A poupança não é o único – nem o melhor – lugar para você deixar seu dinheiro.
Principalmente hoje em dia, com o cenário resultante da pandemia que traz tanta insegurança e instabilidade em se tratando de empregos e renda.
Ter a oportunidade de fazer seu dinheiro render é uma grande atração para quem quer ter alguma segurança no futuro.
O número de investidores na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) subiu para 5,8 milhões em 2022, o recorde da história. Representa 2,7% da população brasileira, estimada em 215 milhões de pessoas. Houve um crescimento de 17,5% em comparação com 2021.
Além disso, investir significa fazer parte das rodas da economia e ajudar a colocar em movimento empresas e projetos necessários para o mundo.
A consciência para a saúde do planeta em decadência e a vontade de fazer a diferença também fazem parte das motivações de muitos jovens que optam por impulsionar o desenvolvimento sustentável através de investimentos.
Mas decidir começar a investir e realmente investir são coisas diferentes, é necessário ao menos um conhecimento básico para não se perder em meio a tantas informações que são atualizadas diariamente.
Se você quer entender de uma vez por todas como começar a investir e conquistar a segurança e confiança para fazer as melhores escolhas de onde aplicar seu dinheiro, continue a leitura!
Dá para começar a investir com pouco dinheiro?
Sim, não é necessário ter uma grande fortuna para começar seus investimentos.
Essa talvez seja a informação que mais impede as pessoas de darem o primeiro passo na independência financeira, já que é um achismo popular pensar que somente os ricos podem aplicar dinheiro em lugares além da poupança.
Existem várias formas de investir na renda fixa e também na variável com valores de aportes diferenciados, e hoje em dia muitos investimentos já são acessíveis para o investidor iniciante.
A chave para o sucesso é a constância e o conhecimento, se você aplicar dinheiro regularmente de forma inteligente, mesmo que seja um valor pequeno, isso vai crescendo exponencialmente e seu capital vai multiplicar com o tempo e gerar ganhos muito maiores.
Os princípios básicos de investimento que você precisa conhecer antes de começar
O mercado financeiro tem alguns conceitos próprios com os quais você deve se familiarizar para entender melhor como tudo funciona. Veja quais são eles:
Liquidez
A liquidez é o quão facilmente você pode resgatar o dinheiro que investiu. Quanto maior a liquidez, mais rápido o valor entra na sua conta.
É normal que o número de operações relacionadas a esses ativos seja maior, como a compra e venda de ações na bolsa.
Risco
O risco está presente em qualquer tipo de investimento, é a possibilidade de que algo não dê certo como o esperado.
Mas existem aqueles investimentos que têm riscos mais baixos e mais altos. Normalmente a renda fixa representa um risco menor nos resultados dos investimentos.
Rentabilidade/Retorno
A rentabilidade é o quanto seu dinheiro vai render em relação ao que você aplicou, é o lucro daquele investimento.
Para quem procura retornos rápidos e grandes, é bom entender que quanto maior o retorno de um investimento, mais risco ele oferece. E o contrário também é válido, quanto menor o risco, menos retorno o investimento tem, por exemplo a poupança.
Diversificação
Diversificar sua carteira é uma estratégia que ajuda a diminuir os riscos dos seus investimentos.
Você seleciona os melhores ativos de diferentes modalidades de investimento e aplica seus recursos, criando uma carteira variada que pode se manter estável durante períodos difíceis.
Tipos de investimentos existentes no mercado financeiro
Existem vários tipos de investimentos tradicionais entre os quais escolher para iniciar, a maioria se divide entre renda fixa e renda variável, vamos entender um pouco sobre cada um deles:
Renda Fixa
Os investimentos de renda fixa são aqueles em que o retorno e as condições gerais são definidos antes mesmo da aplicação.
São conhecidos por sua maior segurança, ainda que existam riscos, e são ideais para quem está iniciando no mundo dos investimentos.
A rentabilidade de cada ativo varia de acordo com os indicadores de referência que seguem. Os principais são a Selic, o CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) e a TR (Taxa Referencial).
Títulos Públicos
O famoso Tesouro Direto, esse investimento pode ser considerado um empréstimo feito ao governo federal para financiar suas atividades, projetos e dívidas públicas. É um dos investimentos mais seguros para escolher.
Os investimentos em Tesouro Direto têm uma retenção de Imposto de Renda que varia conforme o tempo que o dinheiro fica aplicado e para aplicações resgatadas em menos de 30 dias, é cobrado também o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o rendimento. Veja os tipos de títulos públicos:
- Tesouro prefixado: tem uma taxa fixa de rentabilidade e você sabe quanto irá ganhar na data de vencimento.
- Tesouro prefixado com juros: assim como o tesouro prefixado, este tipo tem uma taxa fixa de rentabilidade, mas paga juros a cada 6 meses.
- Tesouro Selic: um dos títulos pós-fixados, o que significa que sua rentabilidade acompanha um indexador variável, no caso a taxa Selic. Neste tipo, a liquidez é diária e você pode resgatar a taxa acumulada até o período.
- Tesouro IPCA+ com Juros: além de pagar a taxa da inflação, este título paga uma taxa prefixada adicional, tornando a rentabilidade maior do que a inflação. Os juros são pagos semestralmente.
- Tesouro IPCA+: assim como o título acima, ele paga a taxa de inflação e mais a taxa prefixada. Mas a liquidez é baixa, pagando somente na data de vencimento. É ótimo para quem procura criar uma aposentadoria ou tem um outro objetivo a longo prazo.
Poupança
A poupança é o primeiro lugar onde a maioria das pessoas guarda seu dinheiro, normalmente antes de descobrir outras formas de investimento.
Ela tem uma das rentabilidades mais baixas do mercado, que equivale a 70% da Selic, e que só é creditada uma vez por mês, no mesmo dia em que foi feita a aplicação. Isso significa que se você quiser tirar o seu dinheiro antes do dia estabelecido, não receberá o rendimento por esse período.
CDBs
Os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) são como os títulos públicos, a diferença é que quem os emite são bancos, com o objetivo de captar recursos para suas atividades.
Eles têm um rendimento maior do que a poupança, mas varia muito de título para título, do prazo e do emissor. Assim como o Tesouro Direto, ele tem uma retenção de Imposto de Renda e para aplicações resgatadas em menos de 30 dias, é cobrado o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o rendimento.
São três tipos diferentes:
- CDB prefixado – o rendimento tem uma taxa fixa definida antes da aplicação.
- CDB pós-fixado – varia de acordo com um índice, normalmente o CDI.
- CDB Híbrido – neste tipo, é definida uma taxa prefixada e acompanha também o IPCA.
Debêntures
Os debêntures são títulos de crédito que representam dívidas de emissores, parecido com os títulos públicos e CDBs, mas com emissores diferentes de bancos e governo.
O vencimento desse tipo de investimento costuma ter prazos maiores e a rentabilidade pode variar entre prefixada, pós-fixada ou híbrida.
LCI e LCA
O LCI e o LCA são letras de crédito imobiliário ou de agronegócio e têm a mesma base dos CDBs, você basicamente empresta dinheiro para alguma instituição financeira e recebe juros em cima da aplicação.
Eles têm uma liquidez menor, normalmente são necessários no mínimo 90 dias para resgate e existem letras que limitam o resgate à data de vencimento.
A grande diferença deles é que são isentos do Imposto de Renda, o que é um grande atrativo para os investidores.
CRI e CRA
Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são emitidos por instituições privadas e são títulos securitizados, ou seja, são promessas de crédito a receber transformadas em papéis para serem negociados por investidores no mercado.
Esse tipo de investimento também é isento de imposto de renda.
Renda Variável
A renda variável, por outro lado, já traz uma imprevisibilidade maior de retorno, variando com as condições do mercado e, consequentemente, representa um risco muito mais alto do que a renda fixa.
São também os tipos de investimento com maior potencial de rentabilidade e liquidez alta, mas apesar de isso ser um ponto chamativo, é interessante entender melhor o funcionamento do mercado antes de aplicar seu dinheiro em renda variável. Vamos ver os principais tipos de investimentos de renda variável:
Ações
O principal tipo de investimento da renda variável, as ações são aquelas que representam uma parte do capital social de uma empresa que as emite para atrair recursos para si. São negociadas através da bolsa de valores.
Quando um investidor compra uma ação, ele se torna acionista dessa empresa e tem direito à parte dos lucros.
São duas as formas de ganhar dinheiro na compra de ações, a primeira é pela valorização do papel com o tempo, onde o investidor compra a ação por um valor baixo e vende quando essa ação valoriza.
E a segunda é com a distribuição de proventos, ou dividendos, onde as empresas dividem os lucros com os investidores com base no número de quotas de cada um.
Fundos Imobiliários (FIIs)
Os fundos imobiliários são compostos por grupos de investidores com interesse no mercado imobiliário. O fundo é administrado por um gestor que faz a aplicação dos recursos com base em pesquisa.
É possível comprar as cotas na bolsa de valores e receber, mensalmente, uma distribuição de rendimentos.
ETF
Os ETFs (Exchange Traded Funds) ou Fundos de Índice, são fundos que imitam uma carteira de um índice de mercado, seja de renda fixa ou variável.
Nesse tipo de investimento, você compra várias ações de uma vez só com base nas principais referências do mercado.
Câmbio/Moeda
Os investimentos em moeda também são um tipo de renda variável com alta volatilidade e são uma das opções para diversificar a carteira ao mesmo tempo em que se protege das variações negativas da economia.
Fundos de Investimento
Além dos fundos imobiliários, existem outros fundos de investimento de renda variável. Um exemplo são os fundos de ações, onde o investidor compra uma quantidade de cotas e quem faz as aplicações é um gestor responsável.
Há também os fundos multimercados onde são feitos investimentos em renda fixa, renda variável e ativos alternativos.
Nesse tipo de investimento também é cobrado uma taxa de administração.
Criptomoedas
As criptomoedas são dinheiro virtual, é um tipo de investimento mais recente no mercado financeiro, mas que está mudando a forma como fazemos transações.
Elas não são controladas pelos bancos ou governos, pois são sequências de códigos criadas em servidores e transformadas em valores que dependem do interesse do mercado, isso traz uma volatilidade muito grande.
Como começar a investir: o passo a passo completo
Você já estudou sobre os tipos de investimento e decidiu que está pronto? Então vamos mostrar um passo a passo de como você pode começar a investir:
1. Comece a aprender sobre investimentos o mais cedo possível
Não tem outro jeito de se sentir seguro para investir seu dinheiro. Você precisa estudar e aprender sobre o mercado financeiro o máximo possível.
Os riscos estão presentes a todo momento, mas quando você tem conhecimento e acompanha de perto as mudanças diárias no mercado, consegue se movimentar com mais confiança e colocar seus recursos onde eles vão render.
Além disso, com esse conhecimento, você pode criar objetivos para os seus investimentos e ter um propósito maior que manterá seu foco.
2. Defina o quanto você irá investir
Sem um planejamento certo, é possível que você acabe se rendendo aos gastos comuns e use o dinheiro que deveria estar indo para seus investimentos.
A melhor forma de planejar seu orçamento é colocando a quantia pensada para os investimentos como mais uma conta a ser paga todo mês, assim você não se sente tentado a gastá-la com outra coisa.
3. Abra sua conta em uma corretora de investimentos
Para investir em qualquer ativo, você precisará de um intermediário, que são as corretoras de investimentos.
Existem diversas corretoras com plataformas online para você escolher, fique atento aos benefícios e desvantagens de cada uma e quando escolher a melhor para você, abra sua conta.
Basta você enviar dinheiro via TED ou PIX (para as que aceitam) para começar a investir em renda fixa ou variável.
4. Entenda seu perfil de investidor
O seu perfil de investidor vai servir como guia para suas decisões de investimento.
Normalmente quando se abre conta em uma corretora, você responde uma pesquisa de perfil com diversas perguntas que mostrarão se você se encaixa como: conservados, moderado ou agressivo.
Leve em consideração esse resultado para compor uma carteira que combine com seus objetivos e com sua mentalidade atual. É algo que pode mudar daqui a algum tempo, quando você se sentir preparado.
5. Escolha sua estratégia e comece a montar sua carteira
Começar já investindo todo seu dinheiro em ativos de renda variável pode não ser uma boa ideia.
Lembra da diversificação? Essa é uma estratégia importante para você diminuir os riscos que vem junto com o papel de investidor.
Então, com base em todo o conhecimento que você adquiriu, monte com calma suas estratégias, avalie os riscos e ganhos e crie uma carteira que faça jus aos seus objetivos.
Continue seu aprendizado sobre investimentos
Nunca é demais enfatizar o quão importante é continuar estudando sobre investimentos e a economia no geral, já que existem muitos fatores que influenciam o mercado e que podem prejudicá-lo se você não prestar atenção.
Além disso, existem diversos outros tipos de investimentos com os quais se familiarizar que podem ser o próximo passo no seu planejamento.
Os investimentos alternativos são aqueles que não se encaixam no modelo tradicional e costumam ser mais imprevisíveis, mas uma ótima opção para diversificar sua carteira, como o equity crowdfunding, que é um financiamento coletivo para startups ou empresas em estágios menos avançados.
Existem plataformas voltadas especificamente para investimentos alternativos, e o VeganBusiness será a primeira plataforma de equity crowdfunding focada em negócios plant-based. Se você tem interesse em investir em empresas que vão inovar o mercado e transformar o futuro de um jeito sustentável, inscreva-se aqui para saber mais!
Conclusão
Conquistar sua independência financeira não precisa ser um sonho distante. Se você já tem o costume de guardar dinheiro na poupança, só terá vantagens ao se mudar para a renda fixa e, quando tiver mais confiança, para a renda variável.
E se ainda não guarda dinheiro, não se preocupe, nunca é tarde para começar. O importante é manter uma constância, tanto de aplicações quanto de aprendizado.
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