A Beleaf é uma startup de alimentos plant based que acaba de receber R$ 1,1 milhão de reais em investimentos para impulsionar sua operação. O aporte milionário feito pelo fundo de capital de risco GR8 Ventures foi noticiado com exclusividade pela EXAME.

A startup foi fundada em 2016 e no último ano sua receita foi da ordem de R$ 7 milhões.

A empresa está em pleno processo de crescimento, tem sede em São Paulo e já está com operações no Rio de Janeiro. O faturamento de 2020 foi três vezes maior do que o obtido em 2019. A empresa que começou com uma cozinha industrial de 250 metros quadrados já se mudou para outra que é quatro vezes maior.

Expansão à vista

Com o aporte recebido, a meta agora é se consolidar como uma das principais empresas do setor e chegar em capitais como Belo Horizonte e Curitiba. Para dar suporte à expansão geográfica pelo Brasil, a companhia pretende dobrar o tamanho de sua equipe. O número de funcionários deve saltar de 53 para 100 até o fim de 2023.

O melhor de tudo é que espaço para crescer não falta. Certamente, o mercado mundial de alimentos plant-based deve crescer exponencialmente nos próximos anos. A consultoria indiana Meticulous Research aponta que o setor deve crescer 11,9% ao ano até 2027, quando deve movimentar incríveis US$ 74,2 bilhões.

“A alimentação plant-based é economicamente viável e já conquistou grande espaço nos Estados Unidos, em países da Europa e parte da Ásia. O Brasil está alguns passos atrás, mas é só uma questão de tempo para que o consumidor perceba os benefícios para sua própria saúde e à sobrevivência do nosso planeta”, disse Fernando Bardusco, cofundador e presidente da Beleaf para a EXAME.

Tendência plant based

Um dos motivos da expansão e rápido crescimento é justamente a tendência da redução no consumo de carne na alimentação. Segundo o Ibope, mais da metade das pessoas ouvidas em uma pesquisa feita em 2020 admitiu que comeu menos carne no ano passado. Enquanto 39% dos entrevistados afirmou que consome alternativas vegetais pelo menos três vezes por semana.

Recentemente, até mesmo o The New York Times destacou a importância do vegetarianismo no Brasil.

Mas não para por aí, a Beleaf ainda aposta pesado em sustentabilidade. Dados da empresa informam que a startup já deixou de emitir 169 toneladas de CO2 e economizou 2 milhões de reais que seriam gastos em água. A startup também informa que mais de 1,6 milhão de metros quadros de terra foram poupados ao substituir a carne por vegetais nas refeições. Isso é o equivalente 229 campos estádios do Maracanã.

Ainda assim, a startup de alimentos plant based ainda não compete diretamente contra algumas gigantes endinheiradas desta indústria, como a chilena NotCo, que tenta recriar alimentos utilizando processos de inteligência artificial para substituir a carne com proteína vegetal. Assim, o foco da Beleaf está em outro segmento. A companhia comercializa refeições veganas diretamente pela internet, em combos ou individualmente.

Há, inclusive, parcerias com empresas como a Fazenda Futuro. Alguns pratos como a Lasanha Bolonhesa do Futuro e as Almôndegas do Futuro são feitos utilizando “carne moída” criada a partir de alimentos vegetais pela Fazenda Futuro. Por fim, a união faz a força e ainda há um longo caminho a percorrer.

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Por Nadia Gonçalves em 11 de fevereiro
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