A Faircraft, uma startup de couro cultivado sediada em Paris, anunciou a captação de €15 milhões em uma rodada de investimentos para expandir sua equipe e aumentar a escala de suas operações, atendendo à crescente procura por materiais sustentáveis.
Fundada em 2021, a empresa é liderada pelo CEO Haïkel Balti, engenheiro em ciência de materiais, e pelo bioquímico César Valencia Gallardo. Utilizando biologia celular e técnicas exclusivas de engenharia de tecidos, a Faircraft busca criar uma nova geração de materiais com menor impacto ambiental, começando com o conceito de “couro real sem o uso de animais”.
A rodada de investimento contou com a participação de Kindred Ventures (EUA), Cap Horn (França), BPI France, Blue Wire Capital (Reino Unido), Sake Bosch (Países Baixos), Entrepreneur First (Reino Unido), Alliance for Impact (França) e Heirloom (EUA), reforçando o potencial do couro sustentável da startup.
“Uma revolução ética e tecnológica”
“Nosso couro cultivado em laboratório representa uma evolução que transcende a indústria da moda. Utilizando tecnologias de ponta, honramos os princípios éticos e criamos peças únicas com impacto ambiental mínimo. Além disso, abrimos novas possibilidades para artesãos e designers de couro. Este avanço é uma homenagem à magia da vida”, declarou Haïkel Balti.
Tecnologia inovadora e impacto reduzido
Com uma equipe internacional composta por 20 especialistas de oito nacionalidades diferentes, incluindo nove doutores, a Faircraft desenvolveu uma plataforma própria para a produção de couro cultivado, protegida por duas patentes internacionais.
O processo, que começa com células da pele animal, recria a estrutura e a composição do couro tradicional, oferecendo um material premium com “propriedades excepcionais de toque e textura”. Segundo a empresa, sua produção emite 90% menos CO2, gera 95% menos resíduos e utiliza 80% menos água do que a fabricação de couro convencional.
Próximos passos: escalar produção e alcançar competitividade
O foco atual da Faircraft é aumentar a escala de produção para alcançar paridade de custo com o couro tradicional, abrindo novas possibilidades para a indústria da moda, bens de couro e marcas de luxo com as quais já colabora. A startup também trabalha em parceria com mestres curtidores para aperfeiçoar os acabamentos do couro cultivado.
Embora o custo de fabricação ainda seja mais alto do que o do couro convencional, a Faircraft afirma estar no caminho certo para alcançar preços competitivos, o que consolidará sua posição como fornecedora de materiais éticos e inovadores no mercado global.
Confira a matéria publicada no vegconomist.
Leia também:
Indústria de fermentação de precisão pode gerar US$ 30 bilhões anuais para a Austrália
KoRo capta €35 milhões em rodada de investimento excedida
Tassio Silva, da Master Veggie, recebe Prêmio Alumni Destaque
Compartilhe: