam redirecionados para métodos de cultivo sustentável, orgânico e regenerativo.

Apoio à diversificação agrícola

O relatório, baseado em diálogos com organizações agrícolas de toda a Europa e Reino Unido, apresenta outras recomendações importantes, como:

  • Criação de um fundo específico para ajudar agricultores a diversificar suas culturas e adotar práticas mais sustentáveis.
  • Acesso facilitado a capital para possibilitar a transição para uma produção de alimentos mais sustentável.
  • Investimentos em sistemas de conhecimento e infraestrutura que apoiem a diversificação agrícola.
  • Estímulo à demanda por produtos sustentáveis por meio de políticas de aquisição pública que exijam alimentos de base vegetal e orgânicos, além da redução do IVA para esses produtos.
  • Criação de políticas de suporte de longo prazo, com foco na autonomia dos agricultores e no engajamento comunitário.

Construindo resiliência para os agricultores

Em paralelo, o EIT Food’s Protein Diversification Think Tank publicou um white paper destacando ações para apoiar a transição dos agricultores para práticas agrícolas adaptadas ao futuro. O documento, resultado de discussões com diversas partes interessadas do setor alimentar, sugere a criação de um banco de estudos de caso que mostre caminhos viáveis para a adoção de novos modelos de negócios. Também propõe maior investimento em pesquisa e apoio à diversificação de proteínas na agricultura.

“Políticas agrícolas devem priorizar práticas sustentáveis, restaurar ecossistemas e construir resiliência para os agricultores, garantindo um futuro em que agricultura e natureza coexistam de forma harmônica”, afirmou Josh Bisig, gerente sênior de pesquisa em políticas da ProVeg e coautor do relatório.

Ele enfatizou que cabe aos formuladores de políticas da UE decidir como alocar o grande orçamento agrícola do bloco, canalizando os recursos para práticas alinhadas ao clima e ao meio ambiente, tornando a agricultura mais sustentável e preparada para o futuro.

Confira a matéria publicada no vegconomist.

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