Uma pesquisa da Statista Consumer Insights sobre dietas sem carne revelou que a Índia se destaca globalmente na adesão a dietas vegetarianas ou veganas.
Os dados, coletados de 2.000 a 10.000 respondentes com idades entre 18 e 64 anos em diversos países entre 2023 e 2024, mostram que quatro em cada dez indianos seguem uma dieta livre de carne.
Esse número é significativamente menor nos outros nove países da lista dos dez primeiros, que curiosamente não inclui Alemanha ou Países Baixos. Além disso, o Reino Unido, que tem visto um aumento no veganismo nos últimos anos, apresenta resultados semelhantes aos dos Estados Unidos, com apenas 10% dos entrevistados adotando uma dieta sem carne.
Na África do Sul, 11% da população é adepta de uma dieta sem carne. Segundo o último relatório da ProVeg South Africa, pratos principais plant-based tiveram um aumento de 16,67% nos menus, refletindo preocupações crescentes em relação à saúde, ética e meio ambiente. No entanto, esses pratos ainda representam menos de 5% das ofertas totais.
Em contrapartida, na China, onde a maior parte da ingestão de proteínas provém de fontes vegetais, apenas 9% se consideram vegetarianos ou veganos. Na França, conhecida por suas tradições gastronômicas baseadas em carne e laticínios, apenas 8% dos participantes afirmaram seguir dietas sem carne, devido à restrição de rótulos de alternativas vegetais.
Apenas 6% dos participantes na Finlândia — um importante produtor de ingredientes e tecnologia alimentar plant-based — e na Coreia do Sul, que possui um plano nacional para alimentos plant-based, declararam suas dietas como livres de carne. O Brasil e o México fecham a lista com 5%.
O consumidor indiano
De acordo com o World Atlas, a Índia possui a maior taxa de vegetarianos do mundo, com 38% da população se identificando como vegetarianos. O vegetarianismo é comum em comunidades como Jains, Lingayat, Brahmins e Vaishnavas.
Além disso, a Índia apresenta uma das menores taxas de consumo de carne do mundo, com uma grande parte dos consumidores se identificando como flexitarianos e 9% como veganos. A IMARC Group estima que o mercado indiano de alimentos veganos alcançou US$1,468 milhões em 2023, projetando um crescimento para US$3,474 milhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,04% entre 2024 e 2032.
A Veganuary India anunciou que espera recorde de participação em sua campanha de 2024, citando uma pesquisa que revela que 70% dos consumidores indianos acreditam que a forte tradição de vegetarianismo do país pode impulsionar o crescimento do veganismo. Enquanto isso, 62% disseram que o estilo de vida vegano é fácil de manter e 61% acreditam que há opções alimentares veganas suficientes.
Outra pesquisa realizada pela GFI India, que buscou identificar o perfil do consumidor vegano indiano, revelou uma forte intenção de compra por análogos de carne e laticínios. A pesquisa indicou que 40% das famílias que experimentaram carne plant-based também compraram produtos lácteos vegetais, sinalizando uma mudança significativa nos hábitos dos consumidores.
Globalmente, os produtos lácteos são considerados uma opção livre de crueldade em comparação à carne. Contudo, os esforços globais em prol da ética animal estão revelando que as vacas na indústria de laticínios enfrentam ainda mais sofrimento do que os animais destinados ao abate, pois elas e seus bezerros são brutalmente explorados antes da morte.
Vale destacar que a Índia é o maior produtor de leite do mundo, contribuindo com 25% da produção global de leite.
Confira a matéria publicada na vegconomist.
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