Fechamos o ano de 2018 com uma certeza: se tornar vegano está sim virando uma tendência, finalmente.

Uma pesquisa feita pelo IBOPE Inteligência em abril deste ano mostrou que 14% da população brasileira se declara vegetariana. Sendo que em São Paulo, Curitiba, Recife e no Rio de Janeiro este percentual chega a 16%. Se você prefere ter uma noção mais numérica, estamos falando de quase 30 milhões de brasileiros.

Essa mesma pesquisa foi realizada no ano de 2012 e, na época, apontava apenas 8% da população como vegetariana. Em seis anos, tivemos uma crescente de 75%.

Uma pesquisa feita no Reino Unido mostrou que mais de 542.000 pessoas estão aderindo uma dieta vegana. Em comparação com a última década, o aumento foi de 3,5 vezes. Aproximadamente 42% dos veganos estão na faixa etária de 15 a 34 anos. Isso indica que o crescimento deve aumentar ainda mais no futuro. No total, estima-se que 3,25% da população britânica, cerca de 1,68 milhões de pessoas, seja vegetariana ou vegana.

Já nos EUA, 6% da população agora se identifica como vegana, mostrando um aumento de 500% desde 2014, de acordo com a pesquisa fornecida pela GlobalData.

Isso comprovou a aposta apresentada pelo Just Eat em 2017: o veganismo será uma das principais tendências em 2018.

Se tornar vegano será uma tendência: como começou essa aposta?

O Just Eat é um serviço de entrega internacional com centros de distribuição em 15 países. Para realizar essa afirmação na época, a marca informou que 33% de seus restaurantes parceiros ofereciam opções veganas, com muitos deles lançando menus veganos para acompanhar a crescente demanda.

O diretor de marketing da empresa, Edel Kinane disse na época: “Os resultados deste ano (2017) são um bom insight sobre as futuras tendências de consumo e, embora a conveniência continue sendo a chave para os consumidores no próximo ano e além, sabemos que eles estão cada vez mais procurando por opções veganas mais diversificadas, saudáveis, sem glúten e vegetais.”

Após essa declaração, Edel Kinane afirmou que o veganismo seria a maior tendência desse ano, e claro, ele estava certo.

E se você pensa que o Just Eat foi a única empresa a apostar nessa tendência, você está enganado. Outra empresa que afirmou que se tornar vegano estaria em alta em 2018 foi a Baum + Whiteman. Na época, a empresa fez a sua aposta no Trend Report.

Além da aposta na tendência desse ano, a empresa sabia que o veganismo estaria explodindo entre os jovens: “Os Millenials e a Geração X estão adotando os alimentos à base de plantas enquanto ainda são jovens (…) e provavelmente continuarão assim. Então estamos num cenário que divide gerações, com jovens protagonizando as dietas à base de plantas (…) e eles são o público-alvo principal da indústria alimentícia.”

A Baum + Whiteman tem um histórico de não errar nas suas apostas, afinal, em 2016 ela apostou que teríamos uma crescente de carnes veganas no mercado. Logo após isso, tivemos algumas startups veganas investindo nesse tipo de alimento.

De onde veio essas apostas? Qual o futuro?

Um dos motivos para essas empresas terem sido tão confiantes na tendência do veganismo está na busca das pessoas por alimentos cada vez mais saudáveis.

Cada vez mais os consumidores estão ficando conscientes com cuidados com a saúde a partir da alimentação. O Google mostrou um aumento de 90% nas pesquisas sobre veganismo. Essa percepção do público causa efeito nos fabricantes que enxergam no veganismo uma oportunidade de mercado.

Um estudo da agência Euromonitor International, de 2017, mostrou que de 2012 a 2017, o segmento de alimentos e bebidas saudáveis cresceu 12,3% ao ano, em média. Em 2016, o consumo de alimentos saudáveis gerou R$ 93,6 bilhões em vendas no país. A agência prevê um crescimento expansivo do setor até 2020.

Com essa crescente, podemos ver em paralelo o aumento da concorrência. Dessa forma, os produtos que apresentarem maior grau de diversificação, produtos similares e variedade de preços, embalagens e novos sabores terão maior destaque.

A Fevitto Integrais, desde 2009 no mercado, mostrou um crescimento de 10% em 2016. Segundo  Julio Vavolizza, proprietário da loja, com a instabilidade econômica o que muda é o valor que o cliente atribui ao seu dinheiro. “Independentemente da crise, o consumidor continua comprando, mas hoje ele prefere até mesmo gastar mais em produtos que possuem maior valor agregado e mais qualidade do que adquirir similares que não tenham perfil saudável”, afirma o empresário.

Aderir a tendência do veganismo pode ser uma grande oportunidade de expandir no mercado. Os dados já mostram os resultados, e deixam claro que o futuro está nessa aposta.


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Por Lari Chinaglia em 12 de dezembro
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