Em meados de 2020, um grupo de veganos decidiu tomar uma atitude sem precedentes para o ativismo. O movimento Vegan Land Movement (VLM), arrecada dinheiro através de doadores  e utiliza esses valores para comprar terras agrícolas usadas para gado.

A utilização de terras para a prática da pecuária é sem dúvida uma das questões mais prejudiciais ao meio ambiente. Aproximadamente 26% das terras sem gelo do mundo são usadas para a pecuária, enquanto 33% das terras cultivam grãos para o gado.

Como resultado, a pecuária é uma das principais causas de desmatamento e da perda da biodiversidade. No Reino Unido, cerca de metade de sua biodiversidade foi perdida desde 1970. O país, que costumava ser formado por enormes florestas, possui atualmente 71% das terras usadas para agricultura.

De acordo com um estudo publicado em 2020, o Reino Unido “liderou o mundo” na destruição do meio ambiente. Segundo os ativistas, a diminuição da prática da pecuária, bem como o reflorestamento dessas terras, são essenciais para evitar o colapso climático.

Vegan Land

Fundada por Gina Bates, Sara Eloquin e Kevin Greenhill, o grupo Vegan Land, já removeu quatro lotes de terra da pecuária em Somerset, totalizando 101 mil metros quadrados.

O grupo está atualmente reflorestando os quatro lotes e já plantou aproximadamente 1.000 mudas nativas para alavancar uma futura floresta. Além disso, o grupo quer transformar um pequeno pedaço de terra, anteriormente utilizado para criação de galinhas, em um pomar comunitário.

De acordo com Gina Bates, o grupo Vegan Land está muito feliz com os resultados até agora e satisfeitos de verem grandes a vida selvagem retornando aos campos onde pertencem.

“Fomos muito sensíveis no monitoramento dos locais, já que muita biodiversidade havia retornado”, diz Bates. “Havia centenas, senão milhares de outras espécies que estavam fora de vista, escondidas, noturnas ou pequenas demais para serem vistas a olho nu.”

Como funciona o Vegan Land?

O principal objetivo do movimento, é que “as centenas e milhares de veganos por aí e nas redes sociais se tornem parte dele”.

“Cada vegano doa um pouco e isso pode ser apenas o preço de um café, se todos concordarmos”, diz Bates. “Depois, superamos os lances dos pecuaristas no leilão e removemos a terra da pecuária, para sempre. Ninguém perde a camisa, salvamos a terra, salvamos as espécies, acabamos com a exploração dos animais de criação, salvamos o planeta e criamos um mundo vegano acre por acre. É realmente muito simples.

O futuro do movimento

O grupo espera que mais pessoas possam fazer parte do movimento, dessa forma, será possível comprarem mais terras com mais frequência. A longo prazo, o Vegan Land deseja expandir o movimento para mais países e continuar o reflorestamento em todo o mundo.

Aproximadamente, 500 pessoas já doaram para a causa. “O que poderíamos fazer se houvesse 5.000 ou 50.000 de nós?” diz Bates. “Poderíamos criar um sistema diferente muito rapidamente.”

O conceito original centrou-se na ideia de 1 milhão de veganos doando apenas £ 1 por mês. Assim, o grupo poderia ajudar a mudar o uso das terras, acabar com o sofrimento dos animais naquele local, salvar espécies selvagens em extinção e ajudar a prevenir um colapso climático catastrófico.

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Imagem ilustrativa de capa: Divulgação Vegan Land

Por Ana Cristina Gomes em 23 de fevereiro
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