A empresa canadense CULT Food Science Corp., especializada em tecnologias de agricultura celular e carne cultivada em laboratório, assinou uma Carta de Intenção (LOI, na sigla em inglês) para adquirir a The Better Butchers Inc. (TBB). A transação prevê a aquisição de 100% das ações da TBB, sujeita a auditorias, aprovações regulatórias e outras condições.
Sobre a The Better Butchers
Fundada em 2022, a The Better Butchers nasceu com o objetivo de ser a primeira empresa a levar carne cultivada ao mercado canadense e abrir um açougue especializado em Vancouver. Recentemente, a empresa tem direcionado suas atividades para alternativas de carne à base de micélio, derivado de fungos.
Utilizando proteínas extraídas do micélio através de fermentação de biomassa, a TBB lançou uma linha de produtos à base de plantas que combina valor nutricional e texturas familiares. Entre os itens disponíveis, estão crumbles de micélio em sabores como chorizo e italiano, além de uma versão sem sabor.
A TBB planeja criar, no futuro, produtos híbridos que combinam micélio e carne cultivada. No entanto, as ofertas atuais visam gerar receita e financiar pesquisas mais avançadas na área de carne cultivada.
O papel de Mitchell Scott
Mitchell Scott, cofundador e CEO da The Better Butchers, também atua como CEO da CULT Food Science. Ele assumiu a posição em novembro de 2023, após a saída do antigo CEO, Lejjy Gafour. Antes disso, Scott cofundou a marca de carne à base de plantas The Very Good Butchers, que entrou em processo de recuperação judicial no início de 2023.
Sobre o acordo, Scott afirmou: “Pouco mais de um ano após entrar na CULT Food Science, me uni à equipe por dois motivos principais: a força de seu portfólio de empresas e seu foco em investimentos na agricultura celular. Este é um passo importante para construir algumas das primeiras companhias capazes de comercializar essas tecnologias inovadoras.”
Detalhes da transação
De acordo com a LOI, a CULT emitirá 40 milhões de ações ordinárias para os acionistas da TBB, avaliadas em US$ 0,05 por ação, totalizando US$ 2 milhões. Além disso, poderá emitir até 10 milhões de ações adicionais com base no cumprimento de metas específicas pós-aquisição. A CULT também investirá pelo menos US$ 300.000 para apoiar o desenvolvimento de negócios da TBB.
Após a aquisição, Mitchell Scott e Celeste Trujillo, cofundadora da TBB, integrarão o conselho de diretores da CULT, com Trujillo assumindo o cargo de CEO da TBB.
A conclusão do acordo depende de várias condições, incluindo auditorias, aprovações regulatórias e consentimento dos acionistas da CULT. Além disso, a CULT precisa concluir uma rodada de investimento, captando pelo menos US$ 1,5 milhão em até 60 dias após o fechamento da transação.
Estratégia da CULT Food Science
Assim como a TBB, a CULT começou com o objetivo de liderar inovações na agricultura celular no Canadá, investindo em parcerias acadêmicas e startups internacionais de carne cultivada, como a Eat Just. Em 2024, a CULT assinou uma LOI para adquirir a marca de alimentos para pets Because, Animals e fez parceria com a startup sul-coreana Everything But para trazer carne cultivada para alimentação de pets nos EUA.
Diante dos desafios regulatórios para a carne cultivada, a CULT lançou uma linha de petiscos plant-based, os Noochies!, que utilizam o ingrediente proprietário Bmmune, derivado de leveduras nutricionais. Recentemente, a Noochies! começou o processo de aprovação junto à FDA para lançar alimentos de carne cultivada para animais nos EUA.
Próximos passos
A aquisição da The Better Butchers deve fortalecer a posição da CULT no setor de agricultura celular. Ambas as empresas trabalham para finalizar os termos do acordo, com assinatura prevista para até 10 de fevereiro de 2025. Segundo a CULT, novas atualizações serão divulgadas conforme o progresso da transação.
Scott concluiu: “Estamos dando passos importantes para unir as empresas, anunciando uma LOI vinculativa para que a CULT adquira a The Better Butchers. Acredito que esta seja uma grande oportunidade para ambas as partes continuarem crescendo e entregando valor aos acionistas.”
Confira a matéria publicada no vegconomist.
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