Você já se perguntou como está o mercado de couro sintético? 

Conforme o The Insight Partners, o setor foi avaliado em US$ 27,53 milhões no ano de 2021 e deve atingir globalmente US$ 42,74 milhões até o ano de 2028, crescendo a um CAGR de 6,5% durante esse período. 

O material é utilizado em diversas indústrias, como a de vestuário, calçados, móveis, automotivo, além de itens como carteiras e estojos. É explicado sobre o setor de sapatos: “A alta demanda por couro sintético na indústria calçadista se deve ao seu baixo custo, resistência à abrasão e resistência à água”. 

O relatório analisou o couro sintético por tipo abordando couros feitos de poliuretano, cloreto de polivinila e de base biológica, tendo investigado os seguintes países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, França, Itália, Austrália, Rússia, China, Japão, Coreia do Sul, Árabia Saudita, Brasil e Argentina. 

Análise regional e os principais players do mercado de couro sintético

O estudo também informou  que a Ásia-Pacífico tinha a maior participação no mercado global de couro sintético no ano de 2020, os fatores que impulsionaram essa situação são o crescimento populacional naquele local e o aumento do poder aquisitivo do consumidor, bem como o avanço tecnológico do couro de base biológica. 

É afirmado: “O aumento da renda está alterando os gastos do consumidor no Sudeste Asiático, levando ao aumento da demanda por couro sintético em interiores automotivos devido aos seus valores estéticos”. 

Os principais players destacados são as seguintes empresas: 

  • Nissha Co. e Kuraray Co. — empresas asiáticas que desenvolveram o couro CLARINO e comercializaram o produto por meio dos canais de vendas de ambas as marcas. 
  • Teijin cordley — marca que desenvolveu o couro Cordley para artigos esportivos, como sapatos, bolas, acessórios, entre outros. 
  • BASF SE — criou o Haptex, uma solução de poliuretano para produzir couro sintético de forma mais sustentável. 

Considerações sobre o tipo, aplicação do material e a pandemia do coronavírus

Agora que você já sabe as previsões desse mercado, vamos avançar para o tipo e a aplicação mais utilizada. 

Conforme o estudo,  o couro sintético feito de poliuretano dominava o mercado em 2020, o material é produzido a partir do plástico, que forma esse tecido impermeável. É destacado: “O estofamento feito de poliuretano oferece uma imitação realista de couro genuíno. O crescente consumo de móveis feitos de poliuretano continuará impulsionando sua demanda durante o período de previsão.”. 

No mesmo ano, o setor de calçados tinha a maior participação no mercado geral de couro sintético, alguns dos motivos apresentados para isso são os seguintes: livre de crueldade, aparência semelhante ao couro, baixo custo de produção e não prejudica o clima. 

Quanto a pandemia do coronavírus, essa afetou o mercado negativamente devido ao fechamento dos portos internacionais, o que ocasionou uma interrupção na cadeia de suprimentos desse material e afetou a eficiência operacional nas indústrias que utilizavam o produto. 

Entretanto, é explicado que a crescente demanda pelo couro sintético e os investimentos feitos em fabricantes de couro de base biológica devem impulsionar esse setor durante a previsão. 

Exemplo da MycoWorks  

Nós já falamos aqui no Vegan Business sobre o couro de micélio da MycoWorks. 

Nesse mês, a empresa levantou US$ 125 milhões em uma rodada da Série C, que será utilizado para criar uma planta de produção para atender a demanda pelos materiais da empresa em até um ano, bem como contratar mais equipe, investir na área de pesquisa e utilizar o valor para a inovação da tecnologia patenteada da marca. 

No momento, estão focando na moda de luxo, mas já tem planos para fechar parcerias com marcas de “massa”. 

Para o The Guardian, Matt Scullin (CEO), afirmou que o couro de micélio pode trazer biodegradabilidade às marcas, mas é necessário pensar de forma sustentável sobre o produto final, pois, se uma peça é feita com ferro, guarnições e fechos não biodegradáveis isso prejudica o meio ambiente. 

Portanto, podemos perceber aqui que é ótimo que o couro sintético tenha uma boa previsão de mercado — afinal, o produto não tem crueldade animal —  mas que ainda é necessário revisarmos certas questões para termos uma moda cada vez mais sustentável. 

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*Imagem de capa: Reprodução MycoWorks / via Instagram @mycoworks | Foto — @lindseyfil

Por Amanda Stucchi em 24 de janeiro
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